O mercado de altcoins segue sem sinais de recuperação, enquanto empresas listadas e vinculadas ao setor de cripto, como a Coinbase, atingem recordes históricos. Esse movimento é impulsionado pela recente melhora no ambiente macroeconômico, como o acordo comercial entre Estados Unidos e China e a preferência de investidores institucionais pelo Bitcoin.
Diversos analistas observam que grandes investidores estão canalizando recursos para um número restrito de ativos, como o Bitcoin e ações de empresas com exposição à moeda. Um estudo de abril indicou que 90% do capital institucional alocado em fundos de cripto está concentrado em ETFs de BTC, com pouca exposição a produtos baseados em altcoins.
Além disso, há uma diferença estrutural entre a quantidade de ações corporativas ligadas ao setor e o número elevado de altcoins disponíveis no mercado. A assimetria de liquidez e capitalização entre investidores institucionais e o varejo reforça essa tendência, que concentra fluxos em poucos papéis.
Nesta sexta-feira (27) Trump anunciou um acordo comercial com a China, potencialmente encerrando a guerra tarifária que estaria ameaçando negócios mundialmente. Como resultado, Wall Street tem se recuperado e as ações de cripto dos EUA não estão fora desse movimento.
O que esconde o rali das altcoins?
Muitos investidores de cripto têm aguardado por uma alta na temporada de altcoins, mas ela reluta em chegar. De fato, várias explicações são possíveis, e contraditórias, para este período de estagnação. Porém, nenhuma delas consegue responder todas as questões sobre o futuro do Bitcoin.
Enquanto isso, empresas corporativas de cripto como a Coinbase estão atingindo um recorde histórico, enquanto analistas se perguntam se este mercado estaria substituindo as altcoins por completo.
Essa noção pode parecer desanimadora, mas evidências de setores da indústria apoiam essa afirmação. De fato, existem apenas algumas ações corporativas de cripto para investir, em comparação com inúmeras altcoins.
Concentração de capital em BTC desafia a descentralização
Além disso, investidores institucionais de cripto têm mais capitalização e liquidez do que os varejistas. Essas questões de oferta e demanda canalizam capital para algumas ações. No entanto, isso é apenas uma parte da equação. Essencialmente, o dinheiro corporativo está inundando o mercado de cripto com preferência para o Bitcoin.
Por exemplo, um estudo mostrou que 90% do investimento institucional em fundos de cripto encontra-se em ETFs de Bitcoin, praticamente ignorando outros produtos de altcoins. Ao mesmo tempo, fatores macroeconômicos que favorecem o mercado de ações estão melhorando, como o conflito entre Irã-Israel que chegou a um cessar-fogo.
Em outras palavras, um punhado de “ações de cripto” está essencialmente operando com base no Bitcoin. Um investidor de varejo poderia agora construir um portfólio diversificado de investidores corporativos de BTC enquanto abandona totalmente o mercado de altcoins. Isso não era possível há um ano.
No entanto, apresentar essa questão em termos de aversão corporativa às altcoins é uma simplificação excessiva. Afinal, o próprio Bitcoin tem sido extremamente volátil ultimamente. A Coinbase, que detém grandes quantidades do token, tem adquirido semanalmente BTC, segundo o CEO, Brian Armstrong.
Tudo isso para dizer que esta é uma situação muito preocupante por várias razões. Obviamente, essa tendência vai completamente contra o próprio conceito de DeFi. Se investidores corporativos se tornarem os principais motores do mercado de cripto, por que alguém usaria altcoins? Como uma economia descentralizada funcionará com tanta centralização?
Além disso, não parece sustentável. A Coinbase está investindo vorazmente em Bitcoin enquanto simultaneamente o supera. Se as empresas de cripto continuarem a superar a própria indústria, a especulação vazia se tornará um motor importante do crescimento futuro.
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