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Investidores institucionais apostam em Bitcoin – Bernardo Teixeira

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Atualizado por Paulo Alves

Não há como negar que ao longo dos últimos cinco anos, cada vez mais as empresas têm entrado para o mercado de investimentos em bitcoin, adquirindo coletivamente centenas de milhões de dólares em criptomoedas e trazendo mais visibilidade e confiança aos investidores.

O ano de 2020 foi marcado por muita oscilação no cenário econômico. Todas as mudanças foram intensificadas pela pandemia do novo coronavírus, especulações no âmbito político e incertezas sobre quando tudo voltará à normalidade.  Diante de tantos fatos, é natural que o mercado financeiro, tanto de moedas tradicionais quanto de criptomoedas, sentisse esses efeitos. 

Logo no início do caos mundial, em 23 de março do ano passado, o bitcoin teve uma forte queda, chegando a ser negociado a R$ 21.750,00. Para muitos especialistas do setor, o motivo da queda foi a ansiedade e insegurança dos investidores (em todos os tipos de aplicações), que ao se depararem com a incerteza do que estava por vir, retiraram seus patrimônios dos investimentos feitos. Uma clara corrida pela liquidez.

Porém, tão rápido quanto a descida, o BTC teve uma rápida recuperação, chegando ao valor de R$ 57.500,00 em maio passado. Quando olhamos para estes números atualmente,  cerca de um ano depois, chega a ser engraçado, já que depois disso, a maior alta da criptomoeda bateu seus recordes em dólar e poucos meses depois atingiu o recorde em real também, sendo negociado hoje próximo a R$340 mil, equivalente a U$58.300. Parte dessa constante valorização da criptomoeda teve  grande influência pela  entrada de investidores institucionais de grande porte no mercado de BTC.

Desde o ano passado, as principais empresas que trouxeram impacto positivo ao mercado das criptomoedas, especialmente do bitcoin, fora do país foram: Tesla, MicroStrategy, Square e Paypal, que começaram a alocar parte do seu patrimônio em BTC, trazendo mais visibilidade e confiança ao setor. 

Em fevereiro de 2021, a Tesla se tornou a maior compradora a fazer parte do índice S&P 500 (maiores empresas de capital aberto do Estados Unidos) ao alocar parte do seu capital em ativos digitais. Isso é de enorme importância para a indústria de criptomoedas, já que empresas americanas como a Tesla estão segurando uma quantidade recorde de dinheiro.

Segundo o próprio Elon Musk, que investiu U$ 1,5 bilhão em bitcoins, representando 7,8% do patrimônio da gigante de carros que possui mais de U$ 19 bilhões, a compra da Tesla em BTCs foi um investimento para diversificar o caixa da empresa e maximizar a performance sobre um caixa que a empresa não precisa, para liquidez imediata. Além disso, a empresa agora já está aceitando o pagamento dos automóveis em BTC, cumprindo uma promessa feita alguns meses atrás.

Embora a Tesla seja a maior compradora de bitcoins em 2021 entre as empresas públicas, o maior comprador agregado desde 2020 é a empresa de software de inteligência de negócios MicroStrategy. O CEO da empresa, Michael Saylor gastou aproximadamente U$ 2 bilhões para adquirir mais de 90 mil bitcoins. O valor dessas criptomoedas agora ultrapassam os U$ 4,4 bilhões. Dessa forma, o CEO e sua empresa dobraram seus investimentos em menos de um ano. Semelhante à Tesla, espera-se que a MicroStrategy mantenha seus investimentos em bitcoins por um longo período de tempo, reforçando a importância de investir no mercado de criptomoedas a longo prazo.

Outra empresa que vem devorando bitcoin é a facilitadora de pagamentos Square, que durante o terceiro trimestre de 2020, gastou U$ 50 milhões para adquirir pouco mais de 4 mil bitcoins. No último mês, a empresa de Jack Dorsey comprou mais 3 mil bitcoins, totalizando U$170 milhões.

Outro fator importante para a volatilidade, foi o Paypal que já havia anunciado em outubro a inclusão das criptomoedas em sua carteira digital, trazendo a possibilidade de comprar e vender BTC em sua plataforma. Neste mês de março de 2021, a empresa anunciou a nova função dos usuários americanos de usarem o saldo de criptomoedas como o bitcoin, Litecoin e Ethereum para pagamentos na plataforma. 

Até o momento não houve nenhuma empresa brasileira de capital aberto que anunciou um investimento em ativos digitais. De qualquer forma, já existe precedente para empresas privadas e alguns fundos de investimento no país investirem em criptomoedas, como no caso do Paypal. Acredito que será apenas uma questão de tempo até que empresas de capital aberto no Brasil venham a fazer seu primeiro investimento em moedas digitais. Além disso, com taxas de juros em mínimas históricas e um mercado de ações saturado, a expectativa é que mais empresas venham buscar os ativos digitais como alternativa de investimento. 

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Bernardo Teixeira
Bernardo Teixeira é o CEO da BitcoinTrade, corretora especializada no mercado brasileiro de criptomoedas.
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