A análise on-chain da Nansen revelou que 86% dos traders que investiram na controversa memecoin LIBRA sofreram perdas totais de 251 milhões de dólares.
Enquanto muitos tiveram prejuízos, um pequeno grupo de vencedores obteve 180 milhões de dólares em lucros.
Lucros de insiders da LIBRA vs. perdas do varejo
O relatório lança luz sobre o lançamento controverso e o rápido colapso do token LIBRA. A controversa memecoin brevemente atingiu uma avaliação de 4,5 bilhões de dólares após um endosso do presidente da Argentina, Javier Milei, em 14 de fevereiro de 2025.
A memecoin baseada em Solana foi inicialmente promovida como uma ferramenta para financiar pequenos negócios e empreendimentos na Argentina. Com o desenrolar da controvérsia, no entanto, Milei apagou seu tweet de endosso enquanto Hayden Davis, uma das figuras chave por trás da moeda, a descartou como um simples projeto de meme.
Esse contraste acentuado entre sua apresentação inicial e a narrativa posterior alimentou acusações de que o token era apenas uma manobra interna para obter dinheiro.
Dados on-chain da Nansen mostram que insiders e traders habilidosos conseguiram obter lucros significativos enquanto a maioria dos investidores enfrentou grandes perdas. Um dos traders mais lucrativos, HyzGo2, obteve um lucro de 5,1 milhões de dólares comprando cedo e saindo em 43 minutos.
Indícios de manipulação e atuação de bots na LIBRA
Outra carteira, 8bZsrR, realizou impressionantes 25 milhões de dólares em ganhos. No entanto, a Nansen explicou que uma análise mais aprofundada indica que os fundos foram distribuídos por sete carteiras, e algumas saíram com prejuízo.
Uma grande revelação no relatório mostra que muitos dos principais beneficiários eram provavelmente bots de negociação e insiders, em vez de investidores de varejo individuais. Apenas 37 das 57 primeiras carteiras que entraram na LIBRA lucraram mais de mil dólares, sugerindo que bots de sniping desempenharam um papel no aumento inicial de preço.
O relatório da Nansen destaca o fundador da Barstool Sports, Dave Portnoy, entre as vítimas de destaque do colapso da LIBRA. Ele teria perdido 6,3 milhões de dólares no token. No entanto, dados on-chain mostram que ele foi posteriormente reembolsado em 5 milhões de dólares, levantando questões sobre reembolsos seletivos e negociações internas.
De acordo com a Nansen, confirmações off-chain tanto de Portnoy quanto de Davis confirmaram o reembolso, alimentando ainda mais a controvérsia.
Arkham identifica participações da Kelsier Ventures
Adicionando outra camada ao escândalo, a empresa de inteligência blockchain Arkham anunciou que identificou mais de mil endereços vinculados à Kelsier Ventures, operada por Hayden Davis. A empresa revelou que a Kelsier ainda detém quase 300 milhões de dólares em fundos, incluindo quantias substanciais de LIBRA.
Identificamos mais de 1 mil endereços pertencentes à Kelsier Ventures, também conhecida como Hayden Davis. Endereços da Kelsier que possuem fundos associados à LIBRA estão marcados em nossa entidade ‘Libra’. Endereços da Kelsier separados do projeto LIBRA estão marcados como ‘Kelsier Ventures (Hayden Davis)’, relatou a Arkham reportou.
Além disso, a Arkham indicou que a entidade Libra da Kelsier contém cerca de 100 milhões de dólares em USDC e SOL extraídos de pools de liquidez. Enquanto isso, a entidade Kelsier Ventures controla 70% do suprimento de outra moeda, a BRYAN.
Enquanto isso, o colapso da LIBRA teve implicações mais amplas além do próprio token. O desmoronamento da memecoin coincidiu com uma queda de 16% no preço da Solana e uma saída de liquidez de projetos baseados em Solana para o Ethereum. A DeFiLlama relata uma queda de 12,1 bilhões de dólares para 8,42 bilhões de dólares em liquidez até o momento desta escrita.
Dados on-chain mostram um padrão de insiders lucrando às custas de investidores de varejo, e o fiasco da LIBRA reforça o ceticismo sobre o mercado de memecoins da Solana. Como relatado pelo BeInCrypto, o CEO da Uniswap, Hayden Adams, disse que lançamentos de tokens controversos são intencionais.
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