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Comissão de Privacidade de Hong Kong reprime a Worldcoin

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Traduzido Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • O PCPD de Hong Kong considera que as práticas de dados da Worldcoin violam as leis de privacidade e exige o fim das varreduras faciais e da íris.
  • A investigação revelou que a retenção de dados pessoais pela Worldcoin para treinamento de IA era excessiva e desnecessária.
  • O escrutínio global cresce à medida que países como Argentina e Portugal suspendem as operações da Worldcoin devido a preocupações com a privacidade.
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O Gabinete do Comissário de Privacidade de Dados Pessoais (PCPD) de Hong Kong concluiu sua investigação sobre a Worldcoin.

A investigação encontrou violações significativas dos regulamentos de dados pessoais e privacidade.

Hong Kong investiga Worldcoin desde dezembro de 2023

De acordo com a RTHK, com sede em Hong Kong, a Comissária de Privacidade Ada Chung Lai-ling emitiu um aviso de execução contra a Worldcoin. O aviso exige a interrupção imediata da coleta de imagens faciais e da íris usando dispositivos de escaneamento.

A investigação revelou que as práticas da Worldcoin em Hong Kong eram excessivas e desnecessárias. Ela cita, por exemplo, a retenção de dados pessoais por até dez anos para treinar modelos de IA para verificação de identidade como excessiva. Além disso, ela considerou a coleta, a transparência, o acesso e a correção de dados pessoais como uma violação da portaria.

A Worldcoin supostamente não informou adequadamente aos participantes sobre a finalidade da coleta de dados. Além disso, seus direitos de acesso e correção de dados pessoais foi uma questão fundamental. Assim, o projeto foi criticado por sua falta de versões em chinês das declarações de privacidade e dos formulários de consentimento.

O PCPD observou que a equipe não explicou nem confirmou a compreensão desses documentos pelos participantes. Além disso, eles não os informaram sobre os riscos associados à divulgação de dados biométricos.

De dezembro de 2023 a janeiro de 2024, a PCPD realizou dez operações secretas em seis locais da Worldcoin em Hong Kong. Após uma entrada autorizada pelo tribunal nos locais de operação, a investigação concluiu que 8.302 pessoas foram submetidas a escaneamento facial e de íris para verificação de identidade

Esses participantes foram submetidos ao escaneamento da íris para verificar sua identidade humana, criando um código de íris para verificação de identidade registrada.

“Com o objetivo de proteger a privacidade dos dados pessoais dos membros do público, embora não tenhamos recebido nenhuma reclamação sobre o projeto, o escritório iniciou proativamente uma investigação contra a Worldcoin de acordo com os procedimentos estabelecidos”, disse um oficial sênior de dados pessoais, Lo Dik-fan.

Apesar desses acontecimentos, não houve impacto significativo no preço da Worldcoin (WLD). No momento em que escrevo, o WLD está sendo negociado a 5,07, uma queda de 1,59% nas últimas 24 horas.

Desempenho do preço da Worldcoin
Desempenho do preço da Worldcoin. Fonte: BeInCrypto

Projeto sob escrutínio

As descobertas do PCPD fazem parte de desafios regulatórios que a Worldcoin enfrenta em todo o mundo. Por exemplo, em Buenos Aires, as autoridades destacaram discrepâncias entre as práticas de tratamento de dados da Worldcoin e as regulamentações locais.

Um exame mais minucioso revelou que a Worldcoin pode ter coletado dados de menores e armazenado dados biométricos de usuários argentinos no Brasil. Essa situação levanta questões sobre privacidade e soberania de dados. Se for comprovado, a Worldcoin poderá enfrentar uma multa de até 1 bilhão de pesos argentinos (US$ 1,2 milhão).

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Em março, a autoridade de proteção de dados de Portugal, a CNPD, suspendeu temporariamente a coleta de dados da Worldcoin, citando riscos à proteção de dados dos cidadãos. Essa suspensão, que afetou mais de 300.000 cidadãos portugueses, ocorreu após inúmeras reclamações sobre a coleta não autorizada de dados, principalmente de menores de idade.

Outros países, incluindo a Espanha, também restringiram as operações da Worldcoin devido a preocupações semelhantes sobre a segurança e as implicações éticas da coleta de dados biométricos.

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Júlia V. Kurtz
Editora-chefe do BeInCrypto Brasil. Jornalista de dados com formação pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia pela Globo e, agora, está se aventurando pelo mundo cripto. Tem passagens na Gazeta do Povo e no Portal UOL.
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