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Ausência de legislação dificulta herança de criptoativos

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Atualizado por Luís De Magalhães

EM RESUMO

  • Diferente dos EUA, Brasil não tem legislação para herança de criptoativos.
  • Planejamento sucessório se torna essencial para garantir o acesso a criptoativos após a morte do titular.
  • Conheça os bens digitais de caráter econômico e personalíssimo e quais as possibilidades para o planejamento sucessório.
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A falta de regulamentação sobre herança digital no Brasil tem gerado incertezas para investidores de criptoativos. O Código Civil ainda não estabelece regras claras para a sucessão de bens digitais, o que pode dificultar o acesso dos herdeiros a carteiras de criptomoedas, NFTs e outros ativos virtuais.

Esse cenário reforça a necessidade de diretrizes específicas para garantir a transmissão segura do patrimônio digital. Especialistas alertam que, sem um planejamento sucessório adequado, familiares podem enfrentar desafios para recuperar criptoativos armazenados em carteiras digitais.

O grande problema é que, diferente de bens físicos, criptoativos são protegidos por chaves privadas que, se perdidas, tornam o acesso impossível, explica a especialista em Direito de Família e Sucessões, Amanda Helito.

EUA e França já tem diretrizes para herança digital

Enquanto países como Estados Unidos (EUA) e França já possuem diretrizes para herança digital, no Brasil a responsabilidade de garantir o acesso a esses ativos recai sobre o titular. A criação de um testamento digital ou o uso de soluções descentralizadas para compartilhamento seguro de chaves privadas são algumas alternativas disponíveis.

Os criptoativos podem ser classificados em bens digitais de caráter econômico, como Bitcoin e NFTs, e bens personalíssimos, como contas em redes sociais. Os primeiros podem ser transferidos e herdados, enquanto os segundos envolvem aspectos de privacidade e identidade digital, tornando a sucessão mais complexa.

Contratos inteligentes a favor do direito sucessório

Para evitar que criptoativos fiquem inacessíveis após a morte do titular, advogados recomendam medidas como o registro das credenciais em locais seguros, a escolha de herdeiros digitais e o uso de contratos inteligentes para automatizar a transferência de fundos.

O planejamento sucessório digital é fundamental para evitar litígios e perdas irreversíveis de patrimônio, conclui Helito, que é Membro da Comissão de Direito de Família e Sucessões da OAB/SP e do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM).

Diante da ausência de regulamentação específica no Brasil, investidores de criptomoedas devem se antecipar e adotar práticas que garantam a continuidade do acesso a seus ativos, protegendo seu patrimônio e assegurando que seus sucessores possam gerenciá-lo no futuro.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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