Um ataque hacker que deu errado chamou a atenção nesta semana. Criminosos responsáveis por roubar o equivalente a US$ 25 milhões (R$ 134 milhões) em criptomoedas foram obrigados a devolver os valores, resultando em uma das situações mais inusitadas da história dos crimes envolvendo o mundo cripto.
O caso aconteceu no último fim de semana na plataforma Lendf.me, que opera uma rede financeira descentralizada de empréstimo em criptomoedas. O serviço, criado pela chinesa dForce, combina um protocolo proprietário para gerir as transações com um token ERC-777 da rede Ethereum. O token é o imBTC, que tem paridade de um para um com o Bitcoin.
Por meio de uma falha de segurança, os criminosos foram capazes de solicitar empréstimos fraudulentos e interceptar 99,5% dos fundos em imBTC geridos pela plataforma. Os valores foram todos transferidos para outras carteiras. Na cotação do dia, os tokens valiam US$ 25 milhões.
O montante não chega perto dos grandes roubos em cripto já ocorridos no planeta, como os US$ 532 desviados da Coincheck em 2018 ou os US$ 473 milhões da Mt.Gox em 2014. No entanto, o que aconteceu na sequência foi, no mínimo, incomum.
Hacker Devolve Valores Roubados
Alguns usuários que tiveram fundos roubados começaram a enviar mensagens para o hacker utilizando o campo “Input data” da carteira Ethereum. Um deles chegou a apelar para o bom senso do criminoso apontando as dificuldades em meio à pandemia:O vírus atingiu a todos nós, a vida não está fácil! Minhas economias na Lendf.me vêm de empréstimos bancários. Sem eles, eu vou perder minha esposa e meus filhos! Por favor, devolva nosso dinheiro. Deus o abençoe.

Falha na Ethereum?
Segundo a Tokenlon, uma corretora de tokens Ethereum, não há nenhuma falha conhecida no token imBTC. O ativo utiliza a mesma tecnologia que outros tokens no padrão ERC-777 disponíveis no mercado. Além disso, não há, até o momento, nenhuma vulnerabilidade conhecida neles.
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Paulo Alves
Sou jornalista e especialista, pela USP-SP, em Comunicação Digital. Já trabalhei em rádio e impresso, mas boa parte da minha experiência vem do online. Colaborei entre 2013 e 2021...
Sou jornalista e especialista, pela USP-SP, em Comunicação Digital. Já trabalhei em rádio e impresso, mas boa parte da minha experiência vem do online. Colaborei entre 2013 e 2021...
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