Com 56 horas, a maratona Hack in Rio do Eth.Samba 2024 aconteceu no Rio de Janeiro nesse final de semana. Superou o número de participantes da edição anterior e contou com 450 hackers. Quase 50 projetos foram inscritos.
Iniciativas com uso de Inteligência Artificial e conceito de Organizações Autônomas Descentralizadas (DAOs) se destacaram no Hack da Eth.Samba – 2ª edição.
Blockful leva US$ 3,5 mil com projeto de IA
Com uma equipe de cinco integrantes e objetivo de construir alguns produtos que o grupo já estava pesquisando, o projeto batizado de FairOverlord da Blockful embolsou no total US$ 3,5 mil em premiações e 50 ENS(s).
Foram três prêmios no total: 1º lugar Near – desafio de AI governance, 1º lugar Scroll – Non-financial applications e também 1º lugar da Ethereum Name Service, pelo uso do ENS na solução.
Ion Neto, conhecido como Zeugh na Web3 e um dos integrantes do time, conversou com o BeInCrypto. Ele nos revelou que foi para o Eth.Samba com uma ideia – que já estava em construção, mas chegando lá, mudou o pensamento.
“O desafio da Near sobre IA para Governança pareceu muito interessante e mudamos de ideia, decidindo fazer algo para essa competição.”
FairOverlord da Blockfull
O FairOverlord é um sistema de Inteligência Artificial para governança. Ele busca fazer um “encontro no meio do caminho” entre governanças completamente geridas por IA e os sistemas atuais de delegação que as maiores DAOs usam.
O sistema funciona com a criação de “AI Delegates”, treinados em uma base de conhecimento comum para cada DAO – usando discussões de fórum, propostas passadas e documentação como fonte de informação, detalha Zeugh.
Como funciona na prática
A partir desse treinamento inicial, qualquer usuário pode “Criar um novo delegado”, simplesmente escolhendo um nome e dando um prompt de como ele deve votar.
Os exemplos iniciais expostos no Hack foram: “Vote sempre com foco na melhoria da qualidade do protocolo”, “Vote sempre buscando financiar public goods e projetos de código aberto” e “Vote sempre buscando maximizar o lucro da DAO”.
Segundo a equipe da Blockful, o projeto permite que esses delegados artificiais votem nos contratos de governo da Open Zeppelin, que são o padrão que, por exemplo, a ENS utiliza. Assim que uma proposta é criada, esses delegados veem o texto e emitem o voto on-chain.
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Para Zeugh, a parte legal é que esses delegados não têm token nenhum, mas qualquer membro pode delegar para eles, integrando a IA na governança conforme ela ganha confiança da comunidade humana já presente no processo.
Foram muitas horas de trabalho ininterrupto, foi a primeira vez desse time trabalhando junto e foi uma oportunidade incrível que o Eth.Samba deu para gente de forçar nosso limite para criar algo incrível em uma imersão cheia de mentores e workshops super relevantes para o que estávamos construindo, conclui Zeugh, gestor de produto.
Conceito Valocracia ganha prêmio
Dos 49 projetos inscritos, 38 deles levaram US$ 92 para casa. Entre eles, o de Valocracia, idealizado por Rafael Castaneda e outros três programadores da Money Branch e Código Brazuca.
A iniciativa Valocracia: uma solução Web3 para DAOs ainda conquistou a premiação de US$ 750. E também contou com o apoio do Código Brazuca, que faz um trabalho social importante com a comunidade cripto.
Valocracia é um conceito que incentiva pessoas a agregar valor ao coletivo ou uma nova forma de coletivos descentralizados ainda em construção.
Segundo a mente por trás da iniciativa, Castaneda, ” Valocracia é um regime onde a classe dominante são as pessoas que mais agregam valor para todo o coletivo. É uma plataforma, uma nova proposta social, econômica e política para a construção de sociedades e comunidades digitais.”
O analista fundamentalista, professor e tecnofilósofo explica que em ” uma valocracia, sempre que um indivíduo agrega valor para o coletivo, ele ganha um registro imortalizado na blockchain e contabiliza o que ele fez e quando. Qual é a grande sacada disso? Os poderes econômicos e políticos dados a um indivíduo são ativos tokenizados, independentes, cada um com seu próprio conjunto de regras.” diz Castaneda.
Balanço positivo
Um dos cofundadores do Eth.Samba, Thiago Catarino disse que os objetivos em termos de público e organização foram atingidos.
“A próxima meta é estabelecer programas que deem continuidade como negócio para os projetos vencedores e buscar maior transparência institucional, deixando as contas públicas.”, explica Catarino.
Segundo o cofundador, a premiação tinha um total de US$ 25 mil para distribuir. No entanto, só distribuiu US$ 21,5 mil porque alguns projetos não atenderam os requisitos da OpenZeppelin e Chainlink, patrocinadores do desafio tech.
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