O Ceará investiu cerca de R$ 1,2 milhão em uma blockchain para medir obras públicas. O uso da tecnologia de registro distribuído, de acordo com o governo, é fundamental para melhorar a gestão e reduzir custos.
A informação foi publicada no Diário Oficial do estado na sexta-feira (25).
SponsoredDe acordo com a publicação, a Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice) será a responsável pela implantação do projeto. A contratação foi feita na modalidade de dispensa de licitação.
“A tecnologia blockchain é perfeita para entidades que precisam registrar informações de forma confiável e transparente, especialmente na autenticação de documentos, como é o caso das medições de obras públicas. Esse tipo de tecnologia é a solução recomendada quando se deseja confiança, rastreabilidade, controle de propriedade, volume elevado de transações e compartilhamento de dados”, afirmou à reportagem do BeInCrypto o diretor de Planejamento e Gestão da Superintendência de Obras Públicas do Ceará, Arnoudo Alves.
Blockchain segue diretrizes do TCU
Conforme a publicação no Diário Oficial, a implantação da blockchain irá integrar bases de dados das plataformas Sigsop Edificações e Sigsop Rodovias. Ambas são sistemas de gerenciamento de obras.
Além disso, a tecnologia subjacente do Bitcoin também é uma medida que ajudará a administração pública a se adequar aos novos padrões exigidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU), de acordo com o governo.
Desde o início de setembro o TCU avalia o uso da blockchain na administração pública. O órgão inclusive analisa a criação de um projeto piloto para prestação de contas com registro distribuído.
SponsoredAlém disso, o TCU também desenvolveu um guia para auxiliar gestores públicos na utilização de tecnologias disruptivas.
Ceará usa blockchain desde 2018
A tecnologia blockchain “caiu nas graças” do governo do Ceará em 2018. Desde maio daquele ano, a junta comercial do estado utiliza a tecnologia para garantir a proteção de bancos de dados.
Na época, a presidente da junta comercial do estado, Carolina Monteiro, disse à assessoria de imprensa do Ceará que a blockchain “garante ainda mais segurança” às informações e documentos do órgão.
Vale lembrar ainda que o governo cearense realizou em fevereiro deste ano o Blockchain Day. No evento, representantes da Etice falaram sobre o processo de transformação digital nos órgãos governamentais.
Paraná desenvolve plataforma anticorrupção e Brasil terá rede de blockchain
Além do governo do Ceará, a blockchain também está presente em outros estados e no governo federal. O Paraná, por exemplo, desenvolve uma plataforma para evitar corrupção em compras públicas. A primeira versão do projeto deve ficar pronta ainda em 2020.
Já o governo federal assinou, em maio deste ano, um decreto para a criação de uma rede blockchain. Vale lembrar ainda que a DataPrev – empresa pública federal vinculado ao Ministério da Economia – também trabalha com tecnologias de registro distribuído.