O Governo Federal adiou para quarta-feira (09) o pregão eletrônico do programa voltado ao rastreamento de transações com criptoativos. A licitação, originalmente marcada para sexta-feira (04), ocorre em meio às investigações do recente ataque à infraestrutura do Banco Central (BC).
O processo, identificado como pregão eletrônico nº 90019/2025, foi iniciado em junho pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O objetivo é registrar preços para contratação de um software que permita localizar, rastrear e analisar transações com criptoativos, além de incluir transferência de conhecimento técnico, suporte e atualizações por três anos.
A expectativa é que órgãos como a Polícia Federal e centros de investigação participem de treinamentos, embora ainda não haja definição sobre qual entidade será responsável pela operação da ferramenta dentro da estrutura do Ministério.
O que já foi descoberto sobre a invasão hacker ao Banco Central?
O adiamento do pregão acontece logo após o ataque ao sistema do BC, que teria contado com a participação de um colaborador da C&M Software. Embora não haja confirmação de relação direta entre o caso e o programa de rastreamento, o episódio aumentou a atenção sobre o setor de criptoativos.
Na segunda-feira (30), um grupo de hackers acessou contas reservas de oito instituições financeiras por meio da C&M, empresa que fornece tecnologia para conexão entre banco e o BC. De fato, o banco BMP foi um dos principais alvos, sendo desviado cerca de R$ 541 milhões.
Os criminosos usaram contas de fintechs e exchanges que operam com blockchain para fazer a lavagem desse dinheiro. Inclusive, a SmartPay, uma das instituições procuradas pelos hackers, identificou a movimentação irregular e notificou o BMP.
Segundo o ZachXBT, conhecido por monitorar transações ilícitas, os hackers converteram entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões em ativos como Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e Tether (USDT).
Na sexta-feira (04), a Polícia Civil prendeu João Nazareno Roque, suspeito de ter vendido suas credenciais por R$ 15 mil. Segundo a defesa, Roque teria atuado como um “fantoche” no esquema.
Além disso, o Banco Central suspendeu da infraestrutura do PIX seis instituições suspeitas de participar do esquema, mesmo que indiretamente, para desvio do montante roubado. Entre elas, estão as fintechs Transfeera, Soffy, Nuoro Pay, Voluti Gestão Financeira, Cash Instituição de Pagamento e S3 Bank. A suspensão terá o prazo de 60 dias até que as entidades possam prestar contas à investigação.
Isenção de responsabilidade
Todas as informações contidas em nosso site são publicadas de boa fé e apenas para fins de informação geral. Qualquer ação que o leitor tome com base nas informações contidas em nosso site é por sua própria conta e risco.
