A conferência Non Fungible, que começou nesta semana em São Paulo, trouxe nomes relevantes do mercado para debater temas como a transição da web2 para web3 e processos como as finanças descentralizadas (DeFi) no universo dos Games.
Uma das conferências tratou de Blockchain Games no mainstream. Participaram o Head de Research na Dux, Felipe Barros, o fundador do Canal NenesK Gaming, Nenesk, e a co-fundadora e BRM na Cyberskies, Bruna Simões, mediados pelo CEO do Código Brazuca, Antônio Fonseca.
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Nenesk, que atua como bombeiro militar, fundou seu canal no You Tube sem nenhuma pretensão de ganhar dinheiro e defende a diversão do jogador como prioridade.
“O futuro são games divertidos. É sobre isso. Sobre usar o GameFi para ser o dono do seu personagem na sua própria carteira, você ser o dono e não deixar os devs dominarem a plataforma”, diz.
Já Bruna Simões explica a diferença do gamefi e do game em web3: “O gameFi é uma gameficação do uso do DeFi, também está na web3, está rodando na blockchain. A diferença é que no DeFi, por exemplo, você vai fazer um empréstimo, um stake ou colocar um token com o intuito de ganhar mais cripto ou tokens, fazer empréstimos em plataformas de mercado financeiro”, explica.
“O que o mercado fez foi transformar essa mecânica financeira em algo um pouco mais fofinho. Não necessariamente jogável. O cryptocass é um exemplo de GameFi, você comprava uma quantidade de token e esse token era revestido em um carrinho. Você não jogava com esse carrinho, apenas clicava nele e ele te dava mais moedas, então é como se fosse um pool, só que com um desenho, então não tem realmente um jogo, não tem uma história por trás, não valoriza a inteligência, a capacidade do jogador, é uma coisa aleatória”.
Simões conclui dizendo que “muitos não estavam de fato se divertindo, que era mais uma planilha para lucrar e que em um jogo de web3, a premissa é que o usuário seja dono do NFT e “fazendo uma analogia com o carrinho, o usuário pilota o carrinho, compete no multiplayer com a pessoa do outro lado do mundo e quem ganhar a corrida realmente participa, ganha tokens. Então é realmente jogar com a premissa da diversão e autonomia, além de estar muito mais próximo do desenvolvedor. A comunidade tem a posse na web3 e não a indústria”.
NFTs ainda sofrem preconceito
Antonio Fonseca, do Código Brazuca, lembra que também é fundamental um trabalho educacional para acabar com o preconceito dos gamers tradicionais em relação aos jogos com tokens não fungíveis (NFTs). Fonseca lembrou que hoje o mercado está vivendo algo parecido com o crash de 1984 que a indústria gamer viveu.
Para o diretor-geral da BAYZ, Gui Barbosa, que representa o The Sandbox no Brasil e oferece serviços para jogos na web 3, a maior dificuldade quando se fala na transição de jogos da web2 para a web3 é que “nesse momento, o principal desafio é estar em uma indústria que está em desenvolvimento e o mercado de web3, área em que atuamos, ainda carece de informações e conteúdo mais didático para explicar às grandes massas, sejam elas de consumidores finais ou grandes marcas, o que realmente é a web3”.
Para Gui o mais importe nos jogos em web 3 é com certeza a diversão em primeiro lugar. “A característica de entretenimento dos jogos é fundamental e, para isso, a experiência do usuário tem que estar no centro”, diz.
“Junto com boa experiência do jogo, também entendemos que a experiência com as NFTs deve ser produtivas para esse jogador, configurando novos formatos como o Play&Earn ou Play&Own. Os gamers estão sedentos por novidades no setor, pela possibilidade de imersão em novas experiências”.
Helô Passos, criadora da maior comunidade de Axie Infinity do Brasil, falou sobre as dificuldades da migração da web 2 para web 3:
“Eu vejo que estamos passando por um movimento que foi o mesmo que os jogos mobile, no que a gente chama de adverting game passaram, ou seja, toda vez que a gente tem um novo movimento dentro de um setor, de uma indústria, quem está antes tem um certo receio do que está acontecendo. Como o mercado é incipiente e ainda não temos um modelo pronto”.
“Então eu também percebo que muitas vezes é muito mais essa questão de talvez as pessoas não entenderem direito o movimento, não entenderem o que está acontecendo e começarem a fazer os seus próprios mapas mentais em relação ao mercado”.
Heloisa explica que “quando falamos das dificuldades, da web2 para web3, é importante saber que enquanto na web2 os modelos já estão em uma estrutura pronta, na web3 é preciso ir entregando aos poucos para toda comunidade. Todos vão construindo juntos e uma das dificuldades é conseguir ter bons modelos de negócio para conseguir passar por períodos como o Bear Market. Então precisamos pensar em outras verticais de monetização, que não seja só a taxa de transação de marketplace.”
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