O novo relatório do Fundo Monetário Internacional fez um alerta preocupante sobre a recuperação da economia global, “uma vez que a inflação persistente precisa testar a resiliência em várias regiões, principalmente na América Latina e Caribe”.
Segundo o Fundo, a retração global dos preços das principais commodities e a guerra da Rússia x Ucrânia acabaram impactando de maneira negativa a recuperação mundial em meio a pressão inflacionária no pós pandemia.
A inflação mundial e a desaceleração nas duas principais economias do mundo, Estados Unidos e China pesou para todo globo e a situação ainda pode piorar e muito.
“O panorama ficou consideravelmente sombrio desde abril”, disse o economista chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas. “O mundo poderá em breve ficar à beira de uma recessão global, apenas dois anos após a última”, acrescentou. “As três maiores economias do mundo, os Estados Unidos, a China e a zona do euro, estão empatando nessa estagnação com grandes conseqüências para o panorama global”, explica.
Apesar de tudo, as economias da América Latina e do Caribe já apresentam alguma recuperação pós-pandemia, mas “os ventos estão mudando à medida que as condições financeiras do mundo estão se restringindo.” diz o blog da Instituição.
Brasil, México e Itália estão entre as exceções. A previsão para o Brasil é de expansão de 1,7% o que significa + 0,9% em relação a abril. Já a economia mexicana deve crescer 2,4% , + 0,4 %.
O crescimento mundial atingiu 2,8% no primeiro trimestre, em comparação com uma média de 1,7% nos anos anteriores à pandemia, e os indicadores apontam para um impulso contínuo no segundo trimestre.
“Com base neste sólido primeiro semestre do ano, e apesar de uma desaceleração esperada no segundo semestre, prevemos que a região da América Latina e Caribe cresça 3,0 por cento este ano, um aumento de nossa previsão de abril de 2,5 por cento”.
No entanto, a região também enfrenta desafios significativos, incluindo o aperto das condições financeiras do planeta, menor crescimento mundial, inflação persistente e aumento de tensões sociais em meio à crescente insegurança alimentar e energética. Esses fatores contribuem para o rebaixamento do crescimento para 2,0% em 2023, 0,5 ponto percentual abaixo do previsto em abril.
Recuperações desiguais, pressões inflacionárias comuns
Entre as maiores economias latino-americanas, Chile e Colômbia também tiveram uma recuperação particularmente dinâmica, impulsionada pelo forte crescimento em serviços, em parte devido ao estímulo fiscal no final de 2021, enquanto a produção econômica do México ainda não recuperou seu nível pré-pandemia.
As economias caribenhas também estão atrasadas em sua recuperação, pois o turismo ainda não voltou aos níveis pré-pandemia, apesar da recente recuperação. Enquanto isso, América Central, Panamá e República Dominicana já superaram seus níveis de produção pré-pandemia, impulsionados por fortes entradas de exportações e remessas, assim como políticas de apoio.
Inflação no mundo
A inflação, por outro lado, acelerou em toda a região. Os bancos centrais apertaram a política monetária para conter os efeitos de segunda ordem e ancorar as expectativas de inflação de longo prazo. Mas a inflação pode ser persistente com as pressões de preços cada vez maiores.
Enquanto isso,” após a retirada do estímulo pandêmico no ano passado, a política fiscal na maioria dos países mudou amplamente para uma postura neutra em 2022. Isso deve ajudar a colocar os saldos fiscais em uma base mais sustentável e apoiar a política monetária na contenção das pressões inflacionárias”.
Condições globais desafiadoras
Com a inflação em alta em todo o mundo as previsões de crescimento para 2023 foram revisadas para baixo de 2,3% para 1,0% nos Estados Unidos, a maior economia do globo e de 3,3% para o gigante asiático, o crescimento mais lento em cerca de quarenta anos.
Perspectivas de inflação
Como em outros lugares, as pressões de preços na América Latina e Caribe provavelmente permanecerão altas por algum tempo, “conforme indicado por nossas projeções de inflação de 12,1 e 8,7% para 2022 e 2023, respectivamente, as taxas mais altas dos últimos 25 anos.
Isso significa que esperamos que a inflação ultrapasse o limite superior das metas dos bancos centrais em cerca de 400 pontos base, em média, nas cinco maiores economias da América Latina : Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru até o final deste ano , e permanecer fora da faixa-alvo por parte do próximo ano”.
PIB dos EUA tem retração, mas governo não assume recessão
O governo americano divulgou o PIB do país que registrou retração de 0,9% de abril a junho deste ano. A economia dos EUA vem apresentando um encolhimento desde o início deste ano. Apesar do número ruim, a Casa Branca continua descartando a recessão técnica
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que “a maioria dos economistas” tem por definição a recessão “como perdas substanciais de empregos, empresas a fechar portas, setor privado a desacelerar e orçamento familiar pressionado pela inflação”.
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