O mercado de previsões da Polymarket sobre o próximo Papa superou US$ 6,4 milhões em apostas totais hoje (24), após um boato viral afirmar falsamente que a Igreja Católica planejava excomungar os apostadores.
O boato, compartilhado no X por uma conta com mais de 240 mil seguidores, imitava uma suposta declaração oficial da Igreja.
Boato sobre excomunhão impulsiona apostas
O post falso viral criticava plataformas como a Polymarket por transformarem a sagrada eleição papal em um “exercício especulativo” e exortava os fiéis a abordarem o Conclave como um evento espiritual, não financeiro.
No entanto, a publicação foi rapidamente desmentida. Ela não tinha o tom e formatação formais da Igreja, não usava termos chave como “Conclave” ou “Eleição Papal” e, de forma incomum, nomeava diretamente a Polymarket – algo improvável para o Vaticano.
Embora o boato tenha sido fabricado, ele revelou inadvertidamente dados internos raros da Polymarket. Uma captura de tela embutida no boato sugeria que as apostas totais no sucessor papal estavam em US$ 2,5 milhões no dia 21 de abril. Esse valor mais que dobrou desde então.
A empresa lançou o mercado “Próximo Papa” em fevereiro, muito antes da morte do Papa Francisco no início desta semana, acompanhando o aumento da especulação sobre sua sucessão.
A Santa Sé deplora a redução do solene conclave a um mero exercício especulativo em plataformas como a Polymarket e insta os fiéis a manterem a dignidade da eleição papal como uma questão de discernimento orante em vez de lucro, afirmou um aviso falso publicado por Yoxic, um usuário do X com mais de 240 mil seguidores.
Apostas sobre o próximo Papa ganham força
Desde a morte do papa, o volume de negociações disparou. Em apenas três dias, as apostas no resultado aumentaram em quase 160%.
Até o momento, o cardeal italiano Pietro Parolin e o filipino Luis Antonio Tagle lideram as apostas, com 27% e 23%, respectivamente. Em seguida aparece o também italiano Matteo Zuppi, com 12%. Embora o mercado ofereça 21 possibilidades — incluindo representantes de diversos países e até a opção “não haverá papa em 2025” — nenhum brasileiro figura entre os nomes listados. Ainda assim, especialistas consideram Dom Sergio da Rocha o brasileiro com mais chances de ser eleito.
A Igreja Católica tem, em grande parte, permanecido indiferente ao setor de cripto, exceto por casos isolados como uma arquidiocese dos EUA aceitando doações em Bitcoin. Não há sinais de que os líderes da Igreja estejam observando a Polymarket, especialmente durante um momento decisivo como a eleição de um novo Papa.
Ainda assim, o aumento repentino nas negociações destaca a interseção entre religião global e especulação descentralizada. Até hoje, o mercado “Próximo Papa” é um dos mais ativos na Polymarket.

O aumento no volume de apostas da Polymarket reflete uma tendência crescente. Plataformas nativas de cripto estão se tornando arenas para especulação em tempo real sobre desenvolvimentos políticos, culturais e agora religiosos importantes.
Embora seja improvável que a Igreja Católica se posicione sobre o Web3 tão cedo, o crescente interesse evidencia um fenômeno mais amplo. Ele mostra como os mercados digitais capturam e intensificam o debate público.
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