Existem soluções para evitar acúmulos de transações de Bitcoin? Analistas respondem

4 mins
Atualizado por Chris Goldenbaum

EM RESUMO

  • Existe solução para evitar acúmulos de transações de Bitcoin? Analistas respondem.
  • Uso de segundas camadas de Bitcoin, como a Lighting Network é alternativa.
  • Ou então a migração para blockchains como a Bitcoin Cash.
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Este mês, o mercado observou a maior exchange centralizada do mundo interromper temporariamente saques de Bitcoin (BTC) duas vezes em apenas 24 horas. De acordo com a Binance, o motivo for “problemas técnicos”, devido ao acúmulo de transações.

O congestionamento levou a um aumento nas taxas de transação, que ultrapassaram as recompensas por bloco pela primeira vez desde 2017. Normalmente, os mineradores recebem uma recompensa igual a, aproximadamente, 6,25 Bitcoins. Mas, o congestionamento aumentou a taxa para 6,7 ​​Bitcoins, superando a recompensa do bloco pela primeira vez em seis anos.

Outra plataforma que teve o mesmo problema foi a Bitcoin Mempool. A Mempool atingiu cerca de 98% da capacidade, levando a congestionamentos e taxas de transação mais altas, além de interromper as retiradas de BTC. 

O BeInCrypto conversou com dois analistas para saber se esses congestionamentos e paralisações podem acontecer com frequência. Vinícius Bazan, analista de criptoativos da Empiricus Research e o sócio da Fuse Capital, José Gabriel Bernardes sinalizaram algumas possibilidades frente a poucas soluções de escalabilidade de rede.

A primeira é o uso de segundas camadas de Bitcoin, como a Lighting Network. Ou então a migração para blockchains alternativas, como a Bitcoin Cash.

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A dupla também falou sobre as limitações que as corretoras enfrentam atualmente. Se pode acontecer novamente? Se sim, quais são as alternativas para driblar essas limitações de infraestrutura?

Segundo Bazan, o problema foi a alta procura nas últimas semanas por memecoins e tokens BRC-20, que são NFTs que levam “tatuagem” em uma fração de bitcoin.

1) Quais são as limitações que as corretoras enfrentam atualmente?

Vinícius Bazan, analista de criptoativos da Empiricus Research:
“Quando há um congestionamento na rede, com muitos usuários tentando usá-la simultaneamente, há aumento das taxas de transação. Como algumas corretoras usam taxas fixas ou que não mudam tão rapidamente de acordo com as mudanças da rede, pode-se gerar um alto volume de transações não confirmadas e que precisam ser reprocessadas. Foi o que aconteceu com a Binance na ocasião.

As exchanges devem constantemente melhorar seus sistemas para lidar com picos de atividade nas blockchains, sabendo que casos mais isolados como esse que vimos devem continuar gerando algum tipo de gargalo de curtíssimo prazo”.

Para José Gabriel Bernardes, sócio da Fuse Capital:

Uma das limitações enfrentadas pelas corretoras é ter que lidar com o alto custo das transações após um aumento na atividade da rede do Bitcoin. Com o surgimento de inscrições e NFTs, tornou-se cada vez mais competitivo e naturalmente mais caro garantir um espaço na blockchain. Para as exchanges garantirem a liquidez aos clientes a um preço garantido, elas estavam perdendo dinheiro devido ao alto custo das transações. Exchanges como a Binance pararam de garantir liquidez para BTC por um tempo, isso pode levar o fluxo de institucionais para outras exchanges.”

2) Isso pode acontecer novamente?

Vinícius Bazan, analista de criptoativos da Empiricus Research:

“Sempre que alguma funcionalidade, notícia ou similar gerar uma corrida dos investidores por transacionar em uma blockchain, esse tipo de congestão pode acontecer. No caso do bitcoin, por exemplo, o espaço em cada bloco da blockchain é limitado. Ou seja, é como um cinema com uma porta estreita. Se alguém gritar “fogo” e todos quiserem sair ao mesmo tempo, pode ser que haja dificuldades. Apesar disso, os projetos com blockchain, no geral, trabalham em atualizações de software para minimizar ou zerar problemas desse tipo”.

Para Bernardes, isso pode ocorrer a qualquer momento e depende do uso da rede do Bitcoin. Atualmente, o Bitcoin está enfrentando problemas semelhantes aos que o Ethereum enfrentou antes de migrar para o sistema Proof of Stake (PoS).

3) Quais são as alternativas para driblar essas limitações de infraestrutura?

Vinícius Bazan, analista de criptoativos da Empiricus Research:

“Em alguns casos, como no Bitcoin e Ethereum, a ideia não é que a rede principal mude completamente. O que se busca é que soluções de escalabilidade sejam construídas em cima dessas redes para ajudá-las a processar volumes maiores de transação.

Dessa forma, soluções como a Lightning Network, para o Bitcoin, ou protocolos de segunda camada como Optimism, Polygon zkEVM, zkSync e Arbitrum, para o Ethereum, parecem hoje ser a melhor abordagem.

Mas vale lembrar que há também redes alternativas que operam de forma similar. Com a congestão na rede do Bitcoin, por exemplo, vimos crescer o volume de transações na rede do Litecoin, um fork do Bitcoin. Em momentos de pico, essas redes paralelas podem ganhar tração como ‘válvula de escape’,” conclui Bazan.

Para José Gabriel Bernardes, sócio da Fuse Capital:

“Existem algumas alternativas possíveis. Uma delas é a criação de sintéticos da moeda BTC. Outra é criar um pool de liquidez maior dentro da própria exchange, de forma a evitar interações frequentes com a blockchain a cada transação (ou seja, ter uma tesouraria maior).

Além disso, também é possível utilizar outras “camadas” que permitem o acesso à moeda, como a Stacks ou a Lightning Network que estão a cada dia desenvolvendo novas ferramentas de DeFi usando a infraestrutura de Bitcoin.”

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3 -...
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