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Ex-jogador Júnior perdeu R$ 1,5 milhão em pirâmide financeira

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Atualizado por Paulo Alves

EM RESUMO

  • Ex-jogador foi uma das várias vítimas de uma pirâmide financeira.
  • Atual comentarista esportivo perdeu R$ 1,5 milhão com o golpe.
  • Dono foi preso e condenado por operar entidade financeira clandestina.
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O ex-jogador de futebol Júnior é uma das mais de 3.000 pessoas enganadas em um esquema de pirâmide que deixou rombo de R$ 170 milhões. Ele sozinho teria perdido R$ 1,5 milhão.

Segundo a Veja, Júnior foi uma das pessoas atraídas para a JJ Invest, uma empresa de investimentos que prometia lucros extraordinários com retornos entre 7% e 12% mensais.

Seu dono, o engenheiro da computação Jonas Jaimovick, de 40 anos, foi preso no final de 2020 e passou cerca de seis meses preso no Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro.

A suposta alta rentabilidade prometida por Jaimovick atraiu também outras pessoas importantes do mundo do futebol, como Zico e Neymar. O primeiro recebeu patrocínio da empresa em sua escolinha de futebol enquanto o segundo vestiu a camisa dela em um evento beneficente.

No auge da fama, a JJ Invest investia em patrocínios no Vasco e Fluminense e a aplicação mínima exigida pela empresa era de R$ 10.000.

Os alertas acerca da JJ Invest partiram da Comissão de Valores Mobiliários, que emitiu dois comunicados para alertar aos investidores que a empresa não estava credenciada e não possuía licença para operar na bolsa de valores. O primeiro deles ocorreu em 2017 e o segundo, em 2019.

Ainda de acordo com a Veja, depois do primeiro alerta, vários clientes de Jaimovick acharam prudente remover seu dinheiro do fundo, que ainda tinha liquidez e conseguiu pagá-los normalmente, algo que foi visto como positivo:

“Eles receberam tudo, e isso se converteu em propaganda para a empresa”, diz o dono. Quando a mesma coisa ocorreu em 2019, entretanto já era tarde demais e não havia dinheiro para pagar a todos.

pirâmide

Esquema

A JJ Invest operava em um esquema baseado em informes fictícios, conforme Jaimovick contou à revista. Todos os dias ele mandava os relatórios falsos a seus clientes por WhatsApp. Apesar das altas promessas de retorno, o dinheiro supostamente investido em sofria repetidas quedas de 4%.

O jogador Júnior, ao saber que fora enganado, tentou reaver o dinheiro diretamente com Jaimovick, sem sucesso. Em um e-mail, escreveu: “Você não irá me pagar? Então nos vemos na Justiça”.

Para o investidor, entretanto, estas operações financeiras envolviam riscos. “Não vendi sonhos, mas também nunca disse que havia o risco de se perder tudo. Não tirei dinheiro dos clientes, só deixei de devolver”, diz.

A estratégia é similar ao usado por empresas acusadas de operar pirâmides com criptomoedas no Brasil, como Unick, Atlas Quantum, BWA, Genbit e Midas Trend.

Jaimovick foi reprovado quatro vezes no exame de agente autônomo de investimentos, segundo a revista. Ele foi condenado por operar uma entidade financeira clandestina e emitir valor mobiliário sem registro e deve responder por outros três crimes previstos na Lei do Colarinho Branco.

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Júlia V. Kurtz
Editora-chefe do BeInCrypto Brasil. Jornalista de dados com formação pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia pela Globo e, agora, está se aventurando pelo mundo cripto. Tem passagens na Gazeta do Povo e no Portal UOL.
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