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Ex-CEO do Twitter quer alternativa descentralizada à plataforma

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Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • O futuro das mídias sociais passa pela descentralização, segundo o ex-CEO do Twitter.
  • Ele acredita que surgirá um protocolo padrão para as mídias sociais que seja livre e aberto.
  • Dorsey se comprometeu a doar US$ 1 milhão por ano ao Signal.
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O ex-CEO do Twitter Jack Dorsey acredita em uma plataforma resistente ao controle corporativo ou governamental. Ele prometeu doar US$ 1 milhão por ano ao aplicativo de mensagens criptografadas Signal e irá incentivar mais projetos descentralizados.

Jack Dorsey publicou um extenso texto rebatendo algumas críticas aos problemas de censura no Twitter, identificados por investigações internas conduzidas por seu novo dono Elon Musk.

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Dorsey falou sobre a visão original do Twitter, detalhou sua opinião sobre a situação atual e sugeriu a ideia de um “protocolo padrão livre e aberto” para as mídias sociais.

De acordo com o empresário, sua visão para a rede de microblog desapareceu em 2020 quando um investidor ativista adquiriu as ações da empresa.

Jack Dorsey incentiva alternativa descentralizada ao Twitter
Jack Dorsey Fonte: Reuters

Twitter distante do imaginado

O ex-CEO e cofundador do Twitter revelou que sua experiência no comando e na criação da empresa o levaram a crer em três princípios basilares para a rede de mídia social:

  1. Resiliência ao controle corporativo e governamental.
  2. Somente o autor original pode remover o conteúdo por ele produzido.
  3. A implementação de moderação por escolha algorítmica.

Ele admite que fracassou ao implementar esses princípios e desistiu de seguir em frente pressionando por mudanças em 2020 quando um investidor ativista adquiriu as ações da empresa. Dorsey afirma que “não tinha mais esperança” de conseguir implementar essa visão em uma “empresa pública” sem mecanismos de defesa, e acrescentou:

“Planejei minha saída naquele momento sabendo que não era mais a pessoa certa para a empresa.”

Dorsey também admitiu que seu maior erro foi investir na criação de ferramentas para “gerenciar a conversa pública”, atribuindo muito poder à estrutura interna do Twitter, em vez de desenvolver instrumentos para os usuários que facilitassem o gerenciamento por conta própria.

A empresa acabou ficando exposta a pressões externas, segundo o ex-CEO, e todos agiram de acordo com as melhores informações na época, “não havia agenda oculta nem más intenções”.

“Fizemos o certo para os negócios da empresa pública na época, mas o errado para a internet e a sociedade.”

Ele também expressou preocupação com o estado atual do Twitter que está aquém dos padrões que ele esperava alcançar, e desaprovou o assédio aos funcionários da empresa chamando a atitude de “míope e perigosa”.

Esses motivos levaram Dorsey a pedir para os críticos da plataforma que direcionassem a culpa somente a ele, assumindo a responsabilidade pelo fracasso de não conseguir instituir na empresa a visão que ele acredita ser a mais correta.

Protocolo para as mídias sociais livre e aberto

Todos os problemas do Twitter e a forma como as redes sociais acabaram crescendo e se estruturando levaram Jack Dorsey a crer ainda mais na descentralização como forma de tornar a conversa pública livre e as empresas transparente.

A única forma, que ele enxerga, de viabilizar seus três princípios é um através de um protocolo gratuito e aberto para mídias sociais, que não seja de propriedade de uma única empresa ou grupo de empresas.

Para ele, a internet é por essência um espaço livre e aberto de armazenamento “infinito”, onde o real valor está na busca pelo conteúdo. Apesar dos problemas, ela deve ser mantida assim pois este é o princípio que permitirá soluções muito melhores do que as que temos hoje, segundo Dorsey.

Ao final, Dorsey citou alguns projetos em desenvolvimento de protocolo de mídia social gratuitos e abertos como: o bluesky, um com o protocolo AT desenvolvido por ele, o Mastodon e o Matrix. Ele acredita que muitos outros surgirão e um se tornará um padrão como o HTTP ou o SMTP para a navegação na internet.

Para auxiliar nesses esforços, Dorsey anunciou a doação de US$ 1 milhão por ano para o aplicativo de mensagens diretas criptografadas Signal. O financiamento fará parte de uma nova categoria do #startsmall – um projeto de doações mais amplo de Dorsey – para promover o desenvolvimento da Internet aberta. 

Jack Dorsey incentiva alternativa descentralizada ao Twitter
Fonte: Signal

O foco inicial é conceder doações em dinheiro e patrimônio para as equipes de engenharia que trabalham em mídias sociais e protocolos de comunicação privada, Bitcoin e um sistema operacional móvel somente na web. Ele afirmou que mais doações semelhantes estão por vir e pediu recomendações de projetos.

Pelo Twitter, Dorsey compartilhou um link do GitHub para um protocolo aberto resistente à censura que está sendo construído atualmente, chamado “Notes and Other Stuff Transmitted” (nostf). O objetivo do projeto é possibilitar a criação de redes sociais descentralizadas baseadas em chaves criptográficas e assinaturas.

Outra iniciativa na qual Dorsey está investindo é em uma base africana de mineração de Bitcoin. A iniciativa visa levar energia subsidiada para áreas de difícil acesso na África rural.

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Thiago Barboza
Sound Designer de profissão e apaixonado por comunicação, Thiago Barboza é graduado em Comunicação com ênfase em escritas criativas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2019 conheceu as criptomoedas e blockchain, mas foi em 2020 que decidiu imergir nesse universo e utilizar seu conhecimento acadêmico para ajudar a difundir e conscientizar sobre a importância desta tecnologia disruptiva.
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