O Ethereum está passando por um dos seus momentos mais difíceis desde a pandemia. Em meio a um mercado cripto dominado pelo Bitcoin e algumas altcoins de grande capitalização, o segundo maior ativo digital do mercado tem mostrado uma preocupante tendência de queda.
Seu valor recuou para níveis não vistos desde 2020, com uma queda de mais de 60% em relação ao seu recorde histórico. Segundo o analista da CryptoQuant, EgyHash, as causas dessa queda estão claramente identificadas na própria atividade da rede.
Ethereum perde valor por baixa atividade na rede e pressão inflacionária
Um dos principais indicadores dessa crise é a constante diminuição de endereços ativos na rede Ethereum. Desde o início do ano, cada vez menos usuários estão interagindo com a blockchain, o que se traduz em taxas de transação mais baixas e uma queda geral no volume de negociações.

Essa redução na atividade causou uma queda significativa na taxa de queima de ETH, um mecanismo projetado para manter a natureza deflacionária do ativo desde a implementação do Merge.
O Merge, que envolveu a transição de um sistema de consenso de prova de trabalho (PoW) para um de prova de participação (PoS), foi acompanhado pela promessa de tornar o Ethereum mais eficiente e sustentável. Parte dessa estratégia envolvia queimar uma porção do ETH usado em taxas de gás, removendo-o permanentemente de circulação.
No entanto, após a atualização Dencun, que introduziu os chamados “blobs” e reduziu significativamente as taxas, a quantidade de ETH queimada despencou, quebrando o equilíbrio deflacionário e inclinando a balança para uma nova inflação.
Ethereum enfrenta inflação e menor queima após atualização Dencun
Nesse cenário, o Ethereum voltou a ser um ativo inflacionário. A pressão exercida pelo aumento da oferta e a queda na demanda de uso da rede está enfraquecendo seu valor aos olhos do mercado.
Somando-se a isso, a influência externa: o recente anúncio de novas tarifas nos Estados Unidos também impactou negativamente o preço, que caiu 4% diariamente para cerca de US$ 1.790, segundo dados do CoinMarketCap.
Apesar da preocupação, o analista EgyHash mantém que uma possível recuperação não está fora do horizonte. Para isso, será necessário um ressurgimento na atividade da rede: mais endereços ativos implicariam mais transações, taxas mais altas e, portanto, uma reativação do mecanismo de queima que pode restaurar o equilíbrio entre oferta e demanda.
Em conclusão, a atual queda do Ethereum não se deve a uma única causa, mas a uma combinação de fatores técnicos e estruturais dentro de seu ecossistema. Enquanto isso, investidores e desenvolvedores precisarão monitorar de perto os indicadores on-chain para antecipar possíveis pontos de virada.
O caminho para a recuperação envolve revitalizar a utilidade real da rede e restaurar a confiança em sua capacidade de autorregulação.
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