Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), permanece calado sobre a classificação do Ethereum antes das decisões sobre os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Ethereum.
Essa postura reflete as incertezas em torno das regulamentações de criptomoedas e seu alinhamento com produtos financeiros como ETFs.
O Ethereum é um título?
Os holofotes se voltaram para o Ethereum após o lançamento bem-sucedido dos ETFs de Bitcoin em 11 de janeiro de 2024. O sucesso imediato desses produtos financeiros alimentou discussões e expectativas sobre a aprovação dos ETFs da Ethereum. No entanto, o caminho para essas aprovações está repleto de escrutínio regulatório, especialmente em relação à natureza do Ethereum como um título ou uma commodity.
Gensler enfatizou a natureza especulativa das criptomoedas, destacando as condições voláteis do mercado com as quais os investidores devem se preocupar.
“Basta olhar para a volatilidade do Bitcoin nos últimos dias. Eu cresci adorando montanhas-russas. Talvez em minha idade adulta eu não ande tanto nelas. Mas o público investidor deve estar ciente de que se trata de um passeio de montanha-russa com esses ativos voláteis”, explicou Gensler.
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Sua analogia com as montanhas-russas adverte o público investidor sobre os riscos inerentes aos investimentos em criptomoedas. Apesar de reconhecer a especulação e o entusiasmo em torno dos tokens de criptomoedas, Gensler se absteve de fornecer uma posição definitiva sobre a classificação da Ethereum, uma questão fundamental para o futuro dos ETFs da Ethereum.
Ainda assim, a conversa em torno dos ETFs de Ethereum vai além da aprovação regulatória para as implicações econômicas do sistema de staking da Ethereum. Em um relatório recente, a BitMEX Research aponta para o rendimento de staking do Ethereum, em torno de 3,7%, que também é um fator significativo que poderia influenciar o interesse dos investidores nos ETFs do Ethereum.
“O sistema de staking pode tornar o Ethereum menos atraente ou inadequado para alguns investidores de ETF, onde os ETFs presumivelmente não poderiam fazer staking. Os detentores e stakers de Ethereum existentes podem estar menos dispostos a parar de fazer staking e mudar sua participação para o ETF, pois não gostariam de perder o rendimento”, disseram os analistas da BitMEX Research.
A comparação com o Bitcoin, que não possui um mecanismo de staking, destaca as considerações exclusivas dos produtos financeiros baseados em Ethereum. Os rendimentos de staking oferecem uma atração em potencial para os investidores, mas também representam desafios para as estruturas de ETF, especialmente em relação aos aspectos regulatórios e práticos dos processos de staking e resgate.
“Dada a forma como o sistema de fila de saída funciona, é possível que grandes resgates de ETFs realmente causem mais atrasos de retirada em um cenário do tipo espiral descendente, que não é uma estrutura de produto ideal e pode-se dizer que cria uma forma de risco sistêmico”, enfatizaram os analistas da BitMEX Research.
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Por esse motivo, os desafios técnicos e logísticos associados aos processos de staking e resgate do Ethereum complicam ainda mais a possível introdução de ETFs de Ethereum. É por isso que a abordagem cautelosa da SEC, ecoada nos comentários de Gensler, reflete os desafios de acomodar as criptomoedas dentro das estruturas financeiras tradicionais.
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