A Ethereum Classic (ETC) chegou a crescer 50% nas últimas 24 horas. Com isso, a criptomoeda chegou a uma nova máxima histórica de US$ 135,17.
Segundo dados do Coingecko, a ETC valorizou mais de 280% nos últimos sete dias. A níveis de comparação, essa subida chega a ser quase 10 vezes maior do que a vista na Ethereum (ETH), que aumentou 30% no período.
Seu volume de transações também tem subido fortemente, saltando de aproximadamente US$ 5 bilhões registrados no último domingo (2) para mais de US$ 22 bilhões registrados nas últimas 24 horas. Com isso, a criptomoeda voltou a figurar entre as top 15 em valor de mercado, tendo uma capitalização de quase US$ 17 bilhões.
A Ethereum Classic ainda conseguiu uma valorização três vezes maior do que a Dogecoin (DOGE), que tem sido grande destaque do mercado recentemente.
Os números da ETC são ainda mais surpreendentes se for levado em conta que o ativo teve um avanço muito discreto em 2020, se comparado com outras grandes criptomoedas.
Enquanto ativos como o Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e Cardano (ADA) tiveram altas acima dos 400% durante o ano, a Ethereum Classic valorizou menos de 30% no período. Uma das razões pode ter sido os ataques de 51% que a criptomoeda sofreu em sua rede.
Razões da alta recente da Ethereum Classic
Analistas avaliam que o ETC tem sido considerado como um “Ethereum mais barato” e por isso teria virado opção de compra por investidores querem aproveitar o momento de alta do mercado de criptomoedas.
O argumento se baseia na corrida por ativos de maior retorno em meio ao receio de inflação do dólar decorrente da injeção de capital via emissão monetária por bancos centrais. Em abril, Joe Biden anunciou um novo pacote de US$ 1,8 trilhão nos EUA.
Na busca por refúgio, investidores olham, entre outros fatores, para a escassez do ativo, algo que pode ter chamado atenção para o Ethereum Classic.
A ETC possui apenas 127 milhões de unidades em circulação atualmente. O ativo ainda conta com mecanismos anti-inflacionários. Sua oferta pode chegar, no máximo, a 210 milhões de unidades. Entretanto, seu ritmo de emissão diminui a cada 5 milhões de blocos gerados na rede.
No entanto, há quem aponte que o varejo é o verdadeiro ator por trás do movimento de alta do ETC. Nos bastidores da indústria, comenta-se que a alta pode ter sido fruto da adesão em massa de traders que utilizam o app Robinhood, muito popular entre jovens investidores dos EUA.
A plataforma chegou a entrar em pane em maio à alta da Dogecoin. Além disso, nas últimas semanas, diversas criptomoedas negociadas no serviço já passaram por altas, como Bitcoin, Bitcoin Cash, Ethereum e Litecoin. Só faltava a Ethereum Classic.
Foi o que observou na quarta-feira (5) Barry Silbert, fundador da empresa que controla a Grayscale, maior gestora de fundos de criptomoedas do mundo.
“Robinhood suporta apenas negociação de Bitcoin, Bitcoin Cash, Dogecoin, Ethereum, Litecoin e… Ethereum Classic. Acho que agora sei para onde vai o dinheiro da DOGE a seguir.”
Origem do Ethereum Classic
A Ethereum Classic é fruto de uma polêmica divisão da equipe criadora da Ethereum, ocorrida em 2017, que resultou em um fork na rede e a decorrente separação em dois projetos.
O sucesso do fork foi visto com bons olhos pela maioria da comunidade cripto na época. Entretanto, na visão de algumas pessoas, ele tinha estabelecido um precedente negativo e ido contra alguns ideais da rede.
Uma dessas pessoas foi Charles Hoskinson, que depois viria a fundar a Cardano. Entretanto, o norte-americano já afirmou não considerar a ETC um projeto seu, e que não possui expectativas sobre ela.
A origem do ETC também pode ter papel na alta atual. Apesar de a Ethereum Classic não possuir tecnologia de ponta em finanças descentralizadas (DeFi), por exemplo, ela é fiel ao código original da Ethereum.
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