Após ultrapassar US$ 111 mil, o preço do Bitcoin apresentou sinais de estagnação nas últimas duas semanas. Alguns investidores passaram a demonstrar preocupação com um possível cenário de “double top”.
Esse padrão técnico costuma indicar uma reversão acentuada, como ocorreu em 2021. No entanto, analistas experientes afirmam que essa preocupação é exagerada. Eles argumentam que as condições atuais do mercado diferem completamente das observadas há quatro anos.
Conforme reportado recentemente pelo BeInCrypto, surgiram certos sinais de divergência. Eles apontam para a possibilidade de o Bitcoin reverter a tendência em junho. Caso isso ocorra, poderá se confirmar um padrão de double top, o que potencialmente resultaria em uma correção superior a 70%, como em 2021.
No entanto, o analista Stockmoney Lizards acredita que o sinal de divergência baseado no RSI é pouco confiável. Ele destaca que esse indicador falhou em prever corretamente os topos de mercado na maioria dos casos passados.
“Quer saber o que descobri? Isso tem estado errado na maioria das vezes. 2015: ‘Divergência significa topo!’ – BTC subiu 10x. 2017: ‘Esta divergência é diferente!’ – BTC continuou subindo por meses. 2019: ‘Finalmente confirmado!’ – Outro movimento de 4x a caminho. A única vez que realmente funcionou foi em 2021. Isso é 1 em 5. Então devemos vender tudo com base em um indicador que falhou 80% das vezes?” Stockmoney Lizards afirmou.
Além de questionar a confiabilidade dos indicadores técnicos, ele também destaca alguns sinais positivos negligenciados. Por exemplo, o número de endereços de carteira ativos aumentou, sugerindo uma participação crescente de investidores de varejo e institucionais.
Métricas on-chain e cenário macroeconômico atual afastam temores de repetição de 2021
Além disso, o MVRV Z-Score — uma métrica on-chain que mede a valorização do Bitcoin em relação ao seu valor justo — permanece em patamar reduzido. Historicamente, esse indicador sugere que o ativo não está supervalorizado e ainda possui espaço para valorização.
Além dos sinais técnicos e de rede, Thomas Fahrer, fundador da ApolloSats, destaca diferenças estruturais entre o cenário atual e o de 2021. Ele ressalta que, naquele período, o mercado enfrentou uma série de eventos negativos em sequência.
Diversas ocorrências contribuíram para a queda do BTC após seu topo. Entre elas, o colapso do ecossistema Luna, envolvido em um esquema Ponzi, a venda de “bitcoins de papel” pela FTX sem lastro real, e a alta acelerada dos juros promovida pelo Federal Reserve dos EUA para conter a inflação.
Esses elementos, combinados, criaram um cenário desfavorável para o setor cripto, provocando uma correção expressiva no preço do Bitcoin.
Por outro lado, Fahrer reforça que 2025 apresenta um panorama totalmente diferente. Ele aponta que o mercado atual é sustentado por avanços significativos. Entre eles, estão a aprovação dos ETFs de Bitcoin, a entrada de grandes empresas que compram bilhões de dólares do ativo como reserva, e a adoção por parte de alguns estados norte-americanos que estão formando tesouros em BTC. Esses fatores representam uma transformação estrutural importante.
O Bitcoin passa a ser visto como um ativo confiável por instituições, deixando de ser apenas uma alternativa especulativa, como ocorria anteriormente.
“A comparação do double top de 2021 é tola”, afirmou Thomas Fahrer.
A Stockmoney Lizards compartilha da mesma perspectiva de Fahrer sobre o papel fundamental do capital institucional em 2025.
Em um primeiro momento, o gráfico de preços pode lembrar o de 2021. Isso tende a gerar preocupação entre analistas técnicos. No entanto, as condições de mercado estão em constante evolução e jamais se repetem da mesma forma.
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