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Entenda as mudanças do Cripto Conforme na fiscalização de transações cripto no Brasil

2 mins
Atualizado por Thiago Barboza

EM RESUMO

  • Entenda as mudanças do Cripto Conforme na fiscalização.
  • O programa deve exigir mais dados de exchanges, focando em transparência e compliance.
  • Especialistas veem a regulamentação como uma forma de fortalecer o mercado e atrair investidores institucionais.
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O Brasil quer aumentar a fiscalização de criptomoedas no país. Para isso, a Receita Federal criou um plano chamado de Cripto Conforme.

O objetivo é fazer com que o Brasil se adeque a padrões internacionais de tributação de operações com ativos digitais.

Entenda as mudanças do Cripto Conforme

O projeto do Cripto Conforme deve se basear no Remessa Conforme. O programa existe desde 2024 e almeja certificar empresas de e-commerce para seguir regras de importação com termos de tributação diferentes.

Além disso, desde junho, a Receita possui um grupo de trabalho específico para estudar o tema. Embora já se tenha ideia de que medidas precisam de implementação, ainda não se decidiu a forma como isso acontecerá.

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“Em resumo, a Receita Federal quer saber de quem são os ativos e onde está o final da cadeia. Isso não significa um aumento de tributação imediata ou cobrança imediata, mas sim um controle para fins de quando e se houver um evento de tributação, saber a correta tributação e se ela foi realizada e reportada”, disse o advogado tributarista Henrique Munia e Erbolato, sócio do Santos Neto Advogados, à Exame.

Ele acrescenta que o governo brasileiro “já vem há tempos adotando providências nessa linha, inclusive em 2017 com as regras que exigiram das entidades, nacionais e estrangeiras, inscritas no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, a indicação à Receita Federal dos beneficiários finais de suas respectivas cadeias de participação societária”.

Além disso, Erbolato frisa que o objetivo não é aumentar impostos e sim a fiscalização sobre quem opera no setor.

Exchanges devem passar por mudanças

Conforme a lei do Brasil, as exchanges que atuam no país já são obrigadas a fornecer informações sobre transações. Esses dados incluem, por exemplo, quantidade, valor da operação e CPF/CNPJ dos envolvidos.

O problema é que são os próprios usuários que precisam relatar as operações entre pessoas físicas ou internacionais. E é nesse ponto que existe um ponto cego na lei, o qual o Cripto Conforme precisa tapar.

Em suma, o objetivo do programa seria “incluir na prestação de informações as instituições de pagamento que prestam serviços para exchanges internacionais com atuação no Brasil”, afirmou a advogada tributarista Camila Meneghin Pedroso de Oliveira, do CSA Advogados.

Por outro lado, as exchanges não veem a necessidade de compliance com novas normas com maus olhos. Pelo contrário, elas podem ajudar a criar um ambiente de negócios mais justo e favorável.

“Embora possa parecer que a regulamentação restrinja o mercado, na realidade, ela cria um ambiente mais seguro e confiável, o que é fundamental para atrair novos usuários, em especial clientes institucionais, reforço. No entanto, a médio prazo, os players sérios e comprometidos não terão dificuldades para se adaptar”, afirma o diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, Fabrício Tota, ao BeInCrypto.

Tota lembra que as brechas na lei podem facilitar, por exemplo, casos de lavagem de dinheiro. É por isso que as empresas do setor querem clareza regulatória.

“Uma regulamentação clara e bem estruturada tende a atrair mais investidores e clientes institucionais, o que impulsionará o crescimento do setor”, finaliza.

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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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