A companhia de dados Chainalysis fez o registro de marca no Brasil, sinalizando a possível expansão de atividades para o mercado brasileiro.
De acordo com a publicação desta terça-feira (23) da Revista de Propriedade Industrial, a empresa norte-americana registrou com sucesso a marca Chainalysis INC. aqui no Brasil.
Apesar de não ser obrigatório, fazer o registro de marca no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), é um dos primeiros passos de muitas empresas estrangeiras que desejam entrar no mercado de um novo país.
A Chainalysis é uma referência na área de análises de dados blockchain. Com frequência, a empresa atua em parceria com agências governamentais em investigações de combate a atividades ilícitas envolvendo criptomoedas.
A empresa utiliza algoritmos avançados para monitorar transações de criptomoedas em blockchain, conseguindo dessa maneira, rastrear o dinheiro do cibercrime e confiscá-lo com o auxílio das autoridades e exchanges.
Com o registro de marca aceito no Brasil, é possível que a Chainalysis possa oferecer os serviços de monitoramento de criptomoedas às empresas e órgãos brasileiros em um futuro próximo.
O diretor de receita da Chainalysis, Jason Bonds, confirmou ao BeInCrypto que a empresa planeja expandir os negócios no país.
De acordo com ele, o Brasil é um dos mercados de criptomoedas mais sofisticados da América Latina e o maior em termos de valor on-chain movimentado no ano passado.
“Vamos investir mais tempo e recursos para expandir nossos negócios no Brasil à medida que a atividade de criptomoeda continua a crescer e ganhar legitimidade na região. Esperamos preencher a lacuna entre a indústria e o setor público à medida que a regulamentação for lançada”.
Chainalysis fortalece presença no Brasil
Desde o ano passado, a Chainalysis vem intensificando a sua presença no país.
Conforme noticiou o BeInCrypto em dezembro, o Gerente de Operações de Inteligência da Chainalysis, João Campos, participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir o combate à lavagem de dinheiro no país.
Na discussão que pautava uma revisão da Lei de Lavagem de Capitais, Campos defendeu a necessidade do Brasil aprender a monitorar criptomoedas como forma de minimizar o uso dos ativos digitais em atividades criminosas.
Recuperar o dinheiro ilícito transformado em criptomoedas está entre os principais desafios que a Polícia Federal enfrenta no país. Em 2020, a PF apreendeu R$ 130 milhões de criptomoedas usadas na lavagem de dinheiro.
O valor, no entanto, poderia ser muito maior se a inteligência da polícia tivesse ferramentas para rastrear e bloquear criptomoedas do crime.
Na audiência pública, João Campos apontou que assim como o Departamento de Justiça dos EUA usou a tecnologia da Chainalysis para rastrear e confiscar US$ 1 bilhão do caso Silk Road, as autoridades brasileiras poderiam repetir a experiência para solucionar crimes parecidos que acontecem no país.
Ele defendeu inclusive que o bitcoin e outras criptomoedas deveriam ser explicitamente incluídas na lei de lavagem de dinheiro do Brasil.
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