A Núclea, empresa de soluções em dados e tecnologia, vai lançar a 1ª tokenização de recebíveis de cartões. Ainda em fase de implementação, o lançamento está previsto para acontecer neste 3º trimestre.
Com uma projeção de US$ 16 trilhões até 2030, os Ativos do Mundo Real (RWA – Real World Assets, na sigla em inglês) já estão transformando diversos setores.
Para o CEO da Núclea, André Daré, o que não funcionava há 3 anos pode ser a solução ideal hoje.
“A evolução do blockchain está transformando o setor financeiro, tornando-o mais seguro, eficiente e acessível”, disse durante apresentação na Febraban Tech.
Mercado de recebíveis evolui no Brasil e blockchain reduz custos
Daré ressaltou que a tecnologia blockchain está reduzindo custos e tempo de resposta, gerando principalmente oportunidades para o setor financeiro.
Para se ter uma ideia dos custos em 2021, o valor médio de uma transação na rede Ethereum variava entre US$ 10 e US$ 40. Hoje, esse custo caiu para uma faixa entre US$ 0,30 e US$ 5 — uma redução entre 80% e 95%.
Na blockchain da Solana, por exemplo, em 2021 o custo médio era de US$ 0,01 e hoje é de US$ 0,001. Ou seja, nos últimos quatro anos, observou-se uma queda expressiva nos custos médios de transações.
Tokenização de URs de cartões
Com um crescimento de 11% no mercado de cartões de 2023 para 2024, a Núclea informou que a movimentação do setor no ano passado foi de R$ 4,1 trilhões. A média do volume antecipado no mercado de cartões foi de 30%.
Tokenizar as unidades de recebíveis (URs) vai garantir melhor custo, filtros e conciliação para Securitização Tokenizada, garantiu o CEO.
Há ainda a possibilidade de 2ª cessão (cessão da cessão) para o setor financeiro, voltado a bancos, tokenizadoras, estabelecimentos comerciais e investidores, finalizou Daré.
A Núclea, antiga CIP (Câmara Interbancária de Pagamentos), é responsável pela primeira iniciativa de liquidação no mercado secundário fora da B3. O novo mercado está integrado aos sistemas da empresa com licenças da CVM de Balcão Organizado e Depositária Digital de ativos tokenizados, com foco no segmento de acesso (middle market).
Com isso, as transações se tornam mais baratas e automatizadas, permitindo IPOs e lançamentos de operações de menor valor.
Tokenização pode alcançar R$ 4,2 bi no Brasil em 2025
O volume de tokenização com a Resolução da CVM nº 88 aumentou 14 vezes em dois anos: de R$ 0,3 bilhão em 2023 para R$ 2,5 bilhões em 2024. Para 2025, a estimativa da Núclea é de R$ 4,2 bilhões.
Mas vale lembrar que, no Brasil, o arcabouço regulatório para distribuição pública de ativos tokenizados restringe o volume da operação a R$ 15 milhões.
Tokenização de duplicatas
Com cases consolidados, como o da tokenização de duplicatas — que já movimentou R$ 300 milhões na Núclea Chain —, o CEO anunciou hoje (11) a tokenização de URs de cartões.
A tokenização de duplicatas, por exemplo, já gerou uma economia de 40% nas captações primárias da empresa. Além disso, Daré explicou que a redução no custo da securitização, aliada à maior velocidade das operações, viabiliza o acesso de pessoas físicas a estruturas com retorno acima de 130% do CDI e investimento mínimo de R$ 100.
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