O High-Level Seminar on Central Banking: Past and Present Challenges, promovido nesta sexta-feira na capital paulista pelo Banco Central, reúne ex-presidentes de Bancos Centrais internacionais que debatem os desafios da economia.
Em um discurso de 10 minutos na abertura do evento, o ministro da Economia, Fernando Haddad, não tocou no tema de moedas digitais, cripto economia, tokenização ou qualquer referência à DeFi. O ministro se focou em defender que as políticas monetária, fiscal e social andem juntas. Recentemente, o imbróglio entre o governo Lula e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, levantou a discussão sobre a autonomia do BC. Campos Neto também esteve presente no evento.
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Haddad disse que a frequência das reuniões do Conselho Monetário Nacional tem que mudar, passando a ser feitas conforme a demanda.
“O Brasil e a Turquia são os únicos países no mundo que tem um calendário fixo para essas reuniões. É preciso realizar de acordo com as necessidades”.
Na sequência, Agustín Carstens, Diretor-geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS), falou sobre preservar a força institucional dos bancos centrais e a confiança da sociedade nessas instituições. Carstens, quem o evento convidou para uma palestra magna, falou bastante sobre o sucesso das políticas públicas e a importância de serem bem desenhadas. “Esse elemento é a confiança da sociedade nas políticas públicas”, disse.
Executivo do BIS afirma que criptomoedas só fortalecem as finanças centralizadas
“As tentativas recentes de criar formas privadas de dinheiro com base em tecnologias que permitem transações em livros descentralizados destacaram o valor do sistema monetário”. Foi com essa afirmação que Agustín Carstens tocou no assunto criptoeconomia. E o executivo do BIS foi além.
Ele disse que os defensores das criptomoedas “se gabam” de que elas podem funcionar sem a intervenção do banco central. Que em sua visão, é um credor de último recurso ou uma estrutura regulatória e de supervisão confiável.
Carsten ainda afirmou que, na realidade, como as criptomoedas não fornecem nenhum meio conveniente de troca e nem uma reserva estável de valor, elas claramente não replicam nenhum dos atributos fundamentais do dinheiro. Isso faz com que fique visível que o que sustenta o dinheiro fiduciário, em relação a novas alternativas baseadas em tecnologia, é a estrutura institucional e as convenções sociais que a sustentam.
Alinhado à Fernando Haddad
O executivo do BIS defendeu, assim como Haddad, que as políticas fiscais e monetárias andem juntas. Segundo ele, por meio de um regime de metas de inflação, o banco central se compromete a usar suas ferramentas para atingir tais metas. Se o público confiar no banco central para fazer o que for necessário para manter a inflação próxima da meta, essa meta torna-se uma referência fundamental para as pessoas tomarem suas decisões de preços e salários. Ao invés de levarem como ponto de referência a inflação corrente. Essa atitude, em teoria, levaria a uma inflação baixa e estável.
Para Agustín Carsten, o Brasil foi poupado de turbulências recentes em seu setor bancário e em episódios passados. Ele afirmou que não é resultado da sorte, mas do esforço coletivo de gerentes de bancos, supervisores e autoridade monetária.
“No período recente, os choques enfrentados pelas diversas economias apresentaram uma natureza global, implicando reações de política na mesma direção”, afirmou.
O evento também conta com a presença de Roberto Campos Neto, Presidente do Banco Central do Brasil, que vai moderar um painel com presidentes de bancos centrais de outros países, incluindo Christine Lagarde a Presidente do European Central Bank (virtualmente).
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