Ver mais

EM RESUMO

  • Elon Musk acredita que a OpenAI e a Apple vão roubar dados de usuários se a Maçã integrar o ChatGPT em seu SO.
  • Ele prometeu banir dispositivos da Apple de suas empresas se isso acontecer.
  • A verdade é que Musk não gosta da OpenAI e é crítico frequente da startup.
  • promo

O troll profissional e milionário nas horas vagas Elon Musk deixou de lado as polêmicas envolvendo a política brasileira e agora mira seu novo projeto de FUD: a adoção de modelos de Inteligência Artificial (IA) da OpenAI pela Apple.

A estratégia de Musk é a mesma de sempre. Ele se esconde atrás do argumento de “liberdade de expressão” para acusar a startup de IA de espionagem.

Quem tem medo da OpenAI?

No Twitter (X), Musk denunciou o que seria um esquema de espionagem e roubo de dados através de uma parceria entre a Apple e a OpenAI.

“Se a Apple integrar a OpenAI em um nível de SO, os dispositivos da Apple serão banidos em minhas empresas. Esta é uma violação de segurança inaceitável”, bradou.

Leia mais: 5 criptomoedas para ficar de olho em junho

Além disso, Musk deixou claro que visitantes terão de deixar seus dispositivos da Apple na entrada, onde eles serão confinados em uma gaiola de Faraday.

A ida do dono do Twitter, entretanto, atinge apenas os modelos de linguagem grande (LLMs) da OpenAI, mas não mencionam alternativas de competidores como o Google.

Recém-chegados ao debate podem argumentar que Musk está sendo o bilionário falastrão de sempre, mas há um detalhe importante a ressaltar: ele foi um dos cofundadores da OpenAI.

A startup de IA, até hoje, é liderada por seu outro cofundador, Sam Altman (um executivo com um histórico conturbado na própria empresa). Inclusive, ela dedica uma página inteira para explicar porque, afinal, Musk deixou a empreitada.

Conforme a OpenAI, Altman e Musk perceberam que precisariam de uma grande quantidade de fundos para tornar seus modelos de IA generativa (AGI) realidade. A única forma de tornar isso realidade, portanto, seria transformar a iniciativa em uma empresa privada e lucrativa.

A desavença, ainda de acordo com a empresa, ocorreu porque Musk queria fundir a OpenAI com a Tesla, algo que os outros fundadores negaram.

“Conforme nós discutimos uma estrutura lucrativa para continuar com a missão, Elon [Musk] queria que nós nos fundíssemos com a Tesla ou ele queria controle total. Em seguida, ele deixou a OpenAI, dizendo que era preciso um competidor relevante ao Google/Deep Mind e que ele mesmo iria construí-lo”, diz a startup.

Elon Musk tem medo da IA (alheia)

Esta não é a primeira vez que Musk ataca a OpenAI. Pouco após a popularização do ChatGPT 3.0, em dezembro de 2022, quando começaram os debates legais e éticos sobre a tecnologia, o dono da Tesla propôs uma paralização completa da pesquisa e desenvolvimento de IA, até que a humanidade pudesse terminar essa discussão.

Ao mesmo tempo, ele criticou os limites legais e éticos do próprio ChatGPT. A solução da OpenAI se recusa até hoje a falar sobre certos tópicos mais sensíveis e se nega a conversar sobre assuntos como política.

Para Musk, a IA tem que ser livre para falar sobre o que quiser, sem censura. Isso inclui, claro, tópicos extremistas.

Entretanto, engana-se quem acredita que a suposta paralisação proposta por Musk seria a ambrosia da falta de regulamentação. É certo que ele continuaria a desenvolver seu próprio LLM, procurando usar esse tempo para alcançar tecnologias já existentes, como as da OpenAI.

No fim do dia, o que Musk percebeu é que a empresa que ele abandonou cresceu sem ele. Com o ego machucado, ele passou a usar o poder de seu discurso para causar FUD na indústria.

É por isso que ele não ameaçou proibir tecnologias rivais como o Google Gemini. E é praticamente certo que, uma vez que alguma de suas empresas lance um LLM próprio, ele será laureado como o melhor e mais seguro produto da indústria.

Quem discordar será bloqueado.

Melhores plataformas de criptomoedas | Junho de 2024

Trusted

Isenção de responsabilidade

Todas as informações contidas em nosso site são publicadas de boa fé e apenas para fins de informação geral. Qualquer ação que o leitor tome com base nas informações contidas em nosso site é por sua própria conta e risco.

Julia.png
Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
READ FULL BIO
Patrocinados
Patrocinados