O consórcio Drex já começa a gerar resultados antes mesmo da implementação oficial. A solução de pagamentos digitais offline, desenvolvida em parceria com a Elo em ambiente de testes, já chegou à realidade dos brasileiros.
Solução criada dentro do Drex
O Brasil, com certeza, é um país de muitas oportunidades e, sobretudo, de grandes paradoxos. Por exemplo, até abril de 2025, cerca de 57% dos brasileiros não têm acesso de alta qualidade à internet — mais da metade da população, portanto. Apenas 22% dos cidadãos têm acesso considerado pleno e estável.
Esses dados, do estudo “Conectividade significativa: proposta para mediação e o retrato da população no Brasil”, trazem um desafio relevante para as empresas que operam na economia, principalmente na integração entre o físico e o digital.
A Caixa, que historicamente tem um papel social no Brasil, se uniu à Elo, empresa brasileira de tecnologia de pagamentos, e à IDEMIA Secure Transactions. Juntas estão desenvolvendo o projeto para viabilizar transações financeiras em regiões de vulnerabilidade econômica e acesso restrito à rede.
Município ribeirinho é o escolhido para validar iniciativa
A Caixa realizou o teste robusto da solução de pagamento offline em 4 de abril de 2025, no município de São Sebastião da Boa Vista, no Pará, um dos principais símbolos da cultura ribeirinha do país. Aliás, a instituição atende os beneficiários de programas sociais apenas por meio da Agência-Barco, que presta serviços de forma itinerante.
O sucesso da iniciativa pode transformar a forma como a população local recebe, envia, consome e até guarda dinheiro, principalmente em regiões com baixa conectividade e acesso restrito a serviços financeiros.
A CAIXA está comprometida em oferecer soluções que melhorem a vida das pessoas, independentemente de onde elas estejam. Iniciativas como essa demonstraram o potencial da tecnologia em possibilitar transações seguras e eficientes, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social de nosso país, explica o Superintendente Nacional de Benefícios Sociais da CAIXA, Marcelo Viana Paris.
Veneza da Ilha de Marajó se beneficia da blockchain
A cobertura de internet na região é carente. Segundo a Anatel (2024), em torno de 54% da população rural e urbana do município de São Sebastião da Boa Vista tem cobertura de internet. Mas não só isso: o município é conhecido como a “Veneza da Ilha de Marajó”, pela sua exuberância de canais de água e pelas casas de palafita — construções da cultura popular que se adaptam ao poderoso regime climático do local, que registra altos índices pluviométricos.
O primeiro destaque da operação é a presença da Agência-Barco da Caixa, criada justamente para o atendimento de populações ribeirinhas da Amazônia e da região Norte do país, em toda a sua variedade de desafios, oferecendo periodicamente os mesmos serviços de uma agência convencional em terra, exceto os de movimentação de dinheiro em espécie.
Temos a missão de explorar a tecnologia de pagamento offline para ampliar a inclusão financeira, oferecendo o que há de mais avançado para melhorar a vida das pessoas, dentro da possibilidade de desenvolver negócios em todos os territórios do país, complementou Rafael Dias Silva, superintendente Nacional de Administração Financeiras da CAIXA.
Infraestrutura tecnológica: do simples ao altamente complexo
O funcionamento do pagamento offline ganha vida a partir da tecnologia blockchain. Isso porque a solução envolve o uso de carteiras digitais que armazenam as chaves dos usuários e permitem o acesso à nova moeda em versão tokenizada (que é um ativo financeiro convertido em token). Essa nova lógica de negócios abre possibilidades de transações com segurança, agilidade e sem atritos.
Trata-se de um circuito implementado em blockchain, em formato totalmente protegido por criptografia. Em suma, o projeto contém camadas de inovação, infraestrutura descentralizada e design da jornada do cliente que asseguram a integridade das transações, mesmo em ambientes de acesso restrito à internet e em qualquer outra modalidade oficial de pagamento, afirma Eduardo Merighi, vice-presidente de Tecnologia e Soluções da Elo.
A Elo informou que os usuários podem acessar as carteiras digitais, base do processo, de forma online ou offline. Para isso, devem usar dispositivos móveis com tecnologia de pagamento offline. Esses aparelhos permitem transações em pontos de venda que aceitam aproximação (NFC), QR Codes ou cartões biométricos.
O Brasil reserva lições que estão muito além dos protocolos padronizados de mercado. Aprendemos que a inovação pode ser aplicada em circunstâncias de máxima simplicidade. Portanto, criar serviços cada vez mais simples e eficientes — em um contexto de avanço tecnológico — é um mantra para quem toca o dia a dia da empresa reconhecida como o cartão do brasileiro, finaliza Eduardo Merighi.
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