A imprensa de El Salvador informou que o país propôs o uso de criptomoedas, possivelmente Bitcoin, para liquidações a fim de resolver seus desafios comerciais com a Rússia.
Assim, essa proposta faz parte dos esforços mais amplos de El Salvador para fortalecer os laços econômicos com a Rússia e melhorar sua posição geopolítica.
El Salvador quer usar Bitcoin para negociar com a Rússia
Alexander Ilyukhin, primeiro secretário da embaixada russa na Nicarágua e chefe do escritório em El Salvador, revelou essa mudança. Ele reconheceu, portanto, a decisão inovadora de El Salvador de adotar o Bitcoin como sua moeda legal.
“Dentro do país, qualquer turista pode pagar por qualquer serviço com Bitcoin. Mas em nosso país, o Bitcoin não é muito difundido, por isso estamos procurando outras formas de fortalecer o comércio. O governo de El Salvador está pronto para continuar a cooperação econômica com a Rússia”, disse Ilyukhin.
A moeda oficial de El Salvador, o dólar americano, apresenta obstáculos significativos ao comércio com a Rússia. Especialmente porque os países ocidentais exercem pressão sobre a nação latino-americana. Embora o governo salvadorenho esteja explorando a criação de uma instituição financeira capaz de processar transações em várias moedas mundiais, o envolvimento de bancos intermediários nos EUA e na Europa representa um risco de intervenção ocidental.
Em meio a essas pressões, El Salvador manteve sua política externa independente, recusando-se a se alinhar com qualquer parte envolvida no conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Embora a equipe do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky tenha tentado obter o apoio de El Salvador, Ilyukhin observou que ainda não obteve sucesso.
Associação ao BRICS: Um novo capítulo para a estratégia global?
A posição neutra de El Salvador em relação ao conflito e sua resistência às pressões ocidentais abriram caminho para uma cooperação econômica mais profunda com a Rússia. Apesar do volume de negociações relativamente modesto entre os dois países, há um potencial significativo de crescimento.
O volume de negóciações flutuou nos últimos anos, chegando a quase US$ 100 milhões antes que a pandemia da COVID-19 e as tensões geopolíticas impactassem as relações internacionais.
“As exportações russas para El Salvador permaneceram quase no mesmo nível, mas as importações chegaram a quase zero. Mas há perspectivas. Há muitos empresários de El Salvador interessados em fazer negócios com a Rússia”, acrescentou Ilyukhin.
Em meio a essas manobras diplomáticas, El Salvador também está considerando entrar para o bloco econômico BRICS, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Essa possível adesão poderia proporcionar a El Salvador novas oportunidades econômicas e uma posição geopolítica mais forte.
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O bloco BRICS busca ativamente a desdolarização, com alguns países, incluindo a Rússia, voltando-se para as criptomoedas como uma alternativa ao dólar americano. Ao diversificar suas parcerias econômicas e reduzir sua dependência dos EUA, El Salvador poderia apoiar seu objetivo de melhorar sua posição global.
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