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Como alta na Selic impacta o mercado cripto, segundo especialistas

4 Min.
Atualizado por Aline Fernandes

Resumo

  • Copom eleva a taxa Selic para 14,25% a.a. enquanto FED mantém juros entre 4,25% e 4,5%.
  • Selic pode atingir 15,50% a.a., projeta GCB Investimentos.
  • Após a divulgação dos dados macroeconômicos, o preço do Bitcoin teve uma valorização de 4.64%.
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O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (19), elevar a taxa Selic para 14,25% ao ano, o maior valor desde 2016.

A medida reflete os desafios externos, como a incerteza na política econômica dos Estados Unidos, que afeta as expectativas globais, e o cenário doméstico, com sinais de desaceleração da economia e inflação acima da meta. As previsões para a inflação de 2025 e 2026 aumentaram para 5,7% e 4,5%, respectivamente.

EUA manteve, Brasil subiu

Além disso, o Comitê destacou riscos para a inflação, como a desancoragem das expectativas e a resiliência da inflação de serviços. A decisão de aumentar a Selic visa controlar a inflação e promover a estabilidade econômica, equilibrando o crescimento e o pleno emprego.

Enquanto isso, nos EUA, o Federal Reserve (FED), banco central americano, disse pela ata do FOMC, equivalente ao Copom aqui no Brasil que:

Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. A taxa de desemprego se estabilizou em um nível baixo nos últimos meses, e as condições do mercado de trabalho permanecem sólidas. A inflação continua um tanto elevada.

O Comitê busca atingir o máximo de emprego e inflação na taxa de 2% no longo prazo. A incerteza em torno da perspectiva econômica aumentou. O Comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu mandato duplo, explica a ata do BC americano. Assim, o FED optou pela manutenção dos juros nos Estados Unidos (EUA) no intervalo entre 4,25% e 4,5%.

Quais os impactos da alta da Selic no mercado cripto?

Ambas as decisões eram esperadas por economistas. Aqui no Brasil, Lucas Constantino, estrategista-chefe da GCB Investimentos, aposta em uma Selic mais alta até o final do ano.

Na segunda reunião do ano, o Copom manteve a postura firme no combate à inflação e, de forma unânime, elevou novamente a taxa Selic meta em 1,0 p.p. – em linha com as projeções da GCB Investimentos – levando a taxa básica de juros para 14,25% a.a.

Em fevereiro, o índice de preços oficial do Brasil (IPCA) registrou alta de 1,31%, o que levou a um avanço de 4,56% para 5,06% na leitura anualizada, ampliando sua distância à faixa superior de tolerância da meta do BC, de 4,50%, ressalta Constantino.

Embora a recente valorização cambial e desaceleração da economia tragam algum alívio aos preços, o balanço de riscos permanece elevado.

Para o estrategista-chefe, o lado positivo disso tudo é que “a desvalorização do dólar reduziu parte das pressões inflacionárias, enquanto as últimas leituras de indicadores de atividade apontam sinais de fraqueza nos setores produtivos.  Sugerindo assim que o aperto das condições financeiras já tem afetado a economia, mesmo que ainda sem um impacto mais expressivo sobre os preços”, pontua

O lado ruim, segundo o especialista da GCB Investimentos é o destaque da ata sobre a “fragilidade fiscal brasileira e o aumento das incertezas internacionais mediante as políticas econômicas de Donald Trump” . Aliás, esses são pontos que devem seguir influenciando as projeções sobre a inflação e a condução da taxa básica de juros pela instituição.

Diante do panorama incerto e desafiador, mantemos a projeção de uma taxa terminal de 15,50% a.a. para a Selic, explica Constantino.

Mercado atento

Entretanto, a recente melhora no fluxo de informações e dados – refletida nas expectativas inflacionárias – pode abrir espaço para uma estabilização dos juros em um nível um pouco inferior, considerando um contexto de desaceleração econômica projetada, complementa.

Ele também acredita que o “Fed deve seguir acompanhando a evolução do cenário, da política, dos indicadores e das expectativas dos agentes a cada reunião

Jorge Alves, sócio e CEO do Brasil Bitcoin, acredita que o “recente aumento da taxa de juros para 14,25% ao ano — o maior patamar desde o governo Dilma, reflete a preocupação do mercado com o descontrole das contas públicas e a alta das expectativas de inflação”

Em momentos como este, fica ainda mais claro como os ciclos econômicos impactam diretamente quem busca segurança e rentabilidade, diz Alves.

Otimismo no setor cripto

Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio, está otimista. Para o executivo, o Bitcoin e as criptomoedas oferecem alternativas para problemas globais crônicos, como a inflação.

Não é à toa que vemos a adoção de cripto aumentando ano a ano: os últimos números de 2024 mostraram que mais de 568 milhões de pessoas, 6,8% da população global, possuíam criptomoedas.

O aumento em relação a 2023 foi de 33%, com nossa região liderando as estatísticas de adoção global, com um crescimento de mais de 117%, de acordo com estimativas do processador de pagamentos Triple A, que coincidem com os volumes relatados pela Chainalysis, explica Serrano.

Após anúncios, Bitcoin subiu

Ana de Mattos, Analista Técnica e Trader Parceira da Ripio, fez uma análise logo após os anúncios. Após a divulgação dos dados macroeconômicos, o preço do Bitcoin teve uma valorização de 4.64%. Deixando de ser negociado por US$ 83.578 e atingindo a máxima de US$ 87.453.

Se houver continuidade da alta, o preço do Bitcoin poderá buscar a resistência dos US$ 88.620. Se superada essa resistência, o próximo alvo de médio prazo será a região de liquidez dos US$ 94.840, explica Ana.

fonte: Ana de Mattos, trader e analista.

Caso o preço do Bitcoin não supere as resistências acima citadas, o ativo poderá buscar os suportes de curto e médio prazo nas faixas de preços de US$ 83.020 e US$ 79.700, complementa Mattos.

Ethereum acima dos US$ 2 mil

O preço do Ethereum rompeu para cima a consolidação em que operava desde 10 de março. Ao fazer o rompimento, o Ethereum atingiu a máxima do dia 19, nos US$ 2.069.

Se houver continuidade da força compradora, o preço do ativo poderá buscar as regiões de liquidez dos US$ 2.185 e US$ 2.285 como pontos de resistência. Os suportes do Ethereum estão nas áreas de valor dos US$ 1.830 e US$ 1.750.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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