Crescimento da economia, estabilidade política e democrática e reforma tributária foram os destaques apontados como os principais desafios para os negócios em 2023. Os dados são de acordo com uma pesquisa da Câmara Americana de Comércio para o Brasil.
O Plano de Voo Amcham 2023 foi apresentado no antigo pregão da BM&F Bovespa no centro da capital paulista. O evento, contou com a presença da Ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), o CEO da Amcham Brasil, Abrão Neto, do Chairman da Black Rock, Carlos Takahashi,além de lideranças importantes da indústria e do mercado financeiro.
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Tebet (MDB) disse que vai trabalhar em conjunto com o Ministro da Economia, Fernando Haddad. O objetivo é para estabilizar a dívida pública e quer acelerar a reforma tributária.
“É a nossa única bala de prata. Uma espécie de “vacina econômica”. Nós vamos trabalhar para que a reforma tributária saia até o final do ano”.
Dificuldades econômicas
Antes da fala da ministra, o CEO da Amcham apresentou os dados do levantamento. Ele foi realizado com 465 líderes empresariais C-level de empresas de grande e médio porte sobre as perspectivas para o ano.
Crescimento da economia brasileira (67%) e estabilidade política e democrática (56%) são os principais desafios para os negócios em 2023. Outros fatores citados pelos executivos como fonte de preocupação em 2023 foram segurança jurídica e regulatória (34%), disponibilidade e custo de mão de obra (28%) e incertezas sobre o cenário internacional (24%).
“O desejo do setor empresarial por crescimento econômico combinado com um cenário político estável é uma das principais mensagens captadas pela nossa pesquisa. Ambos os fatores estão intimamente ligados e se influenciam mutuamente”, explica Abrão Neto.
Com uma representatividade de 1/3 do PIB brasileiro, a Amcham Brasil reúne cerca de 4.000 empresas. Ela é a maior Câmara Americana fora dos Estados Unidos, presente em 117 países.
Reforma tributária é prioridade
Para 68% dos executivos, a principal medida a ser priorizada pelo novo governo para impulsionar a economia é a reforma tributária. No entanto, mais da metade dos respondentes (66%) não acreditam ou entendem serem baixas as chances de sua aprovação em 2023. Apenas 34% vislumbram média ou alta probabilidade de uma reforma tributária passar neste ano.
“O ceticismo do setor privado encontra lastro na realidade. Há anos se discute, sem sucesso, uma reforma tributária abrangente. O tema é urgente, complexo e, para avançar, demandará a liderança do governo e o engajamento ativo do setor produtivo”, explica Neto.
De acordo com os participantes, na busca pelo crescimento econômico, o governo também deveria enfatizar o equilíbrio fiscal (51%), segurança jurídica e redução de burocracia (39%), fortalecimento da estabilidade política e democrática (36%) e uma política industrial eficiente e moderna (29%).
A Amcham perguntou se os empresários observam uma relação direta entre estabilidade democrática e desenvolvimento econômico do Brasil. Para a maioria (78%), a avaliação é que existe uma correlação alta entre os temas.
Inovação tecnológica e Web 3
O presidente da Amcham falou sobre a visão das novas tecnologias incluindo a blockchain e como pode aproveitar os novos recursos.
“Na área de comércio internacional, por exemplo, o uso de tecnologia blockchain é muito importante. Toda essa trajetória de modernização tecnológica é vista de uma maneira muito positiva, porque apoia o crescimento e o desenvolvimento econômico no país”.
Abrão Neto também citou o déficit na formação de capacitação profissional de mão de obra especializada na área digital:
“Nós temos uma política e estratégia de transformação digital e precisa ser vista como uma política de estado e não de governo. E há um desejo muito grande de continuidade em todas as políticas nessa área, para que a gente possa colher os frutos que esse avanço tecnológico nos permite.” concluí o executivo.
O CEO e Chairman da Arko Advice, Murilo Aragão, lembrou dos “cinco milhões de CPFs” que operam na bolsa e disse que o “processo de desbancarização” já está em curso por aqui:
“Eu não acho que a desbancarização ocorreu ou começou a acontecer por causa das criptomoedas, mas sem dúvida a questão das criptomoedas reforça a desbancarização. Reforça o ambiente de investimentos porque que diversifica e a blockchain aumenta a validação das operações”, explica o Aragão.
O CEO da Arko Device diz que vê as operações com criptomoedas no Brasil de maneira relevante, com maior volume de investidores.
O presidente do Conselho de Admiministração do grupo Moura, Paulo Sales, por outro lado, vê com bons olhos o mercado de criptoativos.
“Eu acho que essa questão das criptomoedas vai vir para ficar porque a blockchain não é só um instrumento financeiro, traz segurança a várias operações. Então, acredito que nós como empresário temos obrigação de estarmos conectados com tudo isso para não corrermos o risco de ficarmos para trás e as nossas empresas não evoluírem e não fazerem com a economia do Brasil crescer”.
Agenda sustentável e prioridades de gestão
Na visão de 51% das empresas participantes, a agenda de sustentabilidade e meio ambiente possui alta relevância em 2023. Outras 31% conferem importância média para a pauta ambiental. Entretanto, apenas 18% indicaram baixa relevância para o tema em seus negócios no ano.
Entre as áreas de maior interesse das empresas na agenda ambiental e de sustentabilidade, destacaram-se eficiência energética e/ou energias renováveis (62%) e reciclagem, circularidade e manejos de resíduos (40%). Foram citados, ainda, o interesse na redução de gases de efeitos estufa (22%), mercado regulado de carbono (20%) e bioeconomia (20%).
Para a CEO da AES, Clarice Sadock, as novas tecnologias como a blockchain garantem mais eficiência e clareza para os processos. A presidente que lida com diversas tecnologias diferentes para captação de energia, vê de maneira muito positiva o uso da web 3 , mas diz que é preciso avaliar com cautela sempre.
“As novas tecnologias vieram para ficar, mudar a realidade e são muito bem vindas.”
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