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Dinheiro vinculado à finalidade: como Cingapura planeja corrigir a interoperabilidade da CBDC

3 mins
Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • A Autoridade Monetária de Cingapura está trabalhando em uma solução, Purpose Bound Money, para resolver o problema da interoperabilidade das moedas digitais do banco central.
  • O PBM, funcionando como um voucher, tem uma característica única de interoperabilidade entre diferentes plataformas, atuando assim como uma ponte no sistema financeiro fragmentado.
  • Apesar dos desafios como questões de privacidade e segurança, a abordagem inovadora do PBM pode promover inclusão financeira, transações eficientes e criação de valor.
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A Autoridade Monetária de Cingapura (MAS) é pioneira em uma solução revolucionária, o Purpose Bound Money (PBM), para resolver o problema da interoperabilidade das moedas digitais do banco central (CBDCs).

Sob o Projeto Orchid do MAS, o PBM foi proposto para enfrentar a crescente fragmentação no cenário monetário global, onde diferentes formas de dinheiro digital competem pelo domínio.

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Dinheiro Vinculado à Finalidade e interoperabilidade de CBDCs

O Purpose Bound Money (ou Dinheiro Vinculado à Finalidade) representa um salto além dos pagamentos programáveis e do dinheiro programável. Ele refere-se a um protocolo que estabelece os termos para usar um CBDC subjacente.

Funcionando de forma semelhante a um voucher, apenas em circunstâncias específicas o CBDC pode ser resgatado. No entanto, uma vez liberado para o comerciante, torna-se irrestrito, funcionando potencialmente como uma solução de depósito entre comprador e vendedor.

O recurso de destaque do PBM, no entanto, está em sua interoperabilidade entre plataformas. Como diferentes desenvolvimentos de ativos digitais levam a uma variedade de tecnologias de contabilidade e formas monetárias, o PBM pode emergir como uma ponte sobre essa divisão.

“O Purpose Bound Money, como conceito, está se tornando cada vez mais necessário, pois diferentes pilotos e desenvolvimentos estão levando à fragmentação”, destacou Francesco Burelli, sócio da Arkwright Consulting.

Os fundamentos teóricos do PBM foram revelados em um white paper técnico publicado pela MAS em colaboração com parceiros internacionais e do setor privado. O white paper descreve a arquitetura proposta e o ciclo de vida do PBM, marcando um avanço significativo na tecnologia nascente.

Em essência, o PBM incorpora uma reserva de valor subjacente, atuando como garantia, e um “PBM Wrapper”, que define o uso pretendido por meio de um código de contrato inteligente. Esse design se assemelha ao processo de empacotamento em criptos, que permite o uso de tokens em diferentes blockchains.

“O PBM é na verdade um invólucro. É embrulhar a reserva de valor. Ninguém mais está realmente pensando nisso [nas finanças tradicionais], mas o empacotamento é um conceito muito comum nas criptomoedas”, disse Kenneth Bok, diretor administrativo da Blocks em Cingapura.

CBDC de Cingapura: a inclusão financeira é obrigatória

O plano do MAS é ambicioso. Isso poderia permitir a coexistência de moedas privadas, como depósitos tokenizados e stablecoins e CBDCs. Além disso, poderia fortalecer o sistema financeiro, promovendo conveniência, eficiência, segurança e confiança.

Esse projeto visa promover a inclusão financeira, agilizar as transações e estimular o valor econômico. Essas são características essenciais que os bancos centrais devem alcançar com suas CBDCs, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“A adoção do CBDC é fundamental para os bancos centrais atingirem objetivos de política, como promover a inclusão financeira e complementar o declínio do uso de dinheiro. Aprender com as inovações de pagamento anteriores e investigar os incentivos para adoção deve desempenhar papéis importantes no design da CBDC”, afirmou Tao Sun, economista sênior do FMI.

Dinheiro vinculado à finalidade: como Cingapura planeja corrigir a interoperabilidade da CBDC
Bancos Centrais Emitindo CBDCs. Fonte: Statista

A ideia do PBM está atualmente em experimentação em um caso de uso de comércio eletrônico por gigantes da indústria. Isso inclui Amazon, DBS Bank e Grab.

O diretor de FinTech da MAS, Sopnendu Mohanty, vê essa colaboração como uma prova do foco na inovação. De fato, ele acredita que esse esforço conjunto aumentará a eficiência das transações e melhorará o papel dos CBDCs nas finanças futuras.

“Essa colaboração entre participantes do setor e formuladores de políticas ajudou a alcançar avanços importantes na eficiência de liquidação, aquisição de comerciantes e experiência do usuário com o uso de dinheiro digital. Mais importante, melhorou as perspectivas de o dinheiro digital se tornar um componente-chave do futuro cenário financeiro e de pagamentos”, disse Mohanty.

Vale a pena notar que, como o PBM ainda está em sua infância, não está imune a desafios. As preocupações com privacidade e segurança permanecem primordiais, assim como as possíveis vulnerabilidades no código e no design lógico.

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Thiago Barboza
Thiago Barboza é graduado em Comunicação com ênfase em escritas criativas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2019 conheceu as criptomoedas e blockchain, mas foi em 2020 que decidiu imergir nesse universo e utilizar seu conhecimento acadêmico para ajudar a difundir e conscientizar sobre a importância desta tecnologia disruptiva.
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