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Detran-DF testa emplacamento com blockchain e conversa com BC sobre Drex

3 mins
Atualizado por Aline Fernandes

Mais uma instituição do poder executivo anunciou o uso da blockchain. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Brasília conduziu um experimento de emplacamento de veículos por meio da tecnologia blockchain.

A iniciativa, que envolveu a tokenização dos dados do veículo, foi realizada em parceria com a Cconsensus, especializada em Hyperledger Fabric. Ao término do teste, ficaram evidenciadas as potencialidades da tecnologia não apenas no processo de emplacamento, mas também em outros procedimentos do departamento, destacando sua capacidade de integração com a plataforma Drex.

Conforme adiantou o portal Blocknews já existem conversas entre o Banco Central do Brasil (BC) e a Cconsensus, baseada na Capital Federal.

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A fase de experimentação do emplacamento está inserida no escopo do projeto denominado Banco Nacional Blockchain Detran (BNBD) pelo Detran-DF. O projeto tem como foco os órgãos de trânsito e outros intervenientes associados ao setor.

O objetivo é garantir mais segurança às transações, afirmou Flávia Maria Alves Lopes, gestora do projeto-piloto e diretora de Tecnologia e Informação do órgão de trânsito em Brasília.

“As informações (de veículos e indivíduos) estão hoje armazenadas em servidores de rede. Isso precisa ser aprimorado”, completou Flávia. Segundo ela, órgãos de controle estão pedindo melhores ferramentas de segurança de dados.

Dessa forma, a estratégia do Detran-DF para 2024 – 2030 inclui ações de inovação em compartilhamento de dados. Até 2060, o plano é ser cidade inteligente, com tudo na palma da mão. Atualmente o órgão tem 2,3 milhões de veículos registrados em circulação e registra cerca de 700 mil transações eletrônicas ao dia.

Flávia destaca que a tecnologia blockchain oferece a vantagem de registrar todas as atividades, incluindo detalhes sobre quem realizou quais ações e quando, armazenando essas informações em diversos computadores na rede de forma imutável.

A gestora do Detran-DF também confirmou que pretende continuar com os testes em blockchain e usará a tecnologia para testes na área de contratos.

“Nas transações comerciais, ainda não sabemos que direção tomar”. E ela toca num ponto crucial: “vamos precisar esquecer como funciona hoje e repensar o processo. Não é só passar para blockchain”, alerta Flávia.

Tokenização chegou

Conforme o CTO da Cconsensus, David Reis, a tokenização dos dados do carro acontece logo no início da existência do veículo no sistema, quando isso acontece no emplacamento. A partir daí, é possível fazer operações como Entrega contra Pagamento (DvP, na sigla em inglês) e dar o veículo como garantia de crédito. “Com a propriedade na blockchain do Detran, o DvP fica fácil”, afirma o CTO.

Flávia confirmou que foi atrás do Banco Central (BC) para falar sobre integração na plataforma Drex depois que viu o vídeo da instituição sobre a diferença entre Pix e Drex. O DvP é o ponto principal nessa explicação. Com o real digital, DvP e garantia de crédito, por exemplo, podem acontecer com o uso de contratos inteligentes, acabando com a clássica dúvida de porta de cartório: “entrego o carro ou espero o pagamento?”.

Conversas com o BC

“O Banco Central tem interagido com reguladores de diversos tipos de ativos, desde valores mobiliários até ativos reais como automóveis e imóveis. O objetivo é que, após resolvidas as questões de privacidade, o Drex se torne uma plataforma para a negociação desses ativos. “, afirmou ao Blocknews Fabio Araújo, coordenador do projeto do Drex.

“Assim, além da cooperação com reguladores como CVM, Susep (Superintendência de Seguros Privados) e Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), o BC já iniciou conversas com o Detran-DF e com agentes do mercado imobiliário”, completou.

Inspiração para uso da blockchain

De acordo com o CMO da Cconsensus, Welvis Fernandes o teste de blockchain no emplacamento começou quando a empresa venceu o Desafio ASG da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da BioTIC, que é parte da Agência Desenvolvimento do Distrito Federal, no mês passado.

Dos finalistas, o Detran-DF escolheu a empresa para usar blockchain no programa Primeiro Emplacamento Inteligente (PEI), que poderá se conectar com o BNBD.

Desafios para adoção de blockchain

Um dos desafios da adoção de blockchain em contratos envolvendo veículos é o número de instituições vinculadas ao processo. “Temos q conversar com elas”, afirmou Flavia. Num financiamento, por exemplo, além do aval do Detran, é preciso assinaturas digitais de ao menos três partes: do vendedor, do comprador e da financeira.

Sobre a conexão entre Hyperleger Fabric e Hyperledger Besu, a blockchain do Drex, David informou que há iniciativas em laboratório para integração com a plataforma do BC.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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