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Depois do Brasil, é hora de o Reino Unido querer banir o Telegram

3 mins
Por Josh Adams
Traduzido Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • O Reino Unido vai votar a Lei de Segurança Online, que restringe o acesso a aplicativos de mensagens privadas, incluindo o Telegram.
  • Signal, WhatsApp e Wikipedia disseram que deixarão o país se o projeto de lei for aprovado.
  • A lei dá ao governo maior vigilância do que as agências de espionagem do Reino Unido.
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Um novo projeto de lei do Reino Unido pode proibir o acesso ao Telegram, app de mensagens privado favorito do setor de criptomoedas

O Reino Unido está analisando uma proposta de lei que pode acabar com mensageiros verdadeiramente privados no país. Ele não é popular entre os jogadores de tecnologia.

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WhatsApp, Signal e Wikipedia já disseram que planejam deixar o país se o projeto for aprovado.

O projeto de lei já chegou à fase de comissão da Câmara dos Lordes. Ou seja, não falta muito para se tornar lei.

No fim do semestre, os britânicos podem perder o acesso a uma série de aplicativos de mensagens privadas, incluindo o Telegram. O Projeto de Lei de Segurança Online, redigido pelo Partido Conservador, imporá uma série de restrições às atividades online.

O projeto de lei permite que o OFCOM proíba efetivamente a criptografia de ponta a ponta. OFCOM é o regulador de comunicações do Reino Unido.

Se aprovada, a lei representa uma séria ameaça à privacidade dos cidadãos do país.

Chega de Mensageiros Privados

Em abril, WhatsApp, Signal e outros líderes do setor expressaram preocupação em uma carta aberta. “Não achamos que nenhuma empresa, governo ou pessoa deva ter o poder de ler suas mensagens pessoais”, dizia.

A carta continua:

“Na forma como está redigido, o projeto de lei pode quebrar a criptografia de ponta a ponta, abrindo as portas para a vigilância rotineira, geral e indiscriminada de mensagens pessoais de amigos, familiares, funcionários, executivos, jornalistas, ativistas de direitos humanos e até dos próprios políticos, o que prejudicaria fundamentalmente a capacidade de todos se comunicarem com segurança”.

Signal e WhatsApp já disseram que planejam desistir em vez de cumprir as novas regras. Os dois, assim como o Telegram, oferecem o recurso de criptografia ponta a ponta.

Na comunidade cripto, por exemplo, o Telegram é de longe o aplicativo de mensagens mais popular. As restrições ao seu uso provavelmente impedirão o objetivo do Reino Unido de se tornar um hub criptográfico.

De acordo com uma opinião legal de Matthew Ryder KC, fornecida ao Index On Censorship, o projeto de lei dará ao OFCOM uma “remissão mais ampla sobre os poderes de vigilância em massa dos cidadãos do Reino Unido do que as agências de espionagem do Reino Unido”.

Reino Unido deve aprovar projeto de lei

Em janeiro, o projeto de lei chegou à Câmara dos Lordes, a câmara legislativa superior do Reino Unido. Se for aprovado, o que é provável, o projeto de lei pode ser sancionado em algum momento durante o fim do semestre.

A legislação não afetará apenas os mensageiros privados. Ela também obriga as empresas de tecnologia a serem responsáveis por manter as crianças seguras online, impedindo seu acesso a conteúdo nocivo e impondo limites de idade.

As empresas terão que remover o conteúdo “legal, mas prejudicial” banido sob seus termos de serviço. A Wikipedia se opôs verbalmente. Ela deixará o Reino Unido em vez de cumprir.

O projeto de lei levou quatro anos e quatro primeiros-ministros para chegar até aqui. O “Online Harms White Paper”, divulgado pela primeira vez em abril de 2019, marcou seu início.

Tudo começou como uma resposta ao trágico suicídio de Molly Russell, de 14 anos, em 2017, que destacou os riscos representados pelo acesso de crianças a conteúdo online que promovem a automutilação. No entanto, muitos acreditam que a resposta foi uma reação exagerada.

Por fim, o Partido Conservador da Grã-Bretanha sempre teve uma abordagem mais autoritária para a regulamentação online do que muitos de seus equivalentes ocidentais. Na última década, por exemplo, o partido tentou várias vezes regular o acesso à pornografia.

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Júlia V. Kurtz
Editora-chefe do BeInCrypto Brasil. Jornalista de dados com formação pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia pela Globo e, agora, está se aventurando pelo mundo cripto. Tem passagens na Gazeta do Povo e no Portal UOL.
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