Ostentando uma vida de luxo repleta de carros importados e mansões, o empresário Leonardo Gusmão Araújo é investigado por promover um dos maiores esquemas de pirâmide financeira do Brasil.
A estimativa é que mais de 44 mil brasileiros tenham sido atraídos ao esquema que prometia 250% de rendimentos ao ano.
As criptomoedas, como o bitcoin, foram utilizadas com iscas pela empresa DD Corporation. Eles vendiam aos investidores, pelas redes sociais, a grande chance de mudar de vida e ficar rico.
A promessa irreal, no entanto, pode ter causado até R$ 2 bilhões de prejuízos aos clientes que acreditaram em Leonardo e seus sócios.
O caso foi tema de reportagem do Domingo Espetacular que foi ao ar neste domingo (23), na TV Record.
A reportagem traz detalhes sobre o sumiço do fundador da DD Corporation. Atualmente, ele é investigado por liderar uma quadrilha suspeita de promover esquemas fraudulentos.
O início do suposto esquema
Tudo começou quando Leonardo percebeu a boa recepção que seus cursos e sobre bitcoin tinham com o público. Ele sustentava uma vida de luxo, e usava isso para despertar a ganância de seus seguidores.
Logo, os cursos ganharam grandes proporções e Leandro abriu a empresa DD Corporation. A plataforma era uma espécie de corretora de bitcoins. Nela, um robô chamado ‘Next’ fazia o trade e exibia quanto o dinheiro do cliente rendia diariamente.
No entanto, de um dia para o outro, o sistema saiu do ar, impedindo que os clientes sacassem os supostos rendimentos. Uma prática bastante comum já vista em investigações contra outras empresas, como Atlas Quantum, Unick e Genbit.
Marketing Multinível
O esquema da DD Corporation também promovia marketing multinível. Quanto mais pessoas trazidas, maiores eram as recompensas. Uma vítima disse que indicou o investimento porque ela mesma confiava na empresa.
“Eu trazia clientes porque antes de mais nada, eu mesma coloquei mais de 200 mil reais, uma boa parcela de um imóvel que eu tinha vendido.”
Os maiores sócios ganhavam o título de ‘Gran Presidente’. Um deles é Gabriel Rodrigues, um jovem de 21 anos que ficou famoso por atrair milhares de clientes. Agora, ele também é investigado.
Em nota à reportagem, ele nega qualquer envolvimento e afirma: “Tudo que eu consegui no negócio foi fruto do meu trabalho.”
MP investiga pirâmide financeira
O caso é investigado agora pela Delegacia de Crimes Econômicos e contra a Administração Pública, além do Ministério Público.
A promotora Joseane Suzart Lopes da Silva, do MP de Justiça do Consumidor da Bahia, conta mais sobre o caso.
“O nosso objetivo é que esses consumidores sejam indenizados, e que eles tenham de volta os valores que investiram e perderam. E que essa empresa não continue no mercado prestando informações que não correspondem com a realidade.”
O advogado Edmilson Ferreira contou à TV Record que há indícios que Leonardo mora atualmente em Portugal. Também é suspeito de ter imóveis em Dubai.
“Os demais (sócios) a grande maioria permanece no Brasil, sob alegação de que também foram vítimas, e de que não tinham envolvimento direto com a pirâmide financeira. Mas, sabe-se notoriamente que uma pirâmide financeira não se constitui por uma única pessoa.”
Fundador da DD Corporation passando fome?
O MP teve acesso a áudios de Leandro. Nas gravações divulgadas pela TV Record, ele pede ajuda aos amigos e diz não ter dinheiro para comer.
“Eu preciso de 5 mil euros para os honorários do meu advogado, e preciso de um dinheiro pra comer aqui porque eu não tenho mais nada.”
Ele ainda pede transações semanais de 50 mil euros a supostos participantes da empresa que ainda residem no Brasil.
Leonardo Araujo continua negando que tenha aplicado um golpe. Além disso, ele alega que avisou dos riscos de investir em bitcoin no passado.
De acordo com as investigações, no entanto, as oscilações das criptomoedas não foram as causadoras da perda dos clientes. Pelo contrário, foi a própria DD Corporation que tirou do ar, sem aviso prévio, a plataforma, sem qualquer devolução de dinheiro aos investidores.
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