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Adoção de criptomoedas dispara na Argentina em meio à crise do peso e inflação

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Escrito por
Pedro Kosa

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Editado por
Lucas Espindola

24 outubro 2025 10:09 BRT
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  • Argentinos usam stablecoins para driblar inflação.
  • O BTC e USDC se tornam ferramentas de poupança.
  • A crise mostra as criptos como um modelo global de liberdade financeira.
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A adoção de criptomoedas na Argentina está crescendo à medida que o valor do peso despenca e as taxas de inflação permanecem altas. A tendência demonstra a utilidade real que criptos e a tecnologia podem ter.

Com as criptos, os cidadãos argentinos buscam uma válvula de escape, que dribla a instabilidade econômica crônica que a dolarização não conseguiu resolver. A crise na argentina pode ser reflexo de uma tendência global em mercados emergentes, onde o Bitcoin e as stablecoins atreladas ao dólar estão se transformando de ativos em ferramentas indispensáveis para poupança diária e inclusão financeira básica.

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Os problemas financeiros da Argentina têm origem em uma crise de confiança profundamente enraizada na moeda nacional, agravada por décadas de controles de capital e má gestão cambial. Consequentemente, a promessa do presidente Javier Milei de dolarização total não se concretizou, obrigando os cidadãos a buscar estabilidade por meios alternativos.

O fracasso do peso e a ascensão da “terceira moeda”

As criptos surgiram como a “terceira moeda”. Elas preenchem a lacuna entre transações do dia a dia até a necessidade de poupança estável.

Além disso, o Bitcoin (BTC) é utilizado como uma reserva de valor não confiscável e não soberana. As stablecoins atreladas ao dólar (USDC) funcionam como uma unidade de conta estável. Isso permite que os indivíduos se dolarizem efetivamente sem depender do banco central ou do sistema bancário local.

Neeraj K. Agrawal, Diretor de Comunicações do Coin Center, destacou essa dinâmica.

“As stablecoins são agora essenciais para os argentinos se protegerem da crise do peso, ilustrando um uso poderoso para a defesa financeira autossoberana”, afirmou.

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Em centros urbanos como na capital Buenos Aires, as stablecoins são cada vez mais usadas para receber salários e realizar pequenas transações. Esta é uma estratégia de sobrevivência, contornando taxas e o risco político associado às instituições financeiras tradicionais.

Os argentinos estão lutando para preservar seu poder de compra convertendo salários instantaneamente em cripto, mostrando uma resistência descentralizada à hiperinflação.

Argentina como modelo global de liberdade financeira

A adoção acelerada de criptomoedas na Argentina não é um caso isolado: ao contrário, serve como um modelo global para inclusão financeira em outras economias emergentes com inflação alta, como Turquia e Nigéria.

Essas nações compartilham o desafio comum de proporcionar aos cidadãos “liberdade monetária” fora da política monetária nacional volátil.

A Argentina tem uma das maiores taxas de adoção de cripto globalmente, impulsionada pela necessidade. O sistema beneficia principalmente profissionais e trabalhadores de tecnologia que participam do mercado de trabalho global. Eles utilizam stablecoins para receber salários estáveis, denominados em dólares, através das fronteiras, evitando taxas de transferência internacional e atritos burocráticos.

O estudo de caso argentino prova um ponto: criptos não são apenas um mecanismo para evitar impostos, mas uma infraestrutura financeira crítica, que capacita os cidadãos com poder de compra estável e acesso a oportunidades econômicas globais. Além disso, as criptos operam independentemente da estabilidade governamental local.

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