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Crise da Ledger alavanca vendas de carteiras hardware da Trezor

3 mins
Por Daniel Ramirez-Escudero
Traduzido Thiago Barboza

EM RESUMO

  • Crise da Ledger alavancou em 900% as vendas da Trezor.
  • A Ledger diz que foi um erro de marketing.
  • O lançamento do Ledger Recovery foi adiado.
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A crise de imagem em relação à legitimidade das carteiras hardware da Ledger está favorecendo a concorrência, especialmente a Trezor. A empresa rival de cold wallet viu suas vendas dispararem 900% semana após semana.

A empresa de carteira de hardware comunicou por meio de um comunicado à imprensa como as vendas de seus dispositivos de carteira de hardware receberam uma grande demanda repentina. A Trezor registrou um crescimento semanal de 900% no volume de vendas.

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A Trezor não lançou nenhum produto novo ou fez uma grande atualização para receber tantas compras. O catalisador de tantas vendas decorre da causada pelo lançamento da Ledger de seu novo produto Recovery.

O novo produto da Ledger deu a entender que poderia fornecer acesso remoto à frase inicial da cold wallets. Essa abertura anula radicalmente o propósito de usar uma carteira hardware. As carteiras de hardware são produtos projetados para separar a frase inicial da Internet para limitar o acesso de hackers ou outros invasores.

Essa crise de confiança na Ledger tem causado um grande fluxo de usuários de criptomoedas em busca de alternativas no mercado de criptomoedas. O concorrente direto da Ledger sempre foi a Trezor, embora não tenha vencido nessa batalha, isso pode mudar a médio prazo.

Carteiras de hardware: ser ou não ser open source

Ao contrário da Ledger, a Trezor tem todo o seu código aberto, um detalhe que pode ser fundamental na crise de confiança nas carteiras hardware. Devido à abertura do próprio código, qualquer pessoa pode ver como interage com o dispositivo. Portanto, qualquer tentativa de acessar a frase inicial por meio de uma nova atualização pode ser observada pela comunidade cripto.

Atualmente, a Ledger não é de código aberto e, portanto, o fator de confiança deve existir. Após o fiasco de marketing do lançamento do Recovery, a empresa francesa deu um passo atrás e atrasou o lançamento, prometendo que pela primeira vez estará aberta a lançá-lo por meio de código aberto.

Em uma comunidade onde a autocustódia e a não dependência de entidades centralizadas, fundamentos da filosofia do Bitcoin, ser open source é decisivo. Quando se trata de aspectos de segurança, as preocupações são ainda maiores.

A Trezor está ciente de que pode ganhar terreno e está aproveitando a crise da Ledger para divulgar à comunidade cripto como a empresa sempre foi open source:

Na Trezor, acreditamos que as carteiras hardware – armazenamentos frios que prometem 100% de autocustódia – não devem, em nenhum momento, tornar a frase inicial acessível a qualquer pessoa que não seja o usuário.

Hack da Trezor: é tão ruim assim?

Somando-se ao pânico da crise de confiança da carteira hardware, um hack do dispositivo Trezor T veio à tona ontem.

O hack realizado pela empresa de segurança cibernética Unciphered conseguiu extrair a frase inicial da Trezor T como o PIN do dispositivo. Eric Michaud, co-fundador da empresa de segurança cibernética Unciphered, mostrou em um vídeo como eles conseguiram o feito que eles próprios rotularam de “extremamente difícil”.

O hack de hardware descobriu um bug que não pode ser corrigido com uma atualização, como Michaud menciona:

O exploit Trezor T não pode ser corrigido com atualizações de firmware […] Para corrigi-lo, a Satoshi Labs terá que retirar todos os seus produtos, o que provavelmente não farão.

É verdade que isso mostra que a Trezor tem uma vulnerabilidade intrínseca no seu hardware. No entanto, existe uma solução fácil… Se um usuário for roubado ou perder seu Trezor, ele simplesmente saberá que não deve apenas obter um novo dispositivo, mas também transferir todos os fundos para uma nova frase inicial.

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Thiago Barboza
Sound Designer de profissão e apaixonado por comunicação, Thiago Barboza é graduado em Comunicação com ênfase em escritas criativas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2019 conheceu as criptomoedas e blockchain, mas foi em 2020 que decidiu imergir nesse universo e utilizar seu conhecimento acadêmico para ajudar a difundir e conscientizar sobre a importância desta tecnologia disruptiva.
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