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Criptomoedas mudam hábitos na Argentina e afetam indústria de marketing

3 mins
Por Vu00edctor Zapata
Traduzido Aline Fernandes

EM RESUMO

  • Não se trata mais apenas de estudar seus potenciais clientes e estabelecer uma estratégia atrelada à mídia tradicional.
  • O marketing requer um novo aprendizado e a implementação de novas estratégias na Argentina.
  • Membros do setor que narram experiências em primeira pessoa sobre um incidente que veio para ficar.
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A Argentina tem muitos exemplos sobre o impacto das criptomoedas no país. Sua incidência é certamente mais decisiva do que em outras nações, principalmente devido às questões econômicas cotidianas que levam as pessoas a buscar alternativas. A tal ponto que influenciaram a forma de fazer marketing na região.

Com inflação de mais 100% ao ano, proibição de comprar dólares e um futuro que não vislumbra grandes mudanças no curto e médio prazo, a criatividade tem papel determinante. 

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As criptomoedas não são apenas uma forma de os argentinos manterem seu poder de compra, mas também deram impulso a outras indústrias. O marketing, muitas vezes ligado a empresas geridas com novas tecnologias, sentiu o impacto.Quem não se adaptou aos novos tempos está ficando para trás na corrida.

Criptomoedas mudaram o marketing na Argentina

Para quem trabalha na área, não se trata mais apenas de estudar seus potenciais clientes e estabelecer uma estratégia atrelada à mídia tradicional. Porque os públicos mudaram (que recorreram às redes sociais e ao streaming) e as metodologias de pagamento também. Com esses dois avanços, hoje é menos complexo acessar audiências remotas.

A chefe do departamento de Marketing e Publicidade da empresa Amigos Imaginários, Camila Maccari, falou sobre as mudanças provocadas pelo surgimento do marketing cripto no negócio que eles realizam há mais de uma década.

“Para nós, foi fascinante. Antes, era utópico pensar em ter clientes de fora. Muito menos dos Estados Unidos. Achamos muito complexo de conseguir para uma pequena empresa no interior da Argentina. As criptomoedas nos deram acesso graças ao seu poder e facilidade de uso.”

A empresária explica que não imagina voltar a um cenário anterior ao surgimento dos criptoativos .

“Começamos recebendo Bitcoin. Então incorporamos as criptomoedas mais famosas e isso nos abriu a oportunidade de oferecer nossa marca e serviço a clientes de todo o mundo. Há alguns anos, tínhamos uma carteira de 10 clientes locais. Hoje conseguimos triplicar essa estatística, com 70% dos clientes de fora. A maioria nos paga com criptomoedas. Alguns usam Bitcoin, outros stablecoins. Depende de muitos fatores, mas o crescimento do nosso negócio se deve fortemente ao fato de termos adicionado criptomoedas”.

O gerente da agência ADN DIGITAL, Rodrigo Nievas, segue uma linha semelhante à de Maccari. Seu trabalho é atrair empresas do setor agrícola (setor fundamental da economia argentina) para desenvolver sua comercialização.

“Muitos de nossos clientes já estão aplicando blockchain à sua oferta. As criptomoedas não eram novas desse ponto de vista. Mas tivemos que adaptar nossa estratégia. Antes, tratava-se de estar em contato com a mídia tradicional, como rádio, televisão e mídia impressa. Hoje estamos a apontar para o desenvolvimento de um website que promova a nova oferta e redes sociais”.

Nievas explica que eles também viram a necessidade de interagir com as poderosas comunidades de criptomoedas na Argentina.

“Eles tinham que ser informados sobre esse impacto. Os seus canais de divulgação são muito fortes e permitem-nos divulgar a nossa oferta. Na Argentina, os grupos surgem em diferentes redes sociais. O uso de criptomoedas como um porto seguro de valor é algo completamente natural hoje. De minha parte, espero que não seja regulamentado , porque com certeza o Estado vai buscar alguma vantagem que nos prejudique”.

Novas tecnologias requerem que profissionais se reinventem

Para muitos empreendedores significou ter que se reinventar e aprender novos conceitos que estão atrelados às novas tecnologias.

“Não é o mesmo dizer a um cliente que você vai alavancar o negócio dele anunciando em um programa de televisão, do que explicar a ele que sua oferta vai atingir um público mais amplo. Hoje devemos mostrar que temos escopo para receber Bitcoin ou USDT. Que poderemos operar na Argentina ou nos Estados Unidos com o mesmo profissionalismo. Requer até um treinamento diferente para o receptor entender que você está falando com ele, ou às vezes ensinando, algo para o qual você foi treinado”.

A onda de choque não apresenta sintomas de pausa. Com parâmetros econômicos que não são projetados para serem estáveis, é muito possível que a gravitação das criptomoedas seja ainda maior na Argentina. Com isso, a inevitável transformação de diversos setores da vida profissional, como tem sido o caso do marketing. E provavelmente uma nova revisão de como o impacto atingiu outro nicho.

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Aline Fernandes
Apaixonada pelo que faz, Aline Fernandes é uma profissional que atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por quase todas as redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia...
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