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Criptomoeda espanhola quer apoiar causa LGBT+

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Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • O espanhol Juan Belmonte, 48, cabeleireiro, empresário, envolvido com a causa LGBT+ criou uma criptomoeda LGBT+ chamada Maricoin, que já está em uso na Espanha.
  • Maricoin foi lançada no final de dezembro em um evento que envolveu mais 10 empresas no bairro de Chueca, da Espanha, Madri.
  • Maricoin já tem apoiadores, como a empresa de capital de risco Borderless Capital, com sede em Miami, e o presidente-executivo da iniciativa, Francisco Alvarez.
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O empresário espanhol Juan Belmonte, 48, envolvido com a causa LGBT+, criou uma criptomoeda chamada Maricoin, que já está em uso na Espanha.

A ideia de criar a criptomoeda foi de Juan Belmonte, 48, cabeleireiro, empresário e envolvido com a causa LGBT+. Chamada de Maricoin (uma piada com a palavra “maricon”, uma ofensa comum em espanhol), ela quer ir além da questão econômica e trazer a representatividade LGBT+ para o universo das criptomoedas, e mudar o mundo.

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Do bairro de Chueca para o mundo

A Maricoin foi lançada no final de dezembro de 2021, em um evento que envolveu mais 10 empresas em Chueca, conhecido como o bairro LGBT+ da capital da Espanha, Madri.

A ideia do criador é que ela comece a ser usada esse ano, abrindo caminho para os pagamentos em empresas e eventos LGBT em todo o mundo.

Juan Belmonte disse, em entrevista à Thomson Reuters Foundation:

“Desde que movemos essa economia, por que nossa comunidade não deveria lucrar com ela, em vez de bancos, companhias de seguros ou grandes corporações que muitas vezes não ajudam pessoas LGBT+?”.

Dos salões de beleza para o universo da cripto

Belmonte teve a ideia da criptomoeda LGBT+ quando estava festejando com os amigos no evento Orgulho de Madri em julho de 2021.  

Mas o projeto já estava em sua mente há anos, desde 2017, quando um grupo de ultraconservadores HazteOir lançou uma campanha contra os direitos dos transgêneros. Eles colocaram nos ônibus da Espanha cartazes com escrito:  “Meninos têm pênis, meninas têm vulvas. Não se engane”.

A campanha do grupo de cristãos conservadores foi rapidamente proibida pelas autoridades espanholas. Mas o acontecimento foi um kickstart para que Belmonte pensasse em algo. Assim nasceu o Maricoin, não só para alavancar a economia LGBT+, mas também ser um símbolo da luta contra a homofobia.

Mercado LGBT+

Para Belmonte, o Maricoin tem tudo para dar certo e um dos elementos mais importantes é o fato de que o mercado LGBT+ global é enorme. Segundo uma pesquisa realizada pelo banco suíço Credit Suisse, ela seria classificada como a quarta maior economia mundial, seguida do Japão e da Alemanha.

Um estudo realizado em 2018 pela Kantar Consulting e pela rede social LGBT+ Hornet detectou que o poder de compra da comunidade nos Estados Unidos passou de US$ 1 trilhão em 2016. Ela se equiparou aos gostos dos consumidores afro-americanos e aos hispânicos.

De olho nas perspectivas positivas desse consumidor, a Maricoin já tem apoiadores, como a empresa de capital de risco Borderless Capital, com sede em Miami, e o presidente-executivo da iniciativa, Francisco Alvarez. Além de 8000 pessoas, que já estão na lista de espera para comprar a criptomoeda.

Como será

A criptomoeda LGBT+ será aceita em vários locais, em pagamentos de restaurantes, cafés, lojas e hotéis. Esses setores assinaram um manifesto de igualdade, em defesa dos direitos das pessoas LGBT+ e “todos que sofrem de exclusão”.

A ideia de Juan é que esses estabelecimentos serão listados em um mapa que funcionará como um guia LGBT+.

“Se violarem qualquer um dos pontos do nosso manifesto antidiscriminação, por exemplo, se demitirem uma mulher grávida por causa de sua gravidez, serão expulsos da maricoin”, acrescentou.

Além dessas particularidades, a moeda terá uma linguagem própria, como por exemplo, as transferências dela entre os usuários será chamada de “trans”.

Juan e Alvarez desejam que Maricoin possa gerar financiamento e ajuda para as empresas LGBT+ e as iniciativas comunitárias em todo o mundo.

“Poderemos dar microcréditos para que as pessoas estabeleçam um pequeno café LGBT+ na Colômbia, ou para apoiar projetos que ajudam refugiados gays a fugir de países onde seriam apedrejados até a morte”, disse Juan.

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Priscila Gorzoni
Jornalista formada pela Universidade Metodista de São Paulo, em ciências sociais pela USP, em direito pela Universidade Mackenzie, lato sensu em Fundamentos da arte e cultura pela Unesp-SP e mestre em história pela PUC SP. Iniciei minha carreira nas revistas passando por publicações como Bons Fluidos, Nova, Cláudia, Saúde. Mundo Estranho, Superinteressante e National Geographic Brasil. Publiquei alguns livros como O Guia do Autônomo, Os animais em guerra da editora Matrix, Os mortos-vivos da...
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