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Crimes com criptomoedas aumentam a receita da Darknet, diz Chainalysis

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Atualizado por Thiago Barboza

Dados dos últimos capítulos do Crypto Crime Report 2024 da Chainalysis, apontam que houve aumento de receita com hacks na darknet. Segundo a empresa de análise de blockchain, golpes com criptoativos em endereços suspeitos lucraram pelo menos US$ 4,6 bilhões em 2023.

O levantamento também destaca informações sobre o uso de criptomoedas por parte de organizações ligadas a ações terroristas e contrabandos de drogas como fentanil, segunda maior causa de morte nos Estados Unidos. Medicamento matou – só no ano passado – mais de 100 mil pessoas nos EUA, conforme a Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla). 

Leia mais: Sofri um golpe, e agora? Como agir em casos de fraude

Darknet recebeu quase US$ 2 bi em 2023

No ano passado, a Darknet testemunhou alta em suas receitas provenientes de atividades criminosas envolvendo criptomoedas, totalizando pelo menos US$ 1,7 bilhão.

Essas ações incluem o tráfico de drogas ilícitas, lavagem de dinheiro, desvio de fundos fiduciários e a comercialização de produtos que facilitam crimes cibernéticos, como ataques de ransomware e malware.

O aumento contrasta com o cenário de 2022, quando o Hydra, maior mercado negro do globo, foi encerrado por autoridades policiais.  Apesar de diversos mercados menores estarem prosperando, com muitos deles concentrados em nichos específicos, nenhum conseguiu ocupar completamente o espaço deixado pelo Hydra.

Crise do fentanil

O relatório destacou a venda de fentanil no ambiente ilícito, medicamento poderoso a base de opioide, controlado e usado também para dor aguda.

“Apesar de a maioria dos mercados da darknet proibir a a venda de fentanil em seus termos de serviço, quase todos os mercados convencionais voltados para o Ocidente possuem vendedores que oferecem produtos à base de fentanil, como a Abacus, que tem avaliações de clientes em seu site que confirmam isso”, detalha a Chainalisys.

Outro detalhe revelado é que vendedores não apenas da Abacus, mas de outros mercados ocidentais, comercializam uma droga substância análoga ao fentanil, chamado a-metilfentanil, popularmente conhecido como “China White”.

Conforme o Universal Journal of Clinical of Medicine, os pesquisadores acreditam que essa substância é resultado da contaminação durante o processo da síntese do fentanil e é vendida por seus efeitos, que podem ser até 300 vezes mais potentes do que a morfina, e tem sido responsável por mortes por overdose nos últimos anos.

Como o fentanil e as criptomoedas estão ligadas

Os clientes compram fentanil através de cartéis latino americanos. Esses grupos usam criptomoedas para compra de produtos químicos de laboratórios localizados na China.

Sanções

Enquanto a crise do fentanil continua a assolar os Estados Unidos, as autoridades intensificaram suas ações relacionadas às drogas em 2023. O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) implementou nove sanções específicas ao fentanil, que abrangeram endereços de criptomoedas identificados como parte dessas medidas, distribuídos em quatro ocasiões distintas de aplicação de sanções. 

Outro grupo responsável por movimentação ilícita de criptoativos são entidades e jurisdições sancionadas. O volume de transações nesse segmento foi responsável por 61,5% de todo o volume no ano passado, totalizando US$ 14,9 bilhões.

Dois serviços são os principais responsáveis por esse volume: Garantex, sancionado em 5 de abril de 2022 por sua afiliação a agentes ilícitos, incluindo grupos de ransomware-as-a-service (RaaS); e Tornado Cash, sancionado em 8 de agosto de 2022, por atuar na lavagem de criptomoedas roubadas pela organização de hackers Lazarus Group, ligada à Coreia do Norte.

Terrorismo

Apesar de pequeno, o volume movimentado por organizações terroristas é uma preocupação constante. Apesar de a blockchain garantir transparência e a rastreabilidade, muitos grupos utilizam as criptomoedas.

“Nessa categoria, as complexas redes financeiras de organizações terroristas se destacam, usando como exemplo a pegada na cadeia de Tawfiq Muhammad Said Al-Law, um operador de hawala baseado na Síria que estava envolvido no gerenciamento da infraestrutura de criptomoeda do Hezbollah.

Da mesma forma, há campanhas de crowdfunding que patrocinam atividades terroristas disfarçadas de campanhas de ajuda humanitária.”

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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