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Criadora do Bitcoin? Conheça a mulher que pode ser Satoshi Nakamoto

4 mins
Por Laure Elizabeth Iacoucci
Traduzido Anderson Mendes

Satoshi Nakamoto, pseudônimo do criador do Bitcoin (BTC), sempre foi considerado um homem pelo público em geral. O que representaria se o desenvolvedor fosse na verdade uma mulher?

A principal candidata como criadora do BTC nasceu em 1959, em Nova York. Ela passou o início de sua vida entre Israel e os Estados Unidos antes de estudar matemática na Carnegie Mellon University.

Iniciou então o curso de informática na Universidade da Califórnia, onde obteve o doutorado em 1984. Foi durante este último que inventou, com o diretor de sua tese, Manuel Blum, um novo algoritmo de criptografia.

Quem é Shafi Goldwasser?

A carreira de Goldwasser é bastante eclética. Ela se destacou ao ingressar no Massachusetts Institute of Technology (MIT), uma importante instituição americana para o desenvolvimento de diversas ciências e tecnologias.

Na instituição, lecionou matemática desde 1983 e foi a primeira titular da cátedra dedicada à criptografia RSA. Ao mesmo tempo, também atuou como professora em Israel.

Durante sua carreira como pesquisadora e professora, Goldwasser está principalmente interessada em teoria da complexidade, criptografia e até mesmo teoria algorítmica dos números. Dessa forma, ela é uma das inventoras das provas de conhecimento zero como as conhecemos hoje.

Todas estas contribuições permitiram que Shafi Goldwasser ganhasse prémios de prestígio, nomeadamente o Prémio Turing em 2012, considerado o equivalente ao Prémio Nobel da Ciência da Computação. Outras homenagens notáveis ​​incluem o Prêmio Gödel, ganho duas vezes, e um doutorado honorário da Universidade de Oxford.

Nos últimos anos, Goldwasser diversificou as suas atividades. Ela é cofundadora da Duality Technologies, uma startup de TI, e consultora de inúmeras empresas, incluindo a Algorand, fundada por seu colega do MIT, Silvio Micali. Também está trabalhando para decifrar comunicações usando IA.

Comentários sobre Satoshi Nakamoto

Não há nenhuma fonte arquivada que indique qualquer opinião de Shafi Goldwasser sobre Satoshi Nakamoto.

Parece também que as suas intervenções se limitam à criptografia e aos seus laços com a indústria, enfatizam a segurança e a confidencialidade em todas as situações.

Criadora do Bitcoin? Conheça a mulher que pode ser Satoshi Nakamoto
Fonte: Universidad de Berna

O que dizem os especialistas

Os especialistas vêm se perguntando há vários anos sobre a possibilidade de Satoshi Nakamoto ser uma mulher. No momento em que este artigo foi escrito, nenhuma evidência foi encontrada e as possibilidades são apenas especulações.

Recentemente, durante o Fórum Econômico de Davos 2022, Nicola Mendelsohn, vice-presidente da Meta, observou que o criador do Bitcoin pode muito bem não ser um homem. Antes dela, essa ideia já havia sido sugerida em 2018, sem uma resolução concreta.

De um ponto de vista mais prático, é muito provável que o BTC seja um esforço coletivo realizado por pessoas de ambos os sexos.

Neste caso, Shafi Goldwasser poderia ter se juntado aos outros candidatos mais prováveis ​​à identidade de Satoshi Nakamoto? Alguns elementos comuns à maioria das possíveis identidades mostram que isso seria possível:

  • Por ser uma criptógrafa reconhecida internacionalmente, o suposto trabalho em grupo usado para criar o Bitcoin teria sido um erro sem sua experiência;
  • Shafi Goldwasser passou parte de sua vida na Califórnia, ponto de encontro de candidatos à identidade de Satoshi Nakamoto, principalmente durante seus estudos.
  • Embora se acredite que Nakamoto seja baseado em protocolos que datam da década de 1960 até o final da década de 1980, a carreira e o trabalho de Goldwasser coincidem com o final deste período.

Conexões Shafi Goldwasser – Satoshi Nakamoto

Prova criptográfica: Shafi Goldwasser não utilizou quaisquer ferramentas, chaves privadas ou mesmo contas pertencentes a Satoshi Nakamoto.

Conhecimento técnico criptográfico e contribuições: Ao falar sobre Goldwasser, o conhecimento técnico criptográfico não deve ser questionado. Como inventora de novos sistemas de criptografia e acompanhando suas diversas implicações nesta área, ela teria amplo conhecimento para participar da criação do Bitcoin.

Em particular, Goldwasser contribuiu para avanços na criptografia homomórfica e nos protocolos de prova de conhecimento, que se tornaram componentes cruciais dos sistemas blockchain.

Curiosidade: suas obras mais reconhecidas não possuem ligação direta com a primeira criptomoeda. O BTC não usa prova de conhecimento zero, por exemplo. Além disso, trabalhou em criptografia de curva elíptica, usada principalmente para gerar chaves Bitcoin.

Correspondências comunicativas e linguísticas: Como cidadã americana, Shafi Goldwasser não usa expressões britânicas. No entanto, pode haver confusão no caso de artigos de sua autoria, mas neste caso o uso da linguagem da Commonwealth não pode ser atribuído a ela.

Em entrevista concedida por ocasião da obtenção do Prêmio Turing, ela mencionou ter começado a programar no início dos anos 1980. Pouco se sabe sobre seu trabalho em computação, mas é provável que ele tenha codificado em C++, linguagem usada por Satoshi Nakamoto.

Consistência das declarações: Shafi Goldwasser não é considerada membro da comunidade cypherpunk, mas certos elementos de seu trabalho podem sugerir isso. Alguns de seus artigos destacam o compartilhamento de dados sob anonimato e parecem buscar a maior confidencialidade possível.

Alguns dos seus trabalhos, especialmente a partir da década de 2000, centraram-se mesmo em assinaturas electrónicas e transferências protegidas contra vírus ou outros ataques maliciosos. Mas, apesar disso, nenhuma declaração pode estar diretamente relacionada às opiniões de Nakamoto.

Reconhecimento da comunidade: se por vezes foi levantada a possibilidade de Satoshi Nakamoto ser uma mulher, os membros da comunidade que acreditam em tal fato permanecem marginais. Apesar de sua carreira, Shafi Goldwasser raramente é apontada como possível criadora do BTC.

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Anderson Mendes
Formado em Administração de Empresas pela Universidade Positivo, Anderson atua como redator para o BeInCrypto há 2 anos. Escreve sobre as principais notícias do mercado de criptomoedas e economia em geral. Antes de entrar para a equipe brasileira do site, participou de projetos relacionados à trading, produção de notícias e conteúdos educacionais relacionados ao mundo cripto em sua cidade natal, Curitiba.
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