Com mais de 30 milhões de brasileiros sem internet, o consórcio do DREX com a Caixa Econômica Federal, Microsoft e ELO está focado em promover inclusão financeira.
No primeiro dia de Blockchain Rio, os especialistas do banco estatal, da gigante de tecnologia e da bandeira de cartões 100% nacional, falaram sobre a CBDC brasileira. Foi discutido sobre o que as empresas estão fazendo para colaborar com a evolução da economia tokenizada no Brasil e no mundo.
O grupo falou sobre como pagamentos offline podem ser utilizados como ferramenta para inserir os menos favorecidos no sistema financeiro do Brasil.
A coordenadora de tecnologia da Caixa, Anne Caroline Arantes, ressaltou que há milhares de brasileiros sem acesso à internet em todo país.
São mais de 30 milhões de brasileiros sem internet. Quando a gente olha para fora das grandes capitais como Rio de Janeiro e São Paulo, vemos muitos excluídos.
Evandro Avellar, com pós-graduação em Criptografia e Segurança de Rede, está na Caixa há mais de 25 anos. Ele adiantou que o consórcio está investindo em estudos para realizar e integrar, por exemplo, pagamentos off-line com pagamentos de benefícios sociais.
“Vamos verificar até onde a blockchain pode chegar para produzir inclusão financeira com segurança” disse Avelar.
O cientista de dados ressaltou que ainda há muitas fases a serem entregues e estudadas como, por exemplo, fazer pagamento em um banco com saldo de outra instituição via open finance.
Vale lembrar que o Banco Central tem feito comunicados constantes sobre a evolução das mudanças recentes para aumentar a competitividade com segurança.
Esse movimento do Drex que pretende integrar pix, Drex e open finance, deve reduzir custos para o consumidor final.
Evandro diz que, “neste momento a preocupação maior é garantir uma equiparação com a leis existentes como LGPD, lavagem de dinheiro e regras do Bacen. Enquanto houver crime no mundo, vai haver algum tipo de controle e é preciso achar um equilíbrio do off line com o anonimato – por exemplo – que é quando se usa o dinheiro físico”.
Para João Aragão, especialista de Tecnologia de Serviços Financeiros da Microsoft para América Latina, esse grupo do Piloto da DREX é uma tríada perfeita. Entre um dos maiores bancos da América Latina, uma bandeira 100% brasileira e a gigante de tecnologia.
Aragão falou sobre ferramentas como ZK, Zero Trust e ZKP e como a combinação de técnicas – como enclave – podem proporcionar um ambiente mais seguro.
“Dá para montar um ambiente bem seguro. Temos o Quantum Resistance (A Microsoft já previu ataque quântico ao Drex ) ou seja – tudo que estiver em memória dos apps e sistemas do banco, como ativos, chave privada – estará protegido e toda cadeia do ecossistema será preservada – até chegar no BC.”
João explicou que também será possível manter o ambiente confidencial e seguro quando – no futuro – fizermos transações com outras CBDCs diferentes. Como com o BC da Nigéria, que tem uma CBDC retail.
A ideia é criar um sistema de interoperabilidade com várias possibilidades em pagamentos offline.
Gabriel Rodrigues, Gerente de Inovação da Elo com Real Digital, Blockchain, Economia Tokenizada, disse que a bandeira está de olho em como facilitar o processo de adoção do Drex.
“O processo off line pode viabilizar uma carteira off-line de tokens.” explica Gabriel.
Inclusão e interoperabilidade
Anne Carolina Arantes disse que a inclusão financeira é uma das prioridades do banco público que está em 90% do território brasileiro.
“Temos até banco barco! Imagina o quanto podemos expandir para implementar o dual off-line . as pessoas poderão transacionar com menos custo e de forma mais segura e transparente”, frisou a executiva.
Para ela, a interoperabilidade do Drex pode permitir no futuro a integração entre carteiras e o mesmo usuário poderá integrar benefícios sociais com programas de fidelização, reduzindo custos.
“Um dos maiores desafios e esforços é tornar tudo isso simples e seguro para que a sociedade de fato possa se beneficiar”, diz Evandro Avellar.
Gabriel Rodrigues explica que o Delivery x Payment tem grande vantagem com programas de fidelização. Porque a blockchain garante transparência. Por outro lado, ele aponta que o desafio é garantir liquidez e a economia tokenizada pode facilitar isso. Como tendo tokens interoperáveis.
“Estamos falando do Drex de atacado que vai se comunicar com Drex de varejo e terá todo um sistema de ativos tokenizados”, completa o executivo da Microsoft.
Multi CBDCs
Outro grande ponto chave abordado é a interoperabilidade entre chains DLTs.
“O nosso foco é de fato a inclusão social. Quando de fato pudermos beneficiar a nossa população aí vai fazer sentido, ressalta a executiva da Caixa Economica Federal. O banco foi um dos primeiros a fazer transações com nó validador da Drex com Banco do Brasil e Inter.”, diz Gabriel.
Esta semana a Caixa vai começar a trabalhar com tokenizaçao de títulos públicos dentro do Piloto do Drex.
“Nós como ELO queremos entender como de fato essa nova tecnologia pode trazer mais segurança e de fato mudar a vida de quem vai usar nossos produtos”, conclui Gabriel.
“Acredito muito na inclusão financeira com inovação aplicada”, diz João Aragão da Microsoft, que finaliza
Sintam-se orgulhosos de serem brasileiros agora, já que toda a América Latina está olhando para nós
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