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Confiança no mercado de capitais brasileiro despenca, aponta pesquisa da CVM

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Escrito por
Aline Fernandes

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Editado por
Lucas Espindola

02 outubro 2025 15:30 BRT
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  • A CVM aponta baixa confiança e Laqus defende mais transparência.
  • Levantamento da autarquia demonstra percepção negativa sobre integridade do mercado de capitais.
  • Fintech sugere regulação efetiva e práticas auditadas como caminho para incrementar a transparência.
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A confiança de investidores e profissionais no mercado de capitais brasileiro está em baixa. Pesquisa divulgada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) revelou nota média de apenas 2,57 em uma escala de 1 a 5 para a percepção de integridade do setor.

Auditoria e regulamentação no foco

O resultado acendeu um sinal de alerta para a credibilidade do mercado. Para a Laqus — fintech que atua como primeira Depositária Central de Valores Mobiliários a disputar espaço com a B3 — o cenário reforça a necessidade de fortalecer mecanismos de auditoria e regulação que já existem, mas ainda são pouco explorados por empresas e investidores.

Segundo o levantamento, tanto o público quanto profissionais do setor classificam o mercado como “pouco íntegro a razoavelmente íntegro”. O ponto mais crítico foi a supervisão e aplicação de sanções, que recebeu nota 2,31, refletindo, sobretudo, percepção de falhas de fiscalização e ausência de punições efetivas.

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Casos recentes, como os escândalos contábeis da Americanas e do IRB Brasil RE, ampliaram a desconfiança. Para especialistas, recuperar a credibilidade passa por maior transparência, fiscalização rigorosa e comunicação clara com investidores.

Para Rodrigo Amato, fundador e CEO da Laqus, o cenário exige respostas rápidas e firmes.

A nota atribuída – abaixo de 3 – reflete uma crise de percepção, que tem impacto direto nos investimentos. Quem aplica seu capital busca segurança e previsibilidade, e sem confiança tudo fica mais caro e mais arriscado, afirma Amato.

Laqus defende auditoria e governança para recuperar confiança

Para a Laqus, a recuperação da credibilidade do mercado de capitais brasileiro depende de práticas sólidas de auditoria independente, controles internos eficazes e depósitos de valores mobiliários. A fintech, destaca que auditoria e governança não são formalidades, mas pilares para a proteção de investidores e legitimidade das transações.

Segundo a empresa, a atuação de uma Central Depositária é decisiva. É no depósito que cada emissão se consolida como um ativo legítimo, rastreável e auditável, garantindo titularidade e reduzindo riscos de fraude. O modelo exclusivo de entrega contra pagamento elimina a possibilidade de o investidor pagar por um título inexistente ou irregular.

A Laqus afirma que o depósito vai além de uma exigência regulatória: representa a base de governança que sustenta a confiança entre emissores, investidores e instituições financeiras. Ao assegurar registros completos, auditoria e acompanhamento das operações, a depositária contribui diretamente para reconstruir a credibilidade do mercado de capitais brasileiro.

Além da postura empresarial, o fundador da Laqus destaca a necessidade de avanços regulatórios. Para ele, é fundamental que o setor evolua em fiscalização, aplicação de sanções e clareza nas regras: “Apenas com regulação efetiva poderemos recuperar a confiança e atrair mais investimentos para o Brasil”, conclui.

CVM escutou mais de 2 mil pessoas

O levantamento da CVM foi coordenado pela Assessoria de Análise Econômica, Gestão de Riscos e Integridade (ASA) da Autarquia, e os dados foram coletados entre os dias 28/4 e 19/5/2025. Ao todo, foram recebidas 1.526 respostas.

Houve expressivo engajamento do público em contribuir com a pesquisa. Além das mais de 1.500 respostas, 652 respondentes nos encaminharam comentários voluntários adicionais. Essa pesquisa, que será realizada periodicamente, destaca a importância e o interesse do público externo no assunto. Usaremos esse trabalho para fomentar discussões e ações que contribuam para a melhora na percepção de integridade dos mercados e participantes regulados, explica Bruno Luna, Chefe da Assessoria de Análise Econômica, Gestão de Riscos e Integridade (ASA) da CVM.

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