Com a taxa Selic mantida em 15%, o Banco Central sinaliza a continuidade de um ciclo de juros altos e inflação resistente, exigindo dos investidores maior atenção à rentabilidade real e à diversificação das carteiras. Nesse cenário, a renda fixa volta ao foco, mas nem sempre garante ganho acima da inflação.
Segundo Cleverson Pereira, head educacional da OnilX, o momento pede cautela, análise e flexibilidade.
“Com a Selic elevada, é natural que o investidor se sinta atraído por papéis mais conservadores, como CDBs, LCIs e LCAs, que oferecem estabilidade e, em alguns casos, isenção de imposto de renda”, explica. “Mas é importante lembrar que a rentabilidade apresentada no mercado é nominal, ainda há o efeito da inflação e dos tributos. Nem sempre o ganho aparente reflete um ganho real do poder de compra”, detalha.
A seguir, as três principais recomendações de Cleverson Pereira para investir com segurança em um ambiente de juros altos.
Sponsored1. Olhar crítico para a renda fixa
Com a taxa básica em dois dígitos, CDBs, LCIs, LCAs e títulos públicos pré ou pós-fixados voltam a se destacar. No entanto, Pereira alerta que, diante de uma inflação anual próxima de 5%, o retorno líquido pode ser menor que o esperado.
“Esses papéis são opções seguras e interessantes, mas é preciso entender que, em um cenário inflacionário, a taxa de 15% nem sempre corrige o dinheiro de forma real. O investidor deve avaliar o poder de compra, não apenas a rentabilidade bruta”, afirma.
2. Diversificar a renda é essencial
Mesmo com a atratividade da renda fixa, o especialista destaca a importância de equilibrar o portfólio com outros tipos de ativos.
“Ao diversificar, o investidor melhora a correlação entre risco e retorno. Ativos digitais como Bitcoin e Ether ajudam a elevar o índice de Sharpe, que mensura retorno versus risco e é um bom indicador de eficiência da carteira, e reduzem a concentração. Diversificar não é abandonar a renda fixa, mas complementá-la com instrumentos que protejam o patrimônio em diferentes cenários”, observa Pereira.
3. Proteção cambial via stablecoins
Outra alternativa estratégica é a exposição cambial por meio de stablecoins pareadas ao dólar, como USDT e USDC.
“Ter parte da carteira vinculada a uma moeda estrangeira é estratégico. As stablecoins oferecem essa possibilidade com agilidade e transparência, já que cada unidade emitida é lastreada por um dólar em reserva. É uma forma de proteger o patrimônio e manter poder de compra em um contexto de volatilidade local”, conclui Cleverson Pereira.
Atualmente, o Bitcoin (BTC) é negociado entre US$ 103 mil e US$ 105 mil, mantendo uma leve recuperação após semanas de forte volatilidade no mercado. O movimento reflete tanto a cautela dos investidores diante do cenário macroeconômico global quanto a expectativa de novos fluxos institucionais, impulsionados pela entrada de fundos e ETFs de criptoativos.
Analistas indicam que, se o BTC conseguir se manter acima do patamar dos US$ 100 mil, pode consolidar um suporte importante e abrir espaço para buscar novas máximas ainda em 2025. As projeções mais otimistas apontam possíveis avanços em direção à faixa de US$ 120 mil a US$ 200 mil, reforçando o papel do ativo como principal reserva de valor digital em meio à incerteza econômica.