O aumento das tensões na guerra comercial intensificou a volatilidade nos mercados, elevando a preocupação entre investidores. Ainda assim, um analista aponta que esse cenário de incerteza pode funcionar como um catalisador para a valorização do Bitcoin (BTC).
A perspectiva surge enquanto o Bitcoin luta para ganhar impulso, com os mercados tradicionais e de criptomoedas mostrando sinais de perdas generalizadas.
Guerra comercial pode ser a grande chance do Bitcoin?
Em uma análise detalhada publicada na plataforma de mídia social X (antigo Twitter), Ben Sigman, analista e CEO da Bitcoin Libre, delineou cinco fatores pelos quais um conflito impulsionado por tarifas poderia desencadear um aumento no valor do Bitcoin.
Seu primeiro ponto girou em torno da trajetória potencial do dólar americano. Segundo ele, uma guerra comercial fortaleceria o dólar. No entanto, um colapso subsequente reverteria isso.
Tarifas aumentam o dólar. Mercados emergentes quebram sob US$ 12 trilhões em dívida em US$. Confiança no fiat diminui. Capital busca segurança em oferta fixa, afirmou Sigman.
Ele ainda sugeriu que, nesse caso, o capital pode buscar refúgio em ativos com oferta fixa, como o Bitcoin, posicionando-o como um resguardo contra a instabilidade financeira.
Em seguida, ele apontou para o potencial da criptomoeda como proteção contra a inflação. Tarifas frequentemente interrompem cadeias de suprimento globais, aumentando o custo dos bens e sufocando o crescimento econômico. Em resposta, bancos centrais, incluindo o Federal Reserve (Fed), podem reduzir as taxas de juros, desvalorizando assim as moedas nacionais.
Sigman argumentou que a escassez inerente do Bitcoin e sua acessibilidade global o tornam uma proteção atraente em tal cenário.
Bitcoin ganha destaque como ativo neutro em cenário de desdolarização
Terceiro, Sigman destacou a tendência acelerada de desdolarização. Ele explicou que nações como a China, que agora realiza 56% de sua faturação comercial em yuan, estão buscando cada vez mais alternativas ao dólar americano.
Segundo ele, a coalizão BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) também desenvolverá sistemas financeiros alternativos. No entanto, essa mudança não está isenta de riscos, pois pode levar à fuga de capitais.
Bitcoin prospera em um mundo fragmentado como a opção neutra e global, disse.
Quarto, Sigman previu pânico no mercado. Ele estima que um único ciclo de tarifas poderia apagar US$ 5 trilhões em valor de mercado, achatar os rendimentos dos títulos e tornar ativos tradicionais de refúgio, como o ouro, menos atraentes.
Nesse ambiente, a volatilidade do Bitcoin pode atrair investidores em busca de oportunidades de alto risco e alta recompensa, potencialmente impulsionando entradas substanciais de capital.
Finalmente, Sigman argumentou que uma guerra comercial poderia expor vulnerabilidades sistêmicas em instituições globais. Tarifas podem precipitar inadimplências de dívida e corroer a confiança em sistemas baseados em fiat, levando investidores a recorrer a criptomoeda.
O Bitcoin foi construído para isso – sem permissões, sem fronteiras, sem bancos, ele concluiu.
Analistas divergem sobre os rumos da criptomoeda
No entanto, nem todos os analistas compartilham do otimismo de Sigman. Outro comentarista proeminente, Fred Krueger, recentemente descreveu nove previsões sobre a possível imposição de tarifas superiores a 100% sobre a China no próximo ano. Ele previu que essa medida poderia levar a quedas significativas no Bitcoin e em outras criptomoedas como a Solana (SOL).
Tudo cai junto. em algum momento isso termina. Quando? Trump é infelizmente insano e mal aconselhado, Krueger escreveu.
Quando questionado se o Bitcoin chegará a zero, ele brincou, afirmando,
Eu aceito tudo a US$ 1.
À medida que as tensões comerciais entre os EUA e a China se intensificam – impulsionadas por mais tarifas sobre produtos chineses e fricções geopolíticas mais amplas – o papel do Bitcoin no setor financeiro global permanece sob críticas. Como a maior criptomoeda se comportará a longo prazo ainda está por ser visto.

Por enquanto, o mercado parece bastante pessimista. Dados do BeInCrypto mostraram que, ontem (8), o BTC caiu 3,1%. Até a publicação deste texto, estava sendo negociado a US$ 76.914.
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