Mercado de cripto segue reagindo ao atentado contra o candidato e ex-presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump. O Bitcoin e algumas moedas memes dispararam.
Caso da MAGA, que gerou um lucro de US$ 8 milhões apenas para uma baleia. Já o Bitcoin segue em ritmo de alta. Neste momento, a maior criptomoeda do mercado é negociada perto de US$ 63 mil, com valorização de mais de 10% em sete dias.
Como a vitória de Trump afeta a vida dos investidores?
Aqui no Brasil, a moeda norte-americana era cotada no início do pregão a R$ 5,45. Enquanto isso, o Ibovespa da B3 opera agora perto da estabilidade aos 129 mil pontos.
Analistas divergem sobre efeito Trump no Brasil
“Não há a menor dúvida de que o atentado ao Trump vai trazer um grande benefício para a candidatura dele e vai ser como aconteceu aqui com o Bolsonaro”, diz CEO da Ouro Preto Investimentos.
“Chamar a atenção para o Trump e vai impulsionar a candidatura, sim, sem dúvida e vai trazer mais votos para o Trump, principalmente agora que está concorrendo com um candidato que está lá com toda aquela debilidade por conta da idade, e o Trump mostra-se um cara vigoroso capaz de sobreviver a um atentado.
Agora acho que isso não tem nenhum impacto para o Brasil de imediato, porque o mercado já acreditava em uma vitória de Trump e ele já está a quase 10 pontos na frente em relação ao Biden.
Então, assim, não tem nenhum impacto no dólar, ibovespa e taxa de juros, porque, afinal de contas, não mudou nada na campanha eleitoral dos Estados Unidos, pelo contrário, reforçou a candidatura do Trump, que já era, que o mercado hoje já conta como o vitorioso da eleição, caso o Partido Democrata não mude o candidato”, João Peixoto Neto, CEO da Ouro Preto Investimentos
Na sexta-feira, por exemplo, o índice da bolsa brasileira registrou a 10ª alta seguida. Segundo a B3 o motivo foi “o embalo da volta do capital estrangeiro em julho ao Brasil, depois da maior fuga de capitais em quatro anos no primeiro semestre”.
Imagem de Trump com sangue tem forte apelo político
O CEO da Smart House Investments, André Colares, vê a já icônica imagem de Trump ensanguentado como um elemento capaz de consolidar a vantagem e a vitória do Republicano. Aumentando, assim, a aversão ao risco e afetando países emergentes, segundo Colares:
“O recente atentado contra o ex-presidente Donald Trump pode ter repercussões significativas tanto nos mercados financeiros globais quanto na política norte-americana. Esse cenário tende a gerar uma maior aversão ao risco entre os investidores, o que pode fortalecer o dólar americano e pressionar os mercados emergentes, incluindo o Brasil”.
Além disso, ele crescenta que o favoritismo crescente de Trump pode trazer mais volatilidade ao Ibovespa, podendo gerar ainda fuga de capitais.
“Essa movimentação pode resultar em uma saída de capital do Brasil, impactando o índice científico. Além disso, a perspectiva de uma política fiscal mais agressiva por parte de Trump, com cortes de impostos, pode aumentar a incerteza sobre a economia americana, influenciando as taxas de juros e, consequentemente, o fluxo de investimentos.”
Ele destaca também que “a valorização do dólar pode exercer pressão inflacionária” e atrapalhar os esforço do Banco Central em reduzir a taxa Selic, por exemplo. Desta foram, um ambiente de aversão ao risco e fuga de capitais “tende a impactar negativamente a confiança dos investidores na economia brasileira”.
Portanto, é crucial monitorar os desdobramentos políticos nos EUA e suas implicações para a política monetária global e o mercado financeiro brasileiro”, finaliza André Colares.
Aversão ao risco e fuga de capitais
Para o chefe-estrategista do grupo Laatus, Jefferson Laatus,“o atentado dá muito foco para quem o sofreu. Assim Trump fica em evidência e cada vez mais fortalecido, recebendo declarações de apoio de todos os lados políticos.”
Claro que não é a figura dele que vai mudar a direção do Fed; o fato é que cada vez mais há motivadores para cortes de juros nos EUA, quem sabe até três cortes ainda neste ano. Para o Brasil isso significa também que os juros futuros e dólar estão olhando mais para as movimentações políticas, e o fiscal ainda incomoda, e o dólar ainda tem de seguir na faixa dos R$ 5,40 e os juros pressionados, alerta Laatus.
O CEO da gestora Multiplike, Volnei Eyng disse que as consequências em relação ao atentado, ao Trump, não serão muito bruscas. Isso porque ele já era favorito à eleição. Porém, o primeiro indicativo é uma busca à segurança. Então o dólar deve ter um dia mais desafiante, com uma inclinação à valorização do dólar e uma desvalorização das moedas emergentes.
“Mas penso que a maior influência vai estar mesmo dentro dos Estados Unidos, de ramos de atividades que eram mais incentivados pela política econômica do Biden, como painéis solares e situações em seu meio ambiente devem sofrer uma desvalorização grande, com um reflexo bem menor no Brasil.”
Então, como ele já vinha favorito, a gente não deve ter nada muito brusco na economia brasileira hoje, mas a princípio, cuidado com os papéis voláteis, com as empresas mais alavancadas e com a valorização do dólar”, explica o CEO da Multiplike
Executivo da Swiss Capital Invest falou em economia fraca nos EUA e Bitcoin
A economia americana não está tão forte assim, ela está um pouco fragilizada nos últimos tempos em relação até à questão da inflação e a taxa de juros, e o Trump dizendo para o mercado que ele acredita em Bitcoin, que ele quer ter Bitcoin na economia, na minha opinião ele meio que desfavorece um pouco o dólar. O dólar vai ter um movimento agora, mas eu acredito que vai haver um pouco de insegurança por parte dos investidores, devido ao Trump estar nessa posição, Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest.
Impacto do dólar pode ser significativo no Brasil
“O atentado sofrido por Trump pode potencialmente solidificar sua posição nas eleições. Em termos de mercado, o evento pode trazer volatilidade inicial, mas a percepção de uma vitória provável pode ser vista como benéfica para certos setores. Especialmente aqueles que prosperaram durante sua administração anterior.
No curto prazo, o impacto no dólar pode ser significativo, com uma possível valorização devido ao aumento da demanda por ativos seguros em meio à incerteza.
No Brasil, o Ibovespa pode experimentar movimentos elevados, refletindo a incerteza global. No entanto, uma vez que a poeira assente, a percepção de uma continuidade de políticas favoráveis ao mercado pode estabilizar o índice. Além disso, a expectativa de uma política monetária mais rígida nos EUA pode influenciar a taxa de juros brasileira, como uma medida preventiva para controlar a inflação e evitar a depreciação do real”, finaliza Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações.
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