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Como a blockchain e a IA estão redefinindo o cenário musical?

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Atualizado por Chris Goldenbaum

As tecnologias de Inteligência Artificial (AI) estão trazendo diversas possibilidades. Isto se dá desde tarefas operacionais facilitadas pelo uso do ChatGPT como assistente virtual à coleta de insights oferecida pelo BingChat.

Porém, tais tecnologias também abriram os olhos do mercado musical. Seja a partir da análise preditiva de dados para uma melhor tomada de decisões, da gestão de direitos autorais e royalties, ou mesmo da produção de “conteúdo novo” totalmente automatizado via AI.

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No painel “Tecnologia AI a favor da música” apresentado no Rio2C, Guilherme Sampaio (Smart Rights), Fernando Gabriel (STRM) e Diego Alcantara (Embaixador Flow), esclarecem os desafios, possibilidades e oportunidades do uso da Inteligência Artificial e Blockchain no cenário musical.

O uso de dados do presente para prever o futuro

Já não é novidade que quantidades massivas de dados sejam fontes de insights para vários setores. Porém, por meio de modelos preditivos, Fernando Gabriel e sua empresa fornecem “uma visão de futuro” para artistas, empresários e até para fundos de investimentos do setor.

Um algoritmo de predição funciona da seguinte forma. Ele lê uma quantidade grande de dados e busca por padrões e por elementos que estão fora deles (conhecidos como outliers). Assim, um mecanismo de Inteligência Artificial é capaz de prever (com certo nível de confiança), que tipo de ritmo musical consegue trazer o maior número de audições em Janeiro. Ou saber que estado abriga o maior número de cantores em início de carreira.

De mão dos dados e dos insights fornecidos pelas predições, as verbas das empresas promotoras das carreiras musicais podem ser ajustadas na busca de resultados otimizados. Os músicos ainda podem ter uma receita previsível via adiantamento de honorários por resultados previstos via modelos preditivos.

É um modelo de “venda de informações para artistas que antes eram meramente intuitivas”, cita Fernando. “A ideia é potencializar o consumo musical”.

As novas tecnologias irão roubar o potencial humano?

Para essa pergunta, Diego Alcantara afirma que sempre existirão diversos públicos: aqueles mais adeptos e outros menos adeptos às novas tecnologias. Ele mesmo fez o exercício de criar um conteúdo totalmente gerado por Inteligência Artificial. 

A Estória da Fada Bibi Algodão Doce teve roteiro, imagens, voz e trilha sonora feitos totalmente com o uso de IA com o uso de diversas ferramentas.

Para ele, o fator humano será o motriz da diferenciação em uma sociedade onde a criação de conteúdo fonográfico poderá ser uma commodity.

Para Guilherme Sampaio, a tecnologia seguirá sendo um operacionalizador. Cada vez mais os músicos terão de se adaptar a fazerem as melhores perguntas para obterem os melhores resultados. “O segredo está em se comunicar com a IA”, pedindo consultas para áreas de suas carreiras cujo domínio eles não possuem. Como o gerenciamento de marketing.

Como funciona o direito autoral do conteúdo gerado via IA?

Para o consenso dos painelistas, essa é uma pergunta difícil de responder. Afinal cada país tem suas próprias regras. No Brasil, as obras são interpretadas como criação do espírito de um indivíduo. Assim, não podem ser atribuídas a uma entidade abstrata, como uma IA. Em outros países, a atribuição seria da empresa criadora da IA, uma vez que foram seus algoritmos os criadores do objeto artístico. Para outras visões, as empresas de IA estariam fazendo uso indevido de estilos de artistas específicos, uma vez que é possível criar imagens “ao estilo de Van Gogh”, por exemplo.

Já Diego afirma que as tecnologias blockchain poderiam ajudar nessa questão, inclusive na monetização, mas que hoje essa ainda é mais uma oportunidade que uma realidade. Para ele, “todos os questionamentos que temos devem ser vistos como solução. Dados em blockchain são imutáveis e tendo um valor intrínseco”.

Porém, para Fernando, há que se verificar o tempo e esforço na busca do retorno para a tokenização do trabalho de um artista. As atuais tecnologias via monetização com moeda corrente (fiat) são mais acessíveis, imediatas e baratas.

O que fica claro é que vivemos uma era onde a Web3 começa a tomar tração. Com isso, temos inúmeras possibilidades, várias dúvidas e muitas incertezas. E se de um lado temos um potencial catalizador causado pelas novas tecnologias, temos um pouco de ansiedade gerada pelo medo da perca da percepção de que tudo é orgânico em um setor onde o sentir é o maior dos desejos.

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Mikael Araújo
Mikael Araújo é formado em Ciências da Computação pela Universidade Vale do Araújo — UVA. Trabalha com marketing digital há mais de 7 anos, tendo SEO como sua especialidade. Foi mentorado em SEO por Jamie Indigo como parte do programa da FCDC - Freelance Coalition for Developing Countries. Trabalhou como especialista em SEO para empresas como GetNinjas, StarOfService, Alana.ai, O POVO, entre outras. Atua no mercado de criptomoedas desde 2017, trabalhando como consultor de marketing...
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