O Bitcoin (BTC) registrou um recorde histórico no segundo trimestre de 2025, superando os US$ 111.900 e alcançando seu maior retorno trimestral desde 2020. Apesar disso, a cobertura da mídia tradicional sobre o desempenho do ativo permaneceu restrita e fragmentada, segundo relatório da empresa de inteligência de mercado Bitcoin Perception.
A análise identificou 1.116 artigos publicados sobre o BTC por 18 grandes veículos de imprensa entre abril e junho. Porém, quantidade não diz respeito à qualidade, já que o sentimento foi dividido. Em 31% dos textos, as abordagens foram positivas, enquanto em 41% dos casos foram menções neutra. Além disso, em 28% das citações, a carga contextual era negativa.
O relatório destaca que três linhas editoriais foram apontadas como dominantes: a “cegueira intencional”, o “ceticismo persistente” e a “adoção entusiástica”. De fato, a primeira foi observada na cobertura por veículos financeiros tradicionais, como The Wall Street Journal, que publicou dois artigos, Financial Times e o The New York Times, com 11 artigos cada.
O que explica a falta de interesse da mídia no BTC?
O levantamento mostra que cobertura da mídia tradicional sobre o Bitcoin, no segundo trimestre de 2025, é um cenário “narrativo profundamente polarizado”. Além disso, o relatório protesta:
O Financial Times e o Wall Street Jounal, veículos que relatam ansiosamente cada movimento de ponto base nos rendimentos dos títulos italianos, decidiram que o ativo com melhor desempenho do século merece menos atenção do que as atas do Banco Central Europeu.
A Perception classificou esse desequilíbrio como uma “assimetria massiva de informação” que prejudica investidores que dependem desses canais para tomar decisões de mercado.
Essa cegueira editorial de veículos que definem a agenda revela mais sobre seu controle institucional do que sobre a relevância do Bitcoin. O Bitcoin não precisa do WSJ mais do que a Netflix precisou da aprovação da Blockbuster. A questão não é se o Bitcoin é legítimo o suficiente para o Wall Street Journal. É se o Wall Street Journal ainda importa, reforçou a Perception.
Forbes, CNBC e Fortune demonstram positividade na cobertura sobre criptomoedas
Em contraste, veículos como Forbes, CNBC e Fortune demonstraram postura de “adoção entusiástica”. A Forbes publicou 194 matérias sobre o BTC, com 43% de tom positivo. A CNBC ficou em segundo lugar, com 141 artigos, sendo 42% favoráveis. A Fortune divulgou 117 textos, com 25% abordando a moeda digital de forma positiva.
A Forbes substituiu essencialmente o Wall Street Journal como a publicação financeira de referência para a economia de ativos digitais. Enquanto o WSJ se apega a classes de ativos do século 20, a Forbes cobre o que realmente está movimentando os mercados e remodelando as finanças, disse o relatório.
O levantamento também aponta que Forbes e CNBC já haviam mantido forte cobertura positiva do Bitcoin no primeiro trimestre de 2025, enquanto Barron’s teve postura mais favorável naquele período. No segundo trimestre, no entanto, esse tom recuou.
Como a mídia independente entra na equação do Bitcoin?
Apesar da cobertura limitada pelo WSJ, a publicação Barron’s divulgou 65 artigos sobre o BTC. Mesmo classificada como o terceiro veículo mais negativo, a publicação apresentou volume considerável de matérias: 48% neutras, 25% positivas e 27% negativas. Os textos relacionados a instituições financeiras e adoção institucional concentraram o tom mais crítico.
Outros veículos, como The Independent e Fox News, também contribuíram para a narrativa de “ceticismo persistente”, com foco em crimes e controvérsias. O Independent publicou 45 artigos, sendo 42% negativos. A Fox News divulgou 32, com 38% de abordagem crítica.
Sua cobertura negativa em grande volume pelo menos reconhece a relevância do Bitcoin como notícia, um passo à frente dos veículos de elite que fingem que ele não existe, escreveu a Perception.
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