A emissora de stablecoin USDC, Circle, acaba de solicitar para se tornar um banco fiduciário nacional dos EUA (Estados Unidos). Mas a história maior não é sobre bancos—é sobre a dominância das stablecoins.
À medida que o Congresso avança para regulamentar as stablecoins com o GENIUS Act, a iniciativa da Circle pode sinalizar uma mudança de poder do USDT para o USDC no mercado dos EUA.
Se aprovada pelo OCC, a nova entidade da Circle—First National Digital Currency Bank—permitiria à empresa custodiar suas próprias reservas.
Além disso, seria permitido manter ativos digitais como títulos e ações tokenizados em nome de clientes institucionais.
No entanto, a licença de banco fiduciário não permitirá que a Circle aceite depósitos ou emita empréstimos.
Isso marca um passo regulatório estratégico após o IPO da Circle no início do mês passado, que avaliou a empresa em quase US$ 18 bilhões.
Mais importante, sinaliza a intenção da Circle de se alinhar com a regulamentação de stablecoins dos EUA que está por vir.
O USDT da Tether ainda domina o mercado global de stablecoins, com uma participação de 62,5%. Grande parte desse uso ocorre fora das fronteiras dos EUA, especialmente na Ásia.
A popularidade do USDT vem de sua liquidez e integrações profundas com exchanges. Mas nos EUA, o espaço regulatório está mudando.
O Congresso está se preparando para aprovar o GENIUS Act como lei. Este projeto de lei histórico sobre stablecoins exige que os emissores mantenham reservas totalmente garantidas e obtenham licenças federais.
Uma vez aprovado, apenas empresas licenciadas como Bancos Fiduciários Nacionais poderão emitir stablecoins em grande escala. Isso dá à Circle uma vantagem de pioneirismo.

USDT da Tether ainda domina, mas por quanto tempo?
Ao se tornar um banco fiduciário nacional, a Circle posiciona o USDC como uma stablecoin totalmente compatível e regulamentada nos EUA.
Provavelmente se tornaria a escolha preferida para bancos, fintechs e instituições regulamentadas que buscam integrar stablecoins.
Enquanto isso, a Tether opera sob um registro em El Salvador e não é regulamentada sob os marcos federais dos EUA.
Essa lacuna pode se tornar mais problemática se as exchanges dos EUA forem obrigadas a deslistar ou restringir o acesso a stablecoins não licenciadas.

A estratégia da Circle vai além da regulamentação. Ela visa controlar mais de sua infraestrutura gerenciando diretamente as reservas do USDC, em vez de depender de custodians como o BNY Mellon.
A licença fiduciária também permitiria à Circle atender clientes institucionais que buscam custodiar ações e títulos tokenizados—não apenas cripto.
Isso posiciona a Circle para liderar na próxima fase de adoção de stablecoins, à medida que ativos tokenizados e aplicações no mundo real crescem.
Para os usuários comuns, isso pode significar uma integração mais ampla do USDC em carteiras, aplicativos de pagamento e serviços financeiros. À medida que a regulamentação se intensifica, plataformas baseadas nos EUA podem mudar a preferência do USDT para o USDC.
Resumindo, o USDC poderia:
- Ser mais utilizado em finanças tokenizadas (imóveis, ações).
- Ver melhor integração com aplicativos bancários e neobancos.
- Oferecer proteções mais fortes ao consumidor sob a lei dos EUA.
A Tether ainda mantém a dominância global. Mas a aplicação da Circle para se tornar um banco fiduciário pode mudar o equilíbrio dentro dos mercados dos EUA.
Nos próximos meses, os EUA podem ter que escolher entre liquidez offshore e conformidade onshore. A Circle já fez seu movimento.
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