A Circle, responsável pela stablecoin USDC, anunciou a parceria com a HiFi Bridge para viabilizar remessas entre Estados Unidos, Brasil e Hong Kong. A iniciativa marca a integração da plataforma à Circle Payments Network (CPN), ampliando o alcance da moeda digital no segmento business to business (B2B).
A informação foi divulgada no X (antigo Twitter) da empresa. A publicação destacou que a HiFi é uma plataforma de API voltada para facilitar fluxos de pagamentos entre empresas.
Porém, essa não foi a primeira parceria da empresa em 2025 para integração do Brasil na USDC. Em junho, a Coinbase também firmou parceria com a brasileira Matera, do setor de tecnologia financeira, para integrar o USDC ao mercado local. A Matera foi uma das primeiras fornecedoras da América Latina a realizar essa integração de forma nativa, por meio da plataforma Digital Twin, que permite transferências em tempo real via PIX.
Como a blockchain pode contribuir para o B2B?
De fato, esse acordo com a HiFi busca atender um setor que movimentou mais de US$ 905 bilhões em 2024, segundo dados da The Business Research Company.
Nos Estados Unidos, o principal destino dessas transações B2B é a América Latina, com um volume de US$ 160 bilhões no ano anterior. Os dados do Banco Central e da Trading Economics mostram que o Brasil recebeu US$ 330 milhões em remessas em maio de 2025.
Embora a Circle tenha renovado as esperanças no seguimento, outras empresas têm investido nesse mercado. A Visa, em colaboração com a Kobold, lançou a plataforma digital Kob Visa. Segundo a empresa, o volume de operações cresceu 30 vezes em um ano.
Em relatório, a Visa estima que o setor de pagamentos B2B represente uma oportunidade de US$ 85 trilhões, além de indicar que 70% dos remetentes já utilizam canais digitais como principal meio de transações.
Entre os benefícios dessa digitalização está a redução dos custos operacionais. A Kob Visa atende uma base de clientes com receita combinada superior a R$ 66 bilhões. A estimativa é que entre 20% e 30% dessa receita possa ser movimentada por soluções digitais baseadas em blockchain.
Qual o papel do Brasil na tokenização?
Ainda falando sobre o potencial de tokenização do Brasil, a Caixa Econômica Federal está concluindo a segunda etapa do piloto do Drex, a moeda digital emitida pelo Banco Central (BC). Em parceria com a empresa de pagamentos da Elo, a instituição realizou simulações de compra e venda de imóvel em ambiente digital.
Na operação testada, um bem já financiado por outra instituição foi negociado por meio da Caixa, que concedeu refinanciamento ao comprador. De fato, esse processo incluiu a quitação do financiamento anterior e a transferência da propriedade, com todas as etapas registradas digitalmente na rede do Drex.
Além disso, em entrevista ao programa BC Trends, um consultor do departamento de regulação do sistema financeiro do BC avaliou positivamente o uso da tokenização no país. Para ele, a tecnologia representa um modelo de negócio que pode aumentar a eficiência, eliminar processos de reconciliação e ampliar a rastreabilidade de operações.
Segundo o especialista, a inovação permite “composições inéditas entre ativos financeiros”, criando caminhos para uma integração mais profunda entre o real e o ambiente digital.
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