Você sabe qual a opinião dos principais gestores de fundos de investimentos sobre os principais assuntos sobre criptomoedas? Nessa entrevista, Thiago Cesar conversa sobre suas expectativas para o Bitcoin, a Transfero Swiss, e mais!
Quem é Thiago Cesar?
Thiago está no mercado de trading desde o começo de sua carreira, em uma empresa coreana responsável por negociar os mais diversos produtos entre Brasil e Ásia. Foi então que percebeu a dificuldade para o brasileiro investir no exterior. Após alguns anos, entrou para o mestrado pesquisando exatamente sobre criptomoedas, visando a internacionalização das finanças, e realizando as primeiras compras de Bitcoin no final de 2012. Foi então que optou por fundar a Transfero Swiss em 2017, com o objetivo de facilitar a entrada do investidor nacional no mercado de criptomoedas com o uso de um serviço profissional de gerenciamento. Ainda em 2017, a empresa foi integrada ao Crypto Swiss Valley, em Zug.Com Quem Você Está Fazendo Negócio?
Uma das maiores preocupações para o investidor que está iniciando no mercado, deve ser com quem está se relacionando. Conforme ressaltado por Thiago, o investidor deve se perguntar sobre a qualidade do serviço prestado por aqueles com quem ele se relaciona. Sempre que te prometerem que ficará rico muito rapidamente, desconfie. A segunda pergunta que o investidor deve se fazer é entender o motivo de estar comprando criptoativos. Ter o horizonte de investimento em mente ao definir sua entrada no mercado. Para Thiago, é importante que o investidor não queira ficar rico da noite para o dia, porque isso não irá acontecer.O Bitcoin Cumpre Sua Função Como Segurança

“Como pode o S&P500, ou algumas ações, estarem em preços pré-crise, pré corona e quarentena, se as empresas que essas ações representam não estão vendendo, ou não estão operando?”No crash de março, o que houve foi uma busca por liquidez. Assim, os investidores que estavam posicionados em ativos mesmo no mercado tradicional, precisaram de “cash” para cumprir margens em corretoras. Desse modo, o Bitcoin cumpriu muito bem seu papel de dar liquidez para esses investidores, reafirmando então seu papel de ativo de segurança. Thiago ressalta ainda que a queda que o Bitcoin sofreu em março foi vista também no ouro, que é considerado um ativo de segurança há milhares de anos.
“O fato do Bitcoin, ou o ouro ter caído, não vão contra a tese de serem ativos de segurança. Até mesmo o ouro que há 3.000 anos é considerado um ativo de segurança em momento de crise, caiu junto com todos os outros ativos.”
Duas Lentes Para o Movimento dos Mercados
Quando perguntado sobre a estratégia de gerenciamento dos investidores em momento de busca por liquidez, Thiago ressalta que há duas análises a serem feitas. A primeira é quanto a exposição ao mercado de criptomoedas. Para fundos que possuem todos os ativos em criptomoedas, momentos de forte volatilidade no mercado devem assustá-los e gerar pedidos de saque. No entanto, este não é o caso da Transfero Swiss. Thiago destaca que o perfil dos seus investidores é de um ticket médio maior e, portanto colocam uma pequena parte dos seus ativos nos fundos. Sendo assim, quem precisou realizar algum saque em março foi apenas para pagar alguma parcela pontual, e já reingressou com pelo menos boa parte do seu capital. A outra lente proposta por Thiago é a percepção de valor no criptoativo. Para os investidores dos fundos com objetivos de médio a longo prazo, as oscilações de preço em curto espaço de tempo não assustam tanto. Sendo assim, a ansiedade e medo que causam a solicitação de saques não assusta tanto o investidor de seus fundos.Bitcoin Acima de U$ 15 Mil No Fim do Ano

“Existe uma certeza por trás do halving: a oferta de Bitcoins gerados cai pela metade.”A próxima pergunta que se deve fazer é um detalhe temporal:
“Quando é que o mercado vai se ajustar a um estoque cortado pela metade, de emissão cortada pela metade.”Para Thiago, muito do halving pode já ter sido precificado na subida de U$ 3 mil a U$10 mil, mas ainda assim é difícil traçar um padrão, já que o evento não ocorreu tantas vezes. O CEO defende ainda que acha pouco provável o aumento de preços vir logo em sequência do halving, mas até dezembro o mercado se ajusta à nova realidade.
“Até o final do ano o mercado se ajusta e a gente pode ver o Bitcoin num patamar acima dos U$ 15 mil, U$ 16 mil, é muito provável.
O Banco Central Nos Fez ir Para a Suíça
Apesar de ter um escritório mãe no Rio de Janeiro, a Transfero Swiss é sediada de fato na Suíça. Thiago conta um pouco sobre a história da empresa. Após ser sabatinado no Banco Central, sobre a proposta de criação da TS, Fabio Lacerda (ex-chefe do departamento de normas e regulações) recomendou que a empresa se mudasse para um país com uma regularização mais estruturada para cripto, e desse modo pode trazer muito mais confiança e tranquilidade para a Transfero. Apesar do conhecido Crypto Valley, em Zug, na visão de Thiago alguns outros países estão finalmente conseguindo tirar a diferença regulatória que tinham para criptomoedas em relação à Suíça. No entanto, o Brasil ainda está muito para trás. Comentando sobre a PL 2303, conhecida como CPI das criptomoedas, o CEO destaca que o motivo foi errado. Aqui a postura é muito mais reativa, visto que só surgiu após termos grande problemas com pirâmides, esquemas ponzi, etc.A Suíça quis regular o tema por ser um tema relevante, e por ser importante existir um arcabouço para se tratar dele. No Brasil não. Deu problema, tem golpista, então a gente tem que regular para prevenir isso.Outro problema apontado por Thiago é que o Banco Central apenas aplica as leis, e não as cria. Desse modo, mesmo o Bacen tendo uma ótima equipe, nós acabamos sofrendo porque o debate por políticos pode gerar uma regulação “Frankenstein”.
“(…) eu não colocaria o mesmo óculos para olhar para a regulação Suíça, e o mesmo óculos para olhar para a regulação brasileira. Então eu tenho meus medos ainda em relação ao tema regulação no Brasil.”
As Vantagens de Um Fundo no Exterior

“A Netflix tem o centro de custos dela em dólar, então a precificação que ela vai rever no Brasil vai ser baseada na remessa de lucro que ela vai fazer em dólar para a empresa.”
A Dica Valiosa
Para finalizar nossa conversa, Thiago defende que é difícil estar em uma posição de dar uma dica valiosa, já que todos estamos ainda aprendendo a desenvolver. No entanto, se pudesse aconselhar seria na questão de ter cuidado com quem está investindo e quais os objetivos por trás desse investimento. O ideal é que o investidor de criptomoedas enxergue os problemas no mundo atual. Tanto a bolha de ativos, quanto o iminente conflito entre Estados Unidos e China, deve trazer fortes movimentações no mundo.“Dado que o mundo está muito incerto no futuro, olhara para o criptoativo, e não só para o criptoativo, mas como ouro e ativos que tem a mesma característica como um porto seguro, como alternativa de diversificação (…), eu acho que esse é o caminho para se encarar esse mercado.”Para manter-se informado, tendo a sua disposição conteúdo constante e de qualidade, não deixe de acompanhar nosso site. Aproveite e faça parte da nossa página de criptomoedas no Twitter.
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Caio Nascimento
Caio é um grande entusiasta de criptomoedas e day trader em tempo integral. A paixão pelo mercado financeiro e pela escrita permitiu que começasse a fazer parte do projeto...
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