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CEO da Binance diz que ‘cripto não precisa de salvadores’

2 Min.
Atualizado por Júlia V. Kurtz

Resumo

  • O CEO da Binance, Changpeng Zhao, acredita que o ecossistema cripto não precisa de um salvador.
  • CZ criou um fundo de recuperação da indústria de US$ 1 bilhão para ajudar empresas de criptomoedas.
  • Alguns dizem que ele não é diferente do CEO da FTX, Sam Bankman-Fried.
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O CEO da Binance, Changpeng Zhao (CZ), classificou o que ele chama de ‘narrativas erradas’. Ele repreendeu retratos dele espalhados por alguns na comunidade cripto como o ‘salvador da criptomoeda’.

O colapso da FTX causou uma onda de choque na indústria cripto. As incertezas permanecem sobre o futuro, especialmente quando as vítimas do contágio FTX continuam caindo como dominós.

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A turbulência empurrou o Bitcoin para bem abaixo do nível de preço de US$ 18.000, deixando dúvidas sobre a viabilidade e solvência de grandes exchanges centralizadas como a Binance.

Durante esse desastre, o CEO Changpeng (CZ) Zhao, aumentou sua presença na mídia e alguns participantes do mercado começaram a considerá-lo o ‘salvador dos criptoativos’.

Mas as criptomoedas realmente precisam de um salvador, mesmo nesses tempos de turbulência?

Impactos pós FTX

O contágio da FTX colocou gigantes como o Digital Currency Group (DCG) em apuros. O braço de empréstimos de propriedade do DCG, Genesis, está tentando manter a falência sob controle. Ao mesmo tempo, outra exchange, a BlockFi, entrou com pedido de falência e outras exchanges interromperam os saques.

Também houve demissões em todo o setor para que as empresas pudessem sobreviver ao mercado de baixa.

A FTX era um concorrente em ascensão para desafiar o domínio da Binance. Mas, com o colapso do FTX, a Binance é um dos poucos grandes players do setor.

A Binance registrou uma participação de mercado de 77% de todos os volumes de câmbio centralizado (CEX). 

Changpeng Zhao, o Salvador?

Zhao anunciou um fundo de recuperação da indústria de US$ 1 bilhão para evitar os efeitos em cascata do FTX e ajudar projetos fortes que estão em crise de liquidez.

Enquanto alguns criticaram Changpeng Zhao por ser “egoísta e monopolizar o mercado para seu próprio benefício”, outros se referem a ele como um salvador.

Em um tópico no Twitter apontando algumas ‘narrativas erradas’, CZ mencionou que o mercado cripto não precisa ser salvo, acrescentando, ‘essa é a beleza da descentralização’.

No entanto, alguns membros da comunidade apontaram que ninguém o considera um salvador e ele não é diferente de Sam Bankman-Fried. Muitos dizem que Changpeng Zhao é hipócrita, que administra uma exchange de criptomoedas centralizada, e agora elogia a descentralização. Outros parecem bem com isso e desejam que o CEO assuma o papel de salvador.

A indústria cripto precisa de um salvador?

Desde a sua criação, o Bitcoin passou por muitas provações e tribulações. Ao longo dos anos, o preço do BTC foi corrigido acima e abaixo de 80% nos mercados de baixa de 2013, 2017 e 2020. A Mt. Gox, uma das primeiras exchanges de criptomoedas, faliu após ser hackeada em 2014, e 650.000 Bitcoins foram perdidos. Isso resultou no primeiro inverno cripto do mercado de criptomoedas.

Houve várias proibições de criptomoedas da China em 2017, fazendo com que o mercado caísse de US$ 20.000 para US$ 3.000. Da mesma forma, ocorreu um flash crash devido à pandemia de COVID-19 em 2020. O Bitcoin foi declarado morto quase 500 vezes devido a tais quedas de mercado.

O recente mercado de baixa de 2022 foi um pouco diferente. Múltiplos colapsos de bolsas superalavancadas e más condições macroeconômicas globais são as principais causas desta vez. Mas, ao longo dos anos, o cripto sobreviveu e saiu mais forte de cada inverno cripto.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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