A taxa de hash da rede do Bitcoin (BTC) caiu 4% nos últimos 30 dias, marcando a queda mais acentuada em quase 2 anos.
Ao mesmo tempo, o aumento da volatilidade e a queda nos preços evidenciam a crescente pressão sobre os mineradores, já que os lucros diminuem. Contudo, segundo a gestora de investimentos VanEck, a capitulação dos mineradores pode indicar um piso para o ativo.
SponsoredPoder de mineração do Bitcoin recua
O relatório ChainCheck da VanEck, referente à metade de dezembro de 2025, destacou que a retração de 4% no poder de processamento da rede foi a maior registrada desde abril de 2024. Essa contração ocorre em meio a um mês desafiador para o Bitcoin, com o preço caindo cerca de 9%.
Além disso, a volatilidade aumentou, elevando a volatilidade realizada em 30 dias acima de 45%, o maior patamar desde abril de 2025.
“… normalmente, esperamos que a taxa diminua durante grandes recuos no preço do Bitcoin”, escreveram Matthew Sigel e Patrick Bush.
Além das pressões relacionadas aos preços, a taxa de hash do Bitcoin também foi afetada por eventos na China. Na semana passada, o BeInCrypto informou que cerca de 400 mil máquinas foram desligadas na província de Xinjiang, na China.
A paralisação eliminou uma estimativa de 1,3 GW de capacidade e impactou significativamente a rede. O poder computacional chinês caiu cerca de 100 exahashes por segundo em apenas 24 horas.
Sponsored Sponsored“Isso provavelmente se deve à mudança da geração de energia para atender à demanda de IA e pode resultar na remoção de até 10% do poder de hash da rede Bitcoin”, apontaram os analistas.
Paralelamente, a rentabilidade das mineradoras também piorou em razão do desempenho recente do Bitcoin. Conforme a VanEck, o preço de equilíbrio da eletricidade para mineradores Bitmain S19 XP de 2022 caiu de US$ 0,12 em dezembro de 2024 para US$ 0,077 em meados de dezembro de 2025, redução de 36%. Sigel e Bush acrescentaram que,
Sponsored Sponsored“… embora a rentabilidade das mineradoras tenha sido baixa recentemente, muitas entidades continuam realizando mineração, mesmo em períodos de dificuldades econômicas, pois acreditam no futuro do Bitcoin. Para preservar a taxa de hash de longo prazo da rede, acreditamos que até 13 nações estão minerando com apoio de seus governos centrais.”
Dados históricos indicam tendência de alta
Apesar da pressão recente, a VanEck destacou que a queda na taxa de hash pode ser um “sinal contrarian de alta”. Segundo dados desde 2014, o levantamento indica que os retornos futuros do Bitcoin tendem a ser mais fortes quando a taxa de hash da rede está em retração.
Os retornos do BTC em 90 dias foram positivos em cerca de 65% dos casos quando a taxa de hash caiu nos 30 dias anteriores, contra 54% em períodos de crescimento da taxa de hash.
Além disso, os retornos médios em 180 dias à frente foram um pouco maiores quando a taxa estava em queda, com cerca de 20,5%, ante 20,2% em períodos de alta. Esse padrão se mantém ao longo do tempo.
Sponsored“Em 346 dias desde 2014, quando o crescimento da taxa de hash em 90 dias foi negativo, os retornos do BTC em 180 dias foram positivos em 77% das ocasiões, com retorno médio de 72%. Nos demais dias, os retornos em 180 dias foram positivos em cerca de 61% das vezes e a média ficou em 48%”, revelaram os analistas.
Padrões técnicos indicam formação de fundo
No aspecto técnico, especialistas de mercado também vêm indicando possíveis sinais de fundo. Analistas, como Ted Pillows, identificaram uma divergência de alta em 3 dias para o Bitcoin, padrão observado nos dois últimos fundos de mercado.
“A divergência de alta em 3 dias do BTC agora está confirmada. Quando isso ocorreu nas duas ocasiões anteriores, o Bitcoin formou um fundo”, declarou Pillows.
Se o Bitcoin vai registrar uma nova alta segue incerto. No momento desta reportagem, a principal criptomoeda segue pressionada. Dados do BeInCrypto Markets mostram que o Bitcoin era negociado a US$ 88.066, em queda de 1,01% nas últimas 24 horas.